Como Swing Pode Ser Amor?

Numa das turmas do nosso curso para casais liberais havia um casal onde ele estava super animado para entrar no swing enquanto ela não. Quando o curso terminou ela me chamou e disse que não acreditava em nada do que nós tínhamos falada durante a aula. “Como swing pode ser amor?” ela me perguntava enquanto se questionava ao mesmo tempo. Esse foi o único casal “não aprovado” ao final do curso. 

Há algumas semanas fomos convidados para uma reunião de amigos e para minha surpresa, lá estava esse casal. Ela descontraída, sorrindo, ele também feliz da vida… não aguentei e perguntei:

— Mas… vocês aqui?

Ela sorriu e respondeu que encontrou o próprio jeito de fazer swing. Ela gostava de singles carinhosos, que não chegassem e já quisessem ir transando, que gostava de uma conversa antes, de ter um entrosamento. E eu fiquei pensando em que momento ela não entendeu durante o curso que swing é exatamente isso: fazer aquilo que o casal acha melhor pra ele…

De qualquer forma, foi uma felicidade imensa pra mim encontrar justamente esse casal numa festinha. Agora podemos dizer que nosso curso teve 100% de aprovação! (kkkkkkk). Brincadeiras à parte, a frase que essa esposa usou no final do curso me marcou muito. Até porque eu tenho certeza que ela não é a única a se perguntar como swing pode ser amor?

Pergunta intrigante

Para responder essa pergunta intrigante, a gente tem que dar uma olhada no que é amor. Porque dependendo do que acreditamos ser amor, vamos acreditar se swing é ou não é amor. E aí, queridos, é que o bicho pega! Porque ninguém consegue definir o amor!

“O conceito do amor é um dos mais amplos que existem. Mesmo dentro da psicologia, nós podemos contextualizá-lo de várias formas. O amor pode ser expresso para várias pessoas e atividades importantes da nossa vida”, diz a psicóloga Eglacy Sophia, supervisora do setor de Amor e Ciúme Patológicos do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

É impossível falar sobre amor sem colocar a singularidade de cada um. A história de vida da pessoa, a forma como os pais se relacionavam, os sonhos dessa pessoa, as amizades, as crenças, os amigos, os contos de fadas… tudo o que construiu a identidade e personalidade de um indivíduo entra em jogo quando ela fala sobre amor. Então, pra que alguém comece a pensar em swing como uma forma de amor, é necessário que ela (no mínimo) saiba do que se trata.

Saindo da superficialidade

E não adianta saber que é troca de casais, isso é tão superficial quanto dizer que focinho de porco é tomada. Swing para um casal tem a ver com concessões, adaptações, encarar a realidade, assumir os próprios desejos, transformar crenças limitantes em pensamentos mais adequados ao relacionamento. Talvez os solteiros possam dizer que swing é sexo e pronto, mas casais não.

Pessoas que estão em relacionamentos sérios não resumem o swing ao sexo trocado porque há muita coisa em jogo aí. É o medo de perder o parceiro, a incerteza do que pode acontecer com a relação (que, em geral já é ótima), a culpa de colocar em perigo quem você ama. Tanta coisa em jogo… então porque fazer swing?

Swing é Amor

É aí que vem a resposta: porque swing é uma das muitas formas de mostrar amor. A gente faz tudo, TUDO, para ver quem a gente ama feliz, certo? A gente compra bolsa, sapato, leva num restaurante chique e sabe, tem certeza absoluta, que uma transa bem dada com alguém diferente seria melhor do que tudo isso para o parceiro.

Pra quê tanta hipocrisia, minha gente, negando o óbvio? Quem, em sã consciência, daria uma cenoura de presente quando a pessoa que você mais ama na vida te pediu chocolate? Chega a ser maldade! Swing é, sem dúvida, uma das formas mais coerentes, lógicas e reais de amor.

O mais interessante é que conforme as experiências swingers acontecem, a gente entende que sexo não é igual a amor. Que a relação fica impressionantemente mais real, o sentimento entre o casal dá um salto gigantesco na escala do amor.

Aí a gente percebe que a relação que a gente achava que era ótima, na verdade era básica; e que o sexo do casal que a gente achava que era incrível, não passava de namorico de criança. Aí é que a gente é capaz de olhar para o swing e dizer que é amor. Que se tem uma coisa que prova o quanto um casal se ama, é justamente essa “permissão” para desejar sexualmente.

Ciúme, ceninhas, ataques, todo o drama que uma relação convencional coloca como “prova de amor”, são bobagens. Tolices. Amor é exatamente o contrário: calmo, tranquilo, maduro. Nada segura um casal junto além da vontade de ficar junto. Nem mesmo o swing! E enquanto um entender o outro na sua plenitude – desejos, vontades, personalidades, formas de agir, coisas que deixam feliz ou triste – há amor. 

 

Beijossssssssssssss

 

 

Subscribe
Notify of

2 Comentários
Newest
Oldest
Inline Feedbacks
View all comments
2 anos atrás

Amei! Cheguei a essa mesma conclusão há algum tempo.

Permita-me adicionar o seguinte pensamento: acredito que somos inicialmente, por natureza ou construção social, egoístas e tendemos a pensar “o que aquilo pode me trazer de benefício?”, mas quando começamos a amar de verdade mudamos para “o que posso fazer para deixá-lo(a) feliz?”. Essa mudança de perspectiva dá um giro de até 180 graus em várias coisas da sua vida.

Obrigado por esse post.