O Swing foi Exposto, Somos Responsáveis

a abertura do swing traz responsabilidade aos swingers

Ouve-se de swing na rádio, ouve-se de swing na televisão; no programa da noite, na TV a cabo; nas revistas semanais, nos portais virtuais; nos livros e nas rodinhas do trabalho. A exposição de swingers tem aberto o meio liberal, atraindo cada vez mais pessoas para esse estilo de vida. Mas e aí, isso é positivo ou negativo? Vamos refletir um pouco sobre o que anda acontecendo no mundo do swing – para nossa própria sobrevivência, ok?

Sobrevivência sim, com a essência preservada. O que nos preocupa (não só a nós mas a todos os swingers de verdade) é que com a abertura do nosso lifestyle a coisa perca o sentido. Pra quem não é do meio, swing pode ter diversos significados: sexo fácil, sexo livre, sexo de qualquer jeito, sexo com qualquer um, sexo a qualquer custo. É legal ser descolado, é legal ser moderno, é legal não ir em casa de swing; e com isso, o propósito do swing vai sendo esquecido, sequer mencionado.

O swing não apareceu do nada nem perdura até hoje porque é oba-oba. Existe sim alguma coisa além de sexo e é essa coisa que faz com que passe o tempo e o swing continue recebendo adeptos em todo mundo. É importante que isso aconteça porque ninguém vive para sempre – embora todos queiramos rsrsrs! Mais dia menos dia, Marina e Marcio vão envelhecer, não vão mais pra balada nem pra cruzeiro liberal. Outros assumirão nosso lugar nas pistas, nas casas de swing, nas viagens liberais… assim é a vida. E como essas pessoas estão sendo preparadas para o swing?

Admiro casais swingers que se expõe em prol da continuidade do meio. Eles desempenham um papel importantíssimo para que o swing continue existindo. E esse é o lado positivo da exposição do swing por aí. O lado negativo é que nem todos os casais que se expõem o fazem com responsabilidade. Fazem porque querem se aparecer, porque querem ganhar dinheiro, porque querem ser famosos. Não ligam se quem os ouve está realmente interessado em ser swinger, não estão nem aí pra quem não dá like nos seus posts e pouco se importam com quem não se inscreve em seus canais.

Não dizem a verdade, não alertam dos perigos, não ensinam como ser um swinger. Falta-lhes responsabilidade. Porque é muito fácil – e bonito – postar foto bem produzida e ser politicamente correto. É fácil dizer que o swing só tem coisas boas, que ninguém briga, que nenhum casal se separa. É fácil falar aquilo que todo mundo fala (até o papagaio faz isso) e ser amiguinho de todo mundo pra ter mais visualizações em seus vídeos.

Mas isso é irresponsável. Swing envolve sexo e sexo envolve saúde física e emocional. Por isso o swing não é sexo livre. Não se faz de qualquer jeito nem com qualquer um. Quem vai numa casa de swing pela primeira vez e vê um monte de gente se beijando na boca pode achar que é fácil assim – mas nem imagina que 90% de quem faz isso já se conhece de outros carnavais. E quando vai passear nos quartinhos e vê casais transando e trocando entre si, não sabe que 80% dessas pessoas já são amigas de longa data.

Não estou dizendo que ninguém transa com quem não conhece em casa de swing, não é isso. Estou tentando dizer que isso não é a essência do swing. Desde que comecei a escrever o blog eu digo que swing é o que menos se vê numa casa de swing. Porque swing tem regras, swing tem história, swing tem responsabilidade, swing tem conhecimento! Na primeira turma do Curso para Casais ouvimos um participante dizer que estava surpreso com a quantidade de tempo. “Um dia inteiro de teoria? Mas tem assunto pra tudo isso, gente, é swing!” Não só tem assunto pra um dia inteiro como faltou tempo para tratar de tudo o que é preciso pra ser swinger de verdade.

