Quebrou o Combinado, e Agora?

Este assunto tem aparecido com frequência nas últimas semanas e, com a proximidade do carnaval, achei que valia um post só sobre os combinados. Também chamados de arcordos ou regras, os combinados nada mais são do que um contrato entre os envolvidos; geralmente um casal. Mas também pode ser um trisal, uma célula poliamorosa, metamores, amigos…

E pra que servem os combinados? Para que cada pessoa tenha a oportunidade de expressar seus limites. É também uma oportunidade para crescimento pessoal, pois ao conseguir colocar seus limites para fora de si mesmo o indivíduo consegue olhar para eles e refletir se eles realmente fazem sentido ou não.

Se tem uma coisa que o meio me ensinou é que a gente sempre acha que ‘ta bom’, em tudo. Mas quando a gente sai da bolha da monogamia e decide enfrentar a insegurança de não ser a única pessoa interessante no mundo é que a gente percebe que, de fato, não é a única pessoa interessante no mundo.

Daí começa a aparecer um monte de coisa que antes não acontecia: ciúme, ataques de pânico, ansiedade generalizada… estou aqui pra te dizer que isso é NORMAL! Ninguém espera que você saia de um modelo relacional rígido, fechado, cheio de limites e já embarque tranquilo na montanha russa sem cinto de segurança que é a não monogamia em geral. Os combinados existem para facilitar o “desmame monogâmico”.

Depois de todo esse contexto, escrevo o que eu realmente queria compartilhar com você, caro leitor:

Se o meio é colorido porque tem que ser tudo preto no branco?

Marina Rotty

Pessoal já vem pro swing porque quer uma vida mais leve, mais gostosa, mais colorida. E vem carregado de exigências que, se o outro não cumprir, não tem nem segunda chance! HELLÔ – ÔÔÔÔÔÔUUUU! Então, se você está tendo dificuldade em criar e/ou cumprir acordos, se liga nas minhas dicas:

A sexualidade é fluida

Quer dizer que tudo o que você aprendeu sobre sexo foi induzido por alguém, desde sua infância, passando pela educação e sua própria exploração corporal (se é que você se permitiu explorar suas partes íntimas). Agora, no meio liberal, muita descoberta vai acontecer. Você vai entrar em contato com toda a diversidade sexual possível, no entanto, se você não “se permitir” fluir, pouca coisa vai mudar. E as regras ainda serão tratadas com a superficialidade do estilo “preto no branco”.

Coloque o peso necessário

Vejo diariamente nos meus atendimentos o quanto as pessoas invertem prioridades. Ninguém em sã consciência acha que um selinho seja mais importante do que o bem estar de um filho. Contudo, é fácil ver casais tão alterados emocionalmente a ponto de cogitar separação porque rolou um selinho com outra pessoa na noite passada. A tempestade num copo dágua só piora a situação.

Reveja os combinados

Cada noite no swing é um aprendizado para quem está começando. As nossas certezas vão se desfazendo a cada saída, mesmo aquelas onde a gente não fica com ninguém. É normal se sentir uma metamorfose ambulante e questionar não só os limites que o parceiro impôs quanto seus próprios. E o jeito mais fácil de rever combinados é começar falando sobre si mesmo. “EU não sinto mais ciúme quando você faz isso ou aquilo”. “EU não me incomodo mais quando você dança no balcão”. “EU não me senti bem quando aconteceu isso ou aquilo”. E depois, completa: “VAMOS REVER OS COMBINADOS?”

Ouça e fale com atenção

Metade das brigas entre os casais acontecem por causa do tom de voz. Há uma conexão muito forte entre a voz e nossa segurança interna. Nosso primeiro contato de vida com o mundo externo é através dos sons, quando ainda estamos na barriga de nossas mães. Então, ao conversar com seu parceiro, preste atenção não só no que você fala, mas também em como você fala. E claro, se desejamos ter um relacionamento de valor, ouvir o que o parceiro tem a dizer é tão importante quanto o que você deseja falar.

Espero que essas dicas ajudem vocês!

Beijossssssssssssssss

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Mimi
18 dias atrás

[email protected]
Eu e meu marido tínhamos o combinado de não fazermos nada sozinhos, sempre juntos.
Ele fez sozinho uma vez.
Passado um período ele disse que eu podia fazer, que naquele dia ele não estava a fim. O stripper daquela noite já tinha me chamado a alguns meses para sair, como me senti liberada, resolvi transar com ele, agora meu marido pediu divórcio depois de 17 anos juntos e me disse coisas horríveis.

Mimi
15 dias atrás
Reply to  Marina&Marcio

Olá.
Depois de muita conversa, não nos separamos.
Ele disse que se sentiu traído, mas conseguimos nos resolver. Ser um monogâmico não é fácil, fomos por muitos anos e ser um casal não monogâmico também não é fácil.

Roberto Lima
3 meses atrás

Olá! Adorei o blog de vocês. Direto ao ponto, vou dizer o que me trouxe aqui: me chamo Roberto (32), e a Ana (35) é minha esposa. Temos 1 ano e meio de casados, mas juntos mesmo há 11 anos. Só muito recentemente (e depois do casório principalmente) viemos nos permitindo certas liberdades. Beijos triplos, amassos com outras pessoas em festas, principalmente juntos, mas nem sempre… o importante é sermos leais um ao outro, falando tudo o que aconteceu, e não nos envolvermos sexual e emocionalmente com outras pessoas… Formamos um trisal com uma amiga (inclusive uma das madrinhas de… Read more »

colman
3 meses atrás
Reply to  Roberto Lima

ola, amigo
boa noite.
sou leitor do blog.
li seu relato e o que já realizou.
me vi muito no que disse.
o que vc viveu, e digo por experiência, poucos homens tem esse privilégio.
Fizemos uma festa como vcs querem fazer para um casal amigo e foi incrível.
te desejo boa sorte e que continuem se curtindo.
Se possível digam se deu tudo certo
abcs

Fernando
3 meses atrás

E é como eu disse em outro post: faça o mínimo possível de acordos. Antes de criar uma regra, pense sempre: “tá, se essa regra for quebrada, o que pode acontecer de tão terrível?” Porque uma regra quebrada é motivo pra briga, então, se não houver regra, também há um motivo a menos pra briga.