Festa Junina na Casa de Swing

No último fim de semana rolou festa junina na casa de swing Inner Club, a mais tradicional de São Paulo. Todo ano diversos casais swingers se vestem com trajes típicos para curtir a festa “juninner” e enchem o grande salão da casa para dançar quadrilha, comer comidas típicas, rever amigos e, claro, transar.

Confesso que nem eu nem o Marcio somos entusiastas de festas juninas, mal tenho uma camisa xadrez. Como tudo é permitido, nada é obrigatório, sexta-feira coloquei um vestido azul para ir na festa. Mas em uma ida ao banheiro, encontrei uma funcionária que conhecia de outra balada; e ela, um pouco decepcionada, me disse:

— Ué, cadê sua roupa junina? Poxa… lembro quando você se vestiu de Eva, de Índia, de mendiga… foi incrível! Estava esperando uma roupa super sensual hoje também!

Aquilo me fez pensar. Não que eu tenha que fazer alguma coisa porque os outros querem, mas eu gosto de estar sempre de acordo com os temas propostos das casas. Mesmo que não seja o meu preferido.

Roupa Junina

No dia seguinte peguei papel seda, cortei bandeirinhas e inventei uma roupa junina de bandeirinhas. Lá fui eu pra festa juninner! kkkkk. Eu me divertia com a reação das pessoas, todos olhavam e sorriam – o que é ótimo pra começar qualquer tipo de interação, né?

Mas o que eu queria trazer no post de hoje não é sobre festa, roupa ou sexo; é sobre algo que venho pensando desde que li o livro Sexualidade Nua e Crua, do Renan Carvalho. Ele faz um paralelo interessante entre o meio liberal atual e nossos antepassados caçadores-coletores, que viveram há 300 mil anos.

Segundo o pensamento dele, ser liberal hoje é reproduzir a forma comunitária de antigamente: vivíamos em grupos que compartilhavam tudo, inclusive o sexo. Não havia ideia de posse ou propriedade e as trocas aconteciam tanto no âmbito social quanto no sexual.

Social e Erótico

Da minha mesa no mezanino na Inner eu olhava a “comunidade” dançando quadrilha, se vestindo tipicamente, indo pra lá e pra cá com pipoca, vinho quente e pé de moleque e pensava: logo mais , quem quiser, estará no reservado transando. E tudo bem, sem crise, sem surpresa, como se fosse a coisa mais natural a ser feita.

E não é? Se guardamos em nosso DNA um monte de coisa dos nossos antepassados, certamente guardamos essa ideia de comunidades sócio eróticas. E talvez a Inner seja o lugar onde essa ideia fica mais clara para um bom observador, pois uma das coisas que mais ouvimos por lá é sobre a preocupação em não virar balada liberal, mantendo-se casa de swing.

Beijosssssssss

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