Carta Aberta aos Organizadores do Encontro do Poliamor que Desconhecem o Swing

Passeando pela internet vi um texto que me chamou a atenção: Encontro do Poliamor. Puxa, que legal! Uma terapeuta holística, Rigleia Moura, se identifica como uma das organizadoras do evento, que será no parque do Ibirapuera para todos os “trisais” que vivem o poliamor. Achei o máximo, cada linha que ia lendo era interessante e dava indícios de que seria um evento super bacana de participar. Até que cheguei numa parte em que ela diz: “É um evento sério, os curiosos ou quem acha que é suingue vão se decepcionar.”

Uepa! Pára tudo!! Hello-ou!! Quem acha que é suingue?! Suingue??!! O sangue ferveu, juro! Fiquei indignada e me senti no dever de contar a essa gente o que é o swing (isso mesmo, com “w”!)

Querida Rigleia Moura, deixa eu te perguntar umas coisinhas: você é swinger? Você já praticou swing? Você já fez alguma pesquisa ou leu algo realmente confiável sobre o swing? Nem precisa responder porque pra dizer algo do tipo e excluir uma grande parcela da população – inclusive os adeptos do poliamor que você acha que não é swing – é claro que você nada sabe a respeito do universo da troca de casais. É um grande absurdo querer dizer que o swing não é sério e só faz isso quem nem se dá ao trabalho de entender o meio. Fiquei mais chocada ainda quando vi que a senhora é terapeuta; alguém que deveria ter uma mente aberta às diversas filosofias e práticas da humanidade, e acima de tudo, respeitá-las, todas elas!

Pois escrevo este post como uma carta aberta e lhe digo que por mais que você se esforce para que o evento do poliamor não tenha swing, isso jamais vai acontecer. Swing não é só sexo, não é só troca de casais nem só putaria e oba-oba, como muitos – inclusive você – acreditam. No swing a gente troca emoções, divide pensamentos, amplia os sentimentos e muitas pessoas a partir de então, encontram o poliamor e vivem felizes assim. Swing e poliamor andam juntos, de mãozinhas dadas, o tempo todo. Não é possível que você realmente acredita que nenhum trisal do seu mundinho seja swinger.

Eu realmente entendo a confusão nisso tudo e já escrevi muitas vezes sobre o assunto no blog por isso não vou perder tempo explicando os motivos de tanta mistura. Só tem mais uma coisa que gostaria de deixar bem claro, não só à senhora mas a todas as pessoas que, equivocadamente, teimam em excluir os swingers da parte “séria” da sociedade.

Filosofia do Swing

O dia em que você – ou qualquer pessoa que mete o pau na prática da troca de casais – quiser experimentar será muito bem vinda. O swing é tão sério, tão sério, que se solidificou na base do respeito ao outro. O swing é a única filosofia que aceita todas as outras, sem imposições ou restrições a qualquer outra forma de pensar, respeitando seus adeptos. Dentro do swing tem praticantes do poliamor, do tantra e do evangelismo; do catolicismo, budismo e maçonaria; tem os agnósticos, UFOs e espíritas. Ninguém, mas ninguém mesmo, é menosprezado por sua crença, ou pelo seu trabalho ou pelo raio que o parta! “Ah, você é religioso? Então não pode fazer swing.” Isso não existe na filosofia swinger! Aqui você pode tudo, desde que respeite os limites dos outros.

E a grande verdade, queridos, é que o mundo inteiro deveria aprender com o swing. Aprender a dividir, aprender a unir forças, aprender que todas as pessoas são diferentes e cada um tem o seu próprio limite. Mas acima de tudo, o mundo inteiro deveria aprender a respeitar os outros. Respeitar os outros em suas práticas e ideias, mesmo que sejam diferentes das suas! Isso, só o swing faz, e faz muito bem. Respeite-nos!

Beijossssssss

Ah, sim, e pra me despedir, queridos escritores jornalistas que digitam as matérias: parem de “aportuguesar” o swing (suingue… eca!). Deixem a palavra no original por favor! #ficaadica

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Marcelo
8 anos atrás

Como sempre, do alto de sua pureza genuína, absoluta, ímpar mandou o recado que espelha e expressa a indignação das pessoas de bom senso. Nada me incomoda; a vida do outro não me interessa e nem me incomoda; o que me incomoda é o fato de os outros se incomodarem com o que não é da conta deles. Eu não tenho paciência com esse tipo de gente. Pessoas preconceituosas – falam do que não conhecem e de quem não conhecem, basteiam a bandeira da moral e, na sombra da mesma, praticam a imoral, isso é pura hipocrisia. Marina, você não… Read more »

bibi&diego
8 anos atrás

Ola! Muito legal o blog! bem interessante e exclarecedor heheh…historias muito boas…estamos pensando em conhecer pela primeira vez uma das casas, sexta ou sábado…vcs estarão em alguma??? Ou qual recomenda?
Obrigado e beijos!!! ^_^

Ana (Casal Interior)
8 anos atrás

Marina, Adorei o seu post e concordo em número, gênero e grau…rs Sempre fui à favor do poliamor, inclusive sempre sonhei em encontrar alguém legal para “nós” Mas foi aqui, através do swing e do menage que realmente me aceitei e aceitei a bissexualidade e me permiti viver sem os pesos que a dúvida nos dá. Concordo quando diz que o Poliamor e o Swing andam de mãos dadas. É claro que nem todo swinguer vai ser um poliamorista mas um poliamorista acaba mesmo que “sem querer” sendo um swinger, afinal quando se tem mais que um parceiro a “troca… Read more »

Morena
8 anos atrás

Marinaaaa,

Perfeito seu post !!!! Vc arrasa !!!!

Todos podem até não querer viver a sua vida da maneira que os outros vivem, mas por educação, para a evolução como ser humano, tem que no mínimo aprender a respeitar a escolha dos outros …

Bjus lindaaa !!!