A Beleza Pelo Cérebro

O tempo passa mas alguns assuntos nunca ficam para trás (e nem devem ficar mesmo) quando a pauta é swing. Um deles é a questão da beleza e vira e mexe venho aqui cutucar a colmeia com vara curta – porque nessa época de politicamente correto, não temos mais direito de achar alguma coisa “feia”. Ou melhor, nós temos direito – porque fazemos isso o tempo todo – só não queremos dizer a verdade pra pagarmos de bonzinhos. Aí a gente troca o “feio” por “não me agradou muito” ou “menos favorecido” e fazemos de conta que tá tudo bem, né? (E ainda dizem que é um mundo liberal… kkkkkkk… mas isso é assunto para outro dia). Voltemos à questão da beleza.

Todo mundo tem um botãozinho no cérebro que classifica, em questão de milésimos de segundos, se alguma pessoa é bonita ou feia. É muito rápido! Além de automático, é inconsciente (aquele escuro profundo que todo mundo tem escondido dentro de si e vez ou outra nos assusta quando vem à consciência). Mas se vocês querem saber, lá no inconsciente a beleza se confunde com conceitos de saúde. Por exemplo: achamos bonito quem nos parece saudável, sem infecções ou doenças, porque assim, nossos filhos serão mais evoluídos.

O interessante é que sempre que olhamos para algo que consideramos bonito, nosso hemisfério esquerdo do cérebro entra em sincronia quase que total, provocando uma sensação maravilhosa de bem estar e felicidade. Eu vi sobre essa pesquisa em um programa da Fátima Bernardes, onde o neurocientista Fernando Gomes Pinto faz uma breve explicação sobre esse processo cerebral envolvido na definição do que é belo:

 

E aí o programa segue uma linha interessante que é onde eu quero chegar nesse post. É possível “adestrar” o cérebro para que a gente classifique determinadas coisas como “bonitas” ao invés de “feias”. Isso acontece quando existe grande uma exposição de uma determinada imagem a uma pessoa; em outras palavras, quanto mais se vê aquilo, mais o cérebro entende aquilo como “bonito”.

Mas o mais interessante para nós não é determinar a alguém o que é bonito ou feio, mas sim, fazer com que esse alguém crie seu próprio padrão de beleza. Isso é possível quando a pessoa fica exposta a uma grande variedade de imagens; ou seja, muitas imagens diferentes fazem com que o cérebro crie sua própria definição do que é belo. Maravilhoso, isso, não acham?

E quando a gente começa a se comparar com os outros (porque fazemos isso o tempo todo), é mais fácil aceitarmos nossa própria beleza quando temos diversos padrões como referência. Se ficarmos presos a um único conceito de beleza (loiro-alto-olhos azuis, por exemplo) dificilmente encontraremos aceitação própria, já que o principal tipo brasileiro é moreno-estatura média-olhos castanhos.

Conta-se a história de uma menina negra que não se achava bonita, até que começou a ver atrizes negras na televisão. É como se o cérebro dissesse “olha lá, eu sou igual a ela; logo, eu também sou bonita”. É como várias histórias de leitoras do blog – elas achavam que eram “anormais” porque gostavam de sexo; quando descobriram esse blog passaram a ter outras referências do que é “normal” e “anormal”, encontrando paz interior.

Já se olhou no espelho hoje? Ficou feliz com o que viu? Se sim, parabéns; se não, pode ser que estejam faltando referências diferentes em sua vida. Que tal variar as imagens que você anda vendo? Que tal aprender sobre culturas diferentes, padrões diferentes, felicidades diferentes? Quem sabe é só isso o que anda faltando: um reconhecimento cerebral de que você é bonito do jeito que você é.

Beijosssssssssss

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LoiroeMorena
5 anos atrás

Minha pergunta agora é um pouco mais profunda, e quando você é justamente o (loiro-alto-olhos azuis)?
Não estamos conseguindo achar um casal que nos atraia, pois a qualidade nas casas parecem muito baixas.
Sem nenhuma pretensão de ser pedente, mas apenas como pergunta mesmo, somos jovens e bonitos, despertamos o interesse de todos, mas ninguém nos desperta. O que fazer?
Alguma sugestão baseado na experiência…???