Uma Vergonha para o Swing

Era domingo, fim de tarde, clima quente e gostoso pra curtir um barzinho. Fomos para um pequeno bar – mas muito aconchegante e delicioso. Sentamos numa mesinha na parte externa que não era muito grande, tinha mais uma mesa com duas mulheres do nosso lado e duas mesas de 6 pessoas na frente. Uma dessas mesas é de um grupo de jovens, amigos provavelmente; a outra era de swingers.

Três casais, um da zona leste, outro de Campinas e outro do bairro do barzinho; assim que as mulheres chegaram do banheiro sacamos que eram do meio. Uma com uma calça jeans super apertada e uma mini blusa com a barriga de fora, as outras de minissaia e salto alto, chamavam atenção das pessoas do bar. Até aí tudo bem, o Marcio sugeriu de irmos nos apresentar, fazer amigos, bater papo. Eu não quis, achei que a gente teria que ter mais certeza de que eram do meio antes da gente se intrometer na conversa alheia.

Cinco minutos depois, o cenário tinha mudado completamente. Os homens continuaram bebendo – e bebendo muito – a ponto de perder a compostura. Começaram a falar alto, bem alto, importunando quem estava no bar. Falavam em festinhas, um homem disse pro outro “sua mulher está me pegando”, riam alto, contavam histórias sobre sites de encontros e como estavam satisfeitos em encontrar casais como eles, pela primeira vez; falavam em esticar mas uma das loiras não queria porque tinha que trabalhar no dia seguinte, então ela dizia: “vocês estão querendo esticar uma coisa que não dá”, nitidamente cansada, enquanto os maridos pareciam não se dar conta de que estavam em um local público.

A minha paciência acabou quando decidiram que a música ambiente do bar deveria ser ditada por eles; não só colocaram música sertaneja pra tocar no celular – no volume máximo, obrigando todas as outras pessoas a ouvir o mesmo que eles – como um deles gritava para as outras mesas “pessoal!!” como se pedisse silêncio para escutar aquilo que queria ouvir. A outra mesa de amigos levantou e foi embora nessa hora. Fiz uma careta e soltei um xingo “caralho, porra!”, baixinho, pra mim mesma, irritada com essa situação. Uma das mulheres ouviu e comentou “a moça não gostou…”, e estava torcendo pra algum deles querer tirar satisfação comigo! Mas acho que foi o suficiente para eles se tocarem e pedirem a conta.

Ainda ficaram de conversa em frente ao bar, na calçada, terminando o chop, com o copo do bar na mão. Ficaram ali uns 10 minutos, depois cada casal entrou em um carro – os homens bêbados dirigindo, claro, um deles até levou o copo do bar embora – e sumiram. O que se passou depois foi um comentário geral de quem estava no bar, todos abismados com a falta de educação, a falta de bom senso, a falto de tudo daqueles três casais. Acho que nunca passei tanta vergonha alheia! E pensar que a gente queria ir até eles, fazer amizade…

Swinger tem “mania” de causar em espaço PB mas é bom lembrar que esse causar pode ser negativo, muito negativo. Causar, no sentido positivo, é quando os outros olham pra você e querem ser como você e querem estar no seu lugar. É a famosa inveja santa. Isso é causar. Quando as pessoas confundem causar com falta de educação, falta de respeito, falta de bom senso, elas passam por ridículas, idiotas e estúpidas, como esses casais do bar. Nada, nem mesmo o fato de ser swinger, dá o direito de ser mal educado com quem quer que seja. E que nossos leitores jamais precisem passar por uma situação assim, nem como protagonistas, nem como espectadores.

Beijossssssssss

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Hans
7 anos atrás

Temos ido a algumas casas de balada liberal e vimos alguns abusos, mas nada como o que voces descreveram… tipo de coisa muito constrangedora.
Está dificil em Campinas e em São Paulo encontrar bares voltados para o publico swinger ou menager…

NINFOGOSA
8 anos atrás

Vergonha alheia. Triste ver esse nível de educação.

Roberto
8 anos atrás

Infelizmente passei por isso duas (e ultimas) vezes em uma casa de swing em moema. Fomos a primeira vez para conhecer e achei um pessoal um pouco abusado demais, não de faltar com respeito com a minha namorada, mas de gritar, beber muito, ficar querendo chamar a atenção o tempo todo. Estava na frente do banheiro esperando a minha namorada e um deles focava gritando pro amigo “sai logo daí que eu quero transar, meu pau já está pedindo” e coisas desse nível. Imagino o que os iniciantes não pensaram. Perdi totalmente a vontade de ficar lá. Se até no… Read more »