Vampiros do Swing

vampiros emocionais no swing

Dias desses uma amiga me contou que ela e o marido tinham feito uma troca de casal. O outro casal, segundo ela, era legal, tinha rolado afinidade, estavam com tesão, enfim: aparentemente não havia nada de impedisse um envolvimento sexual. Mas acontece que, ao fim da troca, ela e o marido se sentiram sugados, exauridos, e não estavam cansados fisicamente. A sensação era de estarem sem energias internas e ela queria saber do que se tratava, já que nunca tinha sentido algo parecido.

Engraçado que a palavra vampiro parece exagerada quando a gente não passa por uma experiência assim, mas enquanto ela me contava a história – e usava as palavras “sugado” “exaurido” e “energia” de uma forma meio repetitiva – dava pra sacar que ela tinha se deparado com um vampiro emocional.

Pra quem não está familiarizado com a questão, chama-se vampiro emocional aquelas pessoas que agem de forma negativa, contaminando aqueles ao seu redor com desânimo e tristeza, criando assim uma aura de negatividade ao seu redor. Estas são chamadas de muitas formas (pessoas tóxicas, vampiros ou depredadores emocionais, parasitas, etc.). Na verdade, ainda que esta classificação não tenha base científica, existem pessoas que esgotam e fazem você entrar em um estado de resignação e aflição que é difícil de lidar.

E adivinhem qual é o melhor lugar para os vampiros se revelarem? No swing, claro! Onde mais todo mundo pode fazer aquilo que quiser sem ter que dar satisfação para ninguém? O próprio lema do swing (tudo é permitido, nada é obrigatório) é um prato cheio para os vampiros. Não só isso, o swing é um lugar de realização de desejos: sexo, prazer, dominação, poder, influência, vingança, inflação do ego… cocaína social.

Mas antes de continuar o assunto acho importante dizer que um vampiro emocional não sabe que é vampiro. Em geral ele não tem consciência de que suas ações fazem mal aos outros, age dessa forma porque tem um passado com experiências muito desagradáveis, que o transformou em vampiro. Claro, nada é absoluto e é provável que existam aqueles que sabem que são vampiros e gostam de ser assim, mas na maioria das vezes, assim que um vampiro toma ciência de seu vampirismo, ele muda.

Então, não saia por aí pensando que só tem coisa ruim no swing – até porque você estaria reproduzindo uma das características dos vampiros emocionais: a crítica negativa gratuita. Na verdade, é no swing que eles costumam ser mais facilmente detectados, afinal, num ambiente de trabalho ou familiar, as máscaras estão sempre erguidas. No swing elas caem rapidinho, geralmente depois de ter realizado os desejos.

Quando encontrar alguém que lhe pareça legal pra ser seu amigo, faça a si mesmo estas perguntas antes de se envolver por completo:

  • Ele conversa comigo sobre coisas fora do swing? Além de festas?
  • Ele me inclui em atividades não-sexuais?
  • Eu conheço os amigos PB dele? Ou familiares?

O que acontece mais comumente no meio é estar cheio de “amigos de swing”, de farra, de festa, de balada… com os quais construímos uma espécie de relação simbiótica (todos ganham alguma coisa), as mais comuns são:

  • Sexo – eu quero ele, ele me quer;
  • Festas – eu quero festar, ele organiza uma;
  • Grupos – ele tem um grupo, eu não me sinto excluído;
  • Parceiros – eu tenho um produto, ele tem um meio de venda;
  • Status – ele tem mais fama no swing, eu quero ser amigo dele.

Vampirismo ou não, as relações que criamos ao longo da vida (não só no swing) precisam nos fazer bem. Minha amiga quis saber se eu já tinha passado por um sexo assim e eu não me lembro. O que eu sei é que a simples presença de certas pessoas me deixa mal (fico negativa, irritada, sinto uma coisa ruim dentro de mim), de um jeito que eu tenho certeza que não sou. Curiosamente, isso aconteceu com pessoas que encontrei no swing…

Por fim, se você se sentir mal, sem nenhum motivo aparente, pode estar se relacionando com um vampiro emocional. Existem várias medidas que você pode adotar para “combater” pessoas tóxicas, caso você seja obrigado a conviver com elas. Mas como nada é obrigatório no swing, a melhor estratégia contra os vampiros é ficar longe. Para o seu próprio bem, literalmente!

Beijosssssssssssss

 

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3 Comentários
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Delta Rose
4 anos atrás

Esse texto foi assustador e esclarecedor ao mesmo tempo.
Tive uma primeira experiência em troca de casais no Carnaval, com meu marido. Primeiro encontro foi top! Menos de uma semana depois tivemos um segundo encontro com o mesmo casal. Nesse encontro já senti algo estranho, fiquei exaurida ao extremo e com uma angústia que durou dias, sabem?
Aí passei a pesquisar sobre e dei de cara com o texto de vocês. Muito apropriado! Agora vou tratar de cuidar disso.
Muito obrigada

Marcelo
5 anos atrás

Gostaria deconhecer uma casa de swing, pois sou gay e nossos mundos são muito parecidos. Amo vocês, continuem assim

Novato
5 anos atrás

Ótimo tópico, os vampiros estão em toda parte e no swing não poderia ser diferente, na verdade, numa relação sexual a troca ou absorção de energia é ainda mais ampliada.