Ninguém vai visitar um outro país sem “entrar” na cultura dele. O mesmo pode-se dizer do swing. Não vá para o swing sem “entrar” na cultura swinger. Não acredite em qualquer coisa na internet: confirme antes, conheça quem está falando, veja se a fonte é confiável. Você, que quer ser um swinger real, também é responsável por saber o que é o swing e como é ser um swinger. E assim a gente mantém a roda girando: quem está dentro ensina, quem quer entrar aprende. O swing foi exposto e todos somos responsáveis por sua sobrevivência.

 

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CasalRHRJ
5 anos atrás

Olá, somos o CasalRHRJ e este é o 1o post que lemos e pretendemos ler mais. Começamos a “pratica” no ano passado. Antes disso conversamos muito sobre o assunto, fantasiamos muito na cama e teclamos muito com solteiros e alguns casais buscando entender um pouco desse novo mundo para nós. Vimos que há muita gente diferente, pensamentos diferentes, TESÃO diferente, e isso é normal, ninguém é totalmente igual. Gostei muito do texto, vimos o quanto o swing está distorcido nas redes socias, pessoas que buscam sexo de graça sem nem ao menos entender a complexidade e beleza que é participar… Read more »

6 anos atrás

Tenho alguns anos de frequentar o mundo liberal. Já sai e voltei inúmeras vezes por motivos variados . E sempre que voltava sempre esbarrei com estas situações de grupos de amigos, casais “fechados”, outros que sem mesmo terem conversado caiam pro tatame ali mesmo na frente de todo mundo. Já experimentei de tudo isto e tem seus prós e contra. Concordo com o post em dizer que Swing não é só ir num club, se afeiçoar e transar. Acredito sim, que dentro da pratica do swing, pode acontecer esta fantasia, mas não se pode falar que isto é o swing.… Read more »

Cris
6 anos atrás

Adoro o que vc escreve Ma, apesar de estarmos com muita sdd de vcs e não tão ativa como gostaria, em função de outros compromissos, sempre de olho nos seus posts… E afirmo, que existe sim grupos em casas de Swing, assim como em qualquer clube (isso é normal), e sim cerca de 90% já se conhecem, ou já trocaram olhares em outras datas, porém TB existe os 10% de tesão louco do momento kkkk… Eu posso dizer com todas as palavras que antes de entrar no SW, li muito, pesquisei muito e claro seu blog me ajudou muito… E… Read more »

Paulo
6 anos atrás

Muito bom o texto, Marina. Tirar a responsabilidade de nós e colocar no outro é coisa de gente pequena. Não é porque a Marina disse que eu vou fazer, mas é porque vc diz que eu perco meu tempo pra ver se o negócio vale a pena. Eu respondo por mim, obrigado.

Casal aventura
6 anos atrás

Achei meio contraproducente o comentário “90% de quem faz isso já se conhece de outros carnavais. E quando vai passear nos quartinhos e vê casais transando e trocando entre si, não sabe que 80% dessas pessoas já são amigas de longa data.” Até mesmo um pouco preconceituoso. Temos mais de 6 anos de swing, a gente chega e beija um monte, transa um monte e não conhece ninguém. Até onde minha memoria permite, nenhuma figurinha repetida rs rs rs e nenhuma doença. Ai um casal novato lê isso e chega na balada e não beija ninguém pq “ah, se marina… Read more »

Thi e Pry
6 anos atrás

O que eu posso dizer, é que estamos na fase da busca pelo conhecimento e seu blog de fato nos ajuda muito. Lendo seu texto me veio um filme do choque entre o que consumia pela internet e a primeira vez que fomos a uma casa de Swing, claramente achamos grupos e percebemos se tratar de amizades entre frequentadores. Gostamos do que vimos, nos fez sentir seguros com a galera e posts como o sobre a etiqueta do Swing nos ajuda muito, inclusive nos fez entender que muito dos contos eróticos que encontra-se na internet existiram na cabeça do escritor… Read more »