Swingers Não Mordem!

Quando li esse texto da Geni tinha acabado de visitar minha família de origem. Fui muito bem recebida por sinal, sem estresse, sem tentativas de recatequização ou retaliações psicológicas; exceto por um parente. Resolvi compartilhar esse momento aqui no blog pra lembrar que swingers não mordem! E pra que a gente entenda que se tem uma coisa que nós não temos o menor interesse em fazer é “catequizar” os monos.

Nós não iremos “pra cima” de vocês, não tentaremos “convencer” de que nós é que estamos certos, muito menos obrigaremos vocês a conviverem conosco se não quiserem. Nossa premissa é a liberdade; justamente por isso enfrentamos o padrão e não nos interessa fazer com que a “nossa visão” seja o “novo padrão”.

Nossa visita foi divertida! Rimos, brincamos, lembramos histórias… no fim, somos todos seres humanos buscando viver da melhor forma que podemos. O pânico moral (ou de qualquer outro tipo), paralisa. E, estando paralisados, viver da melhor forma que podemos se torna uma busca inalcançável.

O Aumento da Visibilidade da Não Monogamia e o Pânico Moral

Por Geni Núñez

Tudo que é hegemônico se pretende universal, algo que por ser tão “normal” nem precisaria ser qualificado.

Por isso que nomear a branquitude, a heterocisnorma, o monoteísmo cristão e a monogamia incomoda tanto: querem ser apenas “humanos”, que seu Deus seja o único, que sua forma de se relacionar seja simplesmente “o amor”.

Nomear a monogamia dessa maneira crítica é um exercício político que tem tido maior visibilidade mais recentemente.
“Essa é minha escolha pessoal, é meu direito!”, apressam-se a dizer.

Antes imaginavam ter o monopólio do que era relação amorosa, do que era família, laço, afeto.

Qual não é sua surpresa e desagrado em perceber que essa disrupção está cada vez mais próxima, que agora um colega do trabalho já consegue separar amor de monogamia, que um crush não toma por óbvia a exclusividade sexual, que um amigo já não acha mais tanta graça em piadas que positivam posse e controle, que sua prima usa as redes sociais para compartilhar perspectivas dissidentes e etc.

A hegemonia morre de medo de que façamos o mesmo que eles, que agora a não monogamia se torne uma lei impositória da mesma maneira que fizeram com a monogamia há tantos séculos.

Quase torcem para que nossas atitudes sejam “as mesmas” que as suas para se vingarem de nossa desobediência e comemorarem nosso suposto fracasso: “viu, não falei que não funcionava? Você é igual a mim”.

Mas de todo esse ressentimento…

…talvez o maior medo da monogamia é que a não monocultura entre em sua casa, em sua cama. E se apavoram em pensar que seu namorado, sua esposa também se interesse por tamanha “libertinagem”.

Mesmo que haja bilhões de monogâmicos no mundo, nosso punhado de dissidência se torna uma grande ameaça, pois a hegemonia só descansa quando pensa que converteu o mundo todo.

Assim como a família lgbfóbica tem medo de que seus filhos “percam a cabeça” e sejam influenciados pela dissidência de gênero, os crentes da monogamia também temem nossa suposta “catequização”.

Mal sabem que o sonho de impor leis morais sobre o corpo alheio nunca foi nem será nosso, é impossível impor autonomia.

Sem o véu do pânico moral, o que antes era uma ameaça agora pode se tornar um abraço.”

Em resumo, nós estamos super bem sendo liberais e também estamos de boa com vocês, sejam quem for, sendo monogâmicos. Bora trocar o pânico por um abraço?

Beijossssssssssss

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Fernando
2 anos atrás

Então… eu tenho uma visão um pouco mais complexa sobre isso. Existem duas coisas que precisamos conjugar: o ideal, a meta final; e a atitude pragmática, viável. Meu ideal é, sim, o fim da monogamia. Afinal, monogamia pode ser definida como a proibição de se envolver (afetiva ou sexualmente) com outra pessoa uma vez que você já escolheu alguém pra se relacionar. Ênfase na palavra “proibição”. Se você é não-monogâmico(a) e quer se relacionar com uma só pessoa, você pode. Se alguém precisa te proibir de se relacionar com outras, é porque você não quer ficar só com uma. Então,… Leia mais »

Andrey Brugger
2 anos atrás

Você, Márcio e Geni, imprescindíveis para um mundo mais afetuoso e liberto. Maravilhosos! Que texto, havia respostado no meu instagram!