Somos Iguais aos Brothers?

Eu jurei que não ia falar sobre BBB (que eu não assisto, não gosto e nem tenho a mínima vontade) mas o tal do cancelamento mexeu tanto com o país que não deu pra passar imune diante do que aconteceu na casa dos “brothers”. Como disse, não dou ibope para o BBB, mas vejo as notícias, comentários, matérias e foi por esse meio que li uma jornalista dizer que o Big Brother “não está alienando o povo” que tanto precisa fugir da realidade pela qual está passando.

Você sabe que a Globo é excelente em novelas, cuja função sempre foi “alienar” o povo brasileiro. A pandemia limitou a produção noveleira e ao mesmo tempo ferrou ainda mais com o povão, desequilibrando essa balança ao extremo. Pra quem sobrou a função de tirar o povo da realidade? Para o “reality”, que justo agora resolveu ser “real”. Ou talvez eles não esperavam que o povo se identificaria tanto com o script sugerido a ponto de sentir que estava se olhando no espelho.

E quando a gente se olha no espelho nem sempre gosta do que vê. É aí que entram as indignações, as posturas radicais em nome “do bem”, o cancelamento de quem está cancelando (oi?). A loucura sugerida no BBB refletiu como um raio na vida de todo mundo, adivinhe porque? Porque todo mundo já cancelou alguém achando que é assim mesmo que se faz; e agora, assistindo a si mesmo no BBB, começou a entender o quanto essa atitude pode ser perversa.

Quem quer ser vilão?

Ninguém quer ser vilão na vida real, mesmo que haja um certo romance em determinados personagens “do mal”. O ser humano busca automaticamente (naturalmente) pela vida, por fazer “o bem”, por coisas “boas”. E isso levou um país inteiro a abraçar o Lucas e a Juliette enquanto pisa na Lumena e na Karol. Vejam a contradição – pra não dizer hipocrisia!

“Conversar dá trabalho, dá preguiça, dá medo e parece que ninguém mais quer sair da zona de conforto. Conversar faz com que a gente tenha que ouvir a verdade do outro ainda que não concorde com ela. É um exercício de respeito e empatia.” (Carol Tilkian).

É mais fácil mandar textão e bloquear, ou bloquear sem nenhum motivo mesmo, (como o CRS fez com a gente, por exemplo), só porque o outro não cumpriu as expectativas que ele nem sabia que você tinha! A Carol Tilkian continua escrevendo: “a gente quer chamar o outro de lixo e sair correndo. Sem direito de resposta, sem ter que se abrir pro diálogo, sem humanizar o outro lado.” 

Diálogo sempre

Não é de hoje que a gente fala pra vocês que conversar é sempre a melhor maneira de manter relações saudáveis, seja swinger, trabalhista, familiar ou uma amizade. Cancelar, bloquear, vomitar tudo o que está guardado e sair correndo é, no mínimo, uma atitude infantil. O BBB vai acabar logo mais. A Karol, por exemplo, não tá lá de graça, tá ganhando alguma coisa, tem um contrato, pra te entreter do jeito que for. E você aqui fora, meu amor, vai continuar vivendo suas relações, do jeito que for.

A pergunta que eu deixo é: que tipo de relação você quer viver? Aquela em que as partes alinham as diferenças para conviver da melhor forma possível ou aquela cheia de blocks porque a verdade do outro não interessa? O BBB ta aí com um espelho gigante voltado pra você, pra mim, pra todos nós. É hora de repensar o quanto estamos fazendo exatamente a mesma coisa com os nossos “brothers” aqui fora.

Beijosssssssssss

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1 Comentário
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Alvao
3 anos atrás

Muito boa suas análises e comentario
Dizem q nos os Liberais somos escória
Mas em verdade, em verdade vos digo.
Evolucao choca, causa estranheza.
Parabéns mais uma vez casal