Swinger Vigarista

Hoje é segunda-feira mas tenho certeza que ninguém está desanimado porque falta pouco para o carnaval. E como é inevitável não pensar em toda a alegria que esse feriado pode trazer, hoje quero trazer um caso que aconteceu conosco – no carnaval, claro!

Foi num ano em que viajamos junto com amigos, éramos mais de 10 casais no mesmo hotel. Fechamos quarto juntos, saíamos para a praia juntos, mandamos até fazer camisetas com os nomes dos casais. Era aquele comboio saindo do hotel para almoçar, jantar e ir para as festas, porque gostávamos de estar juntos sempre. Era uma alegria só!

Até o momento em que chegou um casal novo no grupo (vou chamar de Casal X), que um dos amigos tinha feito contato e levado para a praia, onde estávamos todos juntos. Aos poucos, todos foram se aproximando da novidade para se apresentarem e o papo ia fluindo, ampliando a rodinha da conversa de dois casais para 5 ou 6. Aí começou o problema.

Porque o casal que tinha feito o contato com o Casal X reuniu os amigos e disse que ninguém poderia ficar com o casal X antes deles. “Eu fiz o contato, o direito é meu”. Apesar de acharmos esse pensamento ridículo, deixamos que o bonde seguisse. O problema ficou sério quando o “proprietário” do Casal X começou a fazer cara feia quando qualquer um dos amigos se aproximavam dos novatos. Chegou ao ponto de nós não podermos nem dizer “bom dia” para o Casal X sem que recebêssemos bronca em forma de briga mesmo!

Um dia estávamos todos no café da manhã conversando sobre a noite anterior (café da manhã news: quem tinha feito o quê com quem rsrsrsrs):

— Vocês saíram ontem? — Perguntamos para o casal que tinha feito o contato.

— Não… nós falamos com o Casal X mas eles já tinham compromisso.

Nesse momento chegou outro casal do meio, que não estava no nosso grupo mas que já conhecíamos, com uma carinha de quem não dormiu nada a noite toda; perguntamos:

— E vocês, amigos, não os vimos ontem! Onde estavam?

— Ah, nós saímos com um casal aí, não lembro direito o nome… acho que era casal X.

Imediatamente todos que sabiam do “direito” requerido pelo casal que fez contato começaram a rir. Eu e o Marcio também caímos na gargalhada, foi inevitável. Mais do que isso, a situação foi tão engraçada que até o casal que tinha feito contato começou a rir de si mesmo.

— Vai Dick Vigarista! Ficou colocando barreiras no caminho? Veio outro, pegou um atalho e ganhou a corrida maluca! — o Marcio falou. E essa alegoria foi tão perfeita para o momento que até hoje quando encontramos alguém desse grupo lembramos do Dick Vigarista.

É claro que uma postura dessa não poderia dar certo. Essa história marcou o fim desse grupo – nunca mais fizemos nada juntos; marcou o fim da nossa amizade pessoal com o casal Vigarista – brigaram tanto com a gente por causa de sexo que não tinha mais como chamá-los de amigos; e deixa um lição importante para os swingers: ninguém é dono de ninguém.

Pessoas não são propriedades para que alguém ache que tem “direitos”. Também não são escravos para atender a “prazeres” de seus “senhores”. Pessoas não são um prêmio e o sexo não é uma corrida maluca. É bom ter isso em mente para que o seu carnaval não se transforme num inferno porque você só transou com 1 casal enquanto o outro transou com 10.

Esse pensamento é ridículo sim e não leva a lugar nenhum, nem traz nada de bom. Mesmo que o sexo pelo qual você corre atrás seja o melhor da sua vida, ele vai passar porque é só sexo. Não deixe que ele seja mais importante do que o seu marido, sua esposa, seu amigo, sua amiga