O Que Aprendi em 2022

Como disse em outro post, esse ano foi desafiador. Mas se tem uma coisa que aprendi é que mesmo quando a gente está focado num objetivo, a vida segue trazendo mais alegrias do que tristezas. Eu disse pro Marcio que me sentia feliz por estar gravando o SalaZ Talk Show (já já eu falo mais sobre isso) porque achei, sinceramente, que terminaríamos mais um ano sem um podcast pra chamar de nosso e isso mde deixava extremamente frustrada!

Nossa saga com podcast começou em outubro de 2021, quando uma produtora do sul nos convidou para entrar no casting deles. Conversa vai, conversa vem, no dia de assinar contrato aconteceu um imprevisto muito louco e achamos que era um sinal para não seguirmos em frente. Em 2022 tivemos outras duas propostas de produtores e investidores que tiveram o mesmo final: tudo certo, mas na hora fechar contrato acontecia alguma coisa inexplicável.

Eu me sentia derrotada e muito frustrada por não ter alcançado esse objetivo, já pelo segundo ano consecutivo, quando… de repente, uma luz me iluminou e eu saquei o que é que deveria fazer. Estava tão focada no podcast que não enxerguei um formato Talk Show, prontinho na CasaZ. Bem debaixo do meu nariz! (se fosse um comedor tinha me fodido e eu nem ia entender nada… kkkkkk)

E isso aconteceu no último mês do ano, mas como já estava tudo pronto, só precisávamos dos convidados para gravar o primeiro episódio do SalaZ Talk Show. E assim eu terminei o ano de 2022 muito feliz e 100% realizada!

SalaZ e CasaZ

Nossa rede social liberal (SalaZ) e nosso espaço de humanização de práticas sexuais não convencionais (CasaZ) que carinhosamente chamamos de sede da SalaZ foram nossas maiores conquistas, trazendo consigo nossos maiores aprendizados de 2022. À frente de dois projetos gradiosos eu, Marina, aprendi:

1 – Não me arrepender do bem que foi feito

Quando nos decepcionamos com alguém logo pensamos “não devia ter ajudado, não devia ter me doado, etc.” Mas uma amiga me disse para nunca me arrepender de ter feito o bem, mesmo que o outro não entenda aquela ação como um “bem”. Esse pensamento me deu forças pra levantar, sacudira a poeira e retomar a fé que eu sempre tive nas pessoas.

2 – Empreender é para os resilientes

Nenhum negócio começa lindo maravilhoso. Aprendi a ativar o modo paciência a nível hard, a ouvir críticas e reter o que faz sentido para o nosso negócio, a observar lobos em pele de cordeiro fomentando contra nosso negócio e permanecer trabalhando em silêncio… Uau! Nem eu achava que era capaz de ser tão resiliente.

3 – Direcionar minha energia para causas próprias

Tantos anos promovendo quem trabalha para o meio liberal nos acostumou a trabalhar para o negócio dos outros. Promovemos sites, bares, lojas, festas em seus inícios, e agora que chegou nossa vez de começar um negócio, nem todos nos promoveram de volta. Isso me ensinou a olhar para nossos projetos com olhos de empreendedora e inverter a situação: primeiro empregar energia nos nossos negócios, com nossos parceiros.

E eu, Marcio, aprendi em 2022

1 – Nada acontece por acaso, sem esforço, sem luta, sem perseverança

A ideia do SalaZ é antiga, faz tempo que tinha a certeza que precisávamos ter uma rede social nossa, onde pudéssemos cuidar dos membros do jeito que sempre achamos que deveria ser feito. Tivemos várias tentativas, várias parcerias que no final não foram pra frente, mas finalmente conseguimos colocar no ar o SalaZ. Foi lançado em Fevereiro e estamos na luta para que ele se torne tudo aquilo que queremos que ele seja. É um processo, mas o principal já temos desde o início, respeito a todos que estão ali fazendo parte.

2 – Pessoas são seres humanos, ou seja, uma hora ou outra podem errar

Parece redundância falar que pessoas são seres humanos né? Mas fiz questão de colocar dessa forma para lembrarmos que errar é humano. Às vezes ficamos com a impressão que algumas pessoas são extraterrestres, não erram nunca. Isso não existe. Todos uma hora ou outra acabam errando. Agora, a grande diferença entre as pessoas grandes e as medíocres é que os medíocres não reconhecem seu erro. Seguem achando que são perfeitos, que o que fizeram não traz consequências, acham que existe algum “complô maquiavélico” e por isso pessoas se afastam. Aprendi a aceitar isso, pessoas erram, mas só àquelas que assumem seus erros são dignas de novas oportunidades.

3 – Liberdade é importante, mas querer forçar que todos aceitem nossas escolhas é tirania

Entender que mesmo na liberdade existe a responsabilidade é um desafio diário. Liberdade é poder fazer de tudo, mas nem tudo nos convém. Nossas ações trazem consequências, não estamos sozinhos no mundo. Nossa liberdade pode afetar as outras pessoas, pessoas que amamos e que estão próximas de nós. O que cada um sente em relação aos nossos atos de liberdade não podemos controlar. A nós, cabe a análise e a medida entre a liberdade e a responsabilidade.
Até posso fazer isso, mas me convém? Qual o resultado? Vale a pena? Estou preparado para as consequências? Essas são perguntas que precisam estar em nossa mente sempre que nos depararmos com impasses sobre a nossa liberdade.

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Andrey Brugger
1 ano atrás

Queridos, que lições preciosas! 2022 foi realmente um ano de aprendizados e resiliência; desejo que 2023 vocês colham muitos frutos (ainda mais), que sejam doces, como merecem! Forte abraço, feliz e expansivo novo ano!