Teoria das Comunidades Swingers

Gente linda, quando nós começamos a frequentar o swing, descobrimos que existia muito mais do que sexo trocado por trás dessas cinco letrinhas. E conforme fomos entrando nesse universo liberal, eu fui me apaixonando por ele! Hoje quero trazer mais um pedaço dos meus pensamentos sobre o swing, especificamente uma teoria desenvolvida sobre as relações interpessoais existentes no swing: as comunidades.

E para falar sobre comunidades no swing precisamos estar por dentro do que é comunidade e sociedade, afinal, o swing está inserido na grande sociedade humana. Para simplificar, tenhamos em mente o seguinte:

Sociedade: um monte de pessoas que não tem nada em comum.

Comunidade: grupo de pessoas que tem interesses em comum.

Me lembro como se fosse hoje como eu me senti bem quando encontrei outras pessoas que não achavam loucura fazer troca de casais. Era como se tivesse encontrado a minha tribo! E dentro dessa tribo, conforme nossos desejos foram mudando, fomos encontrando grupos menores que pensavam do mesmo jeito que nós. Estas são as comunidades swingers as quais nos referimos.

O swing em si é uma sociedade aberta, onde pessoas de todos os jeitos podem entrar e sair quando bem entenderem. Sociedade porque, por ser enorme, podemos estar ao lado de swingers e não termos nada em comum – nem mesmo a prática do swing. Dentro dessa sociedade aberta, o swing, existem diversas comunidades, abertas ou fechadas.

Comunidade aberta: qualquer pessoa pode entrar e sair quando tiver vontade.

Comunidade fechada: apenas convidados podem entrar. As saídas são mais calculadas, geralmente acontecem quando os membros não se sentem mais “parte” da comunidade.

Comunidades são Necessárias?

Para a maioria das pessoas sim, as comunidades são indispensáveis, principalmente no começo da vida liberal. São elas que ajudam a criar a identidade do casal, já que elas funcionam como um termômetro para saber se aquilo que o indivíduo pensa “bate” com o que a comunidade pensa.

“Trata-se então (…) de uma construção ideológica que se baseia na necessidade individual da segurança, do conforto, da familiaridade e do sentimento de pertencimento, de que fazemos parte de algo maior que nossa individualidade”. Lucas Rodrigues.

Fazer parte de uma comunidade traz a sensação de proteção daquilo que é diferente. É como se colocássemos uma barreira entre o que é nosso e o que é estranho, impuro, impróprio. No caso do swing, essa sensação é bem perceptível nas comunidades fechadas, onde alguns membros adquirem algo parecido como uma ‘síndrome de superioridade’. O pensamento é mais ou menos o seguinte: fomos admitidos em uma comunidade fechada, logo, somos superiores. (Ainda vou abordar essa ‘síndrome’ aqui no blog…).

O que temos visto na prática é que as comunidades são muito semelhantes, quase iguais. Abertas ou fechadas, todas são feitas de pessoas, portanto, os cuidados de preservação que cada um deve ter são os mesmos. A diferença básica é que em comunidades abertas, as ofertas de encontros são maiores, porque mais pessoas circulam nelas (entrada e saída livres).

Comunidades muito fechadas sofrem com a falta de oxigenação – não há abertura, não entram pessoas novas, a comunidade acaba. Algumas duram mais tempo porque conseguiram desenvolver um bom status dentro da sociedade swinger, mas no geral, morrem. Ex: quantos grupos de whtasapp com menos de 10 pessoas duram muito tempo?

Marina e Marcio

Foi essencial fazer parte de comunidades swingers no início da nossa vida liberal. Essencial. Através delas pudemos desenvolver nossa identidade no mundo swinger. Das comunidades que duraram até hoje, temos perfil em duas desde o nosso começo. Mas também temos perfis em outras que foram surgindo ao longo do tempo, mas não usamos nenhuma delas para sexo, efetivamente.

Quanto mais nossa identidade foi se consolidando, menos precisamos de comunidades para nos dizer se o que pensávamos estava “de acordo” com o que os outros pensavam. Hoje, nosso entendimento do mundo swinger não contempla se fechar em um grupo. “Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também” cai como uma luva no ideal de vida liberal que temos, sendo assim contraditório depender da aprovação de uma comunidade para realizar nossos próprios desejos.

Mas isso, queridos leitores, é um pensamento que se conquista no decorrer da vida swinger. Como já disse outras vezes, entrar no swing é como nascer de novo: a gente começa engatinhando, se apoiando nos móveis, segurando na mão dos adultos, até conseguirmos andar por conta própria.

Comunidades swingers são essenciais, até que você saiba quem é você no mundo liberal. Daí pra frente, fazer parte de uma comunidade – nem que seja um grupo no whats – será consequência do que você deseja.

Beijossssssssssssss

 

 

 

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/comunidade-sociedade.htm

Subscribe
Notify of

6 Comentários
Newest
Oldest
Inline Feedbacks
View all comments
Anonimo
3 anos atrás

Bom Dia Marina Semana passada enviei um comentário a este post e vi que voce não publicou ele. Fiquei pensando no que eu pudesse ter escrito que tenha sido julgado impertinente para não publicação. Pensei em 3 hipóteses. 1 – Era um comentário extenso. 2 – Fazia uma pequena crítica ao CRS 3 – Foi anonimo. Quanto às hipóteses 1 e 2 nada a fazer. Era apenas o relato do que ocorreu comigo e com minha esposa. Quanto ao fato de ser anonimo, gostaria apenas de justificar o porque. Como estávamos relatando um descontentamento nosso em relação ao CRS, caso… Read more »

Anonimo
3 anos atrás

Marina como sempre esbanjando discernimento e maturidade. O texto abaixo é meio longo mas é nosso relato de como as coisas aconteceram conosco. Essa percepção de que a personalidade consolidada do casal é mais importante do que a inserção em comunidades ocorreu conosco. Uma característica nossa é de que sempre acessamos às redes e/ou e-mail juntos, pois mesmo sabendo um dos gostos do outro, avaliamos em conjunto todos casais antes de iniciar uma conversa ou de aceitarmos um pedido de amizade. Anos atras fomos convidados para aquela rede privada de tres letrinhas que se orgulha de não possuir fakes. De… Read more »

Novatos
4 anos atrás

Ótimo post, como sempre.

Fugindo um pouco dele, pergunto:
O que fazer neste período do tal corona? Tinha marcado com minha senhora de irmos hj para a caça, mas resolvemos abortar a missão.

Edson
4 anos atrás

Voces são fantásticos em suas observações, sempre muito pertinentes e de ótimo tom, parabéns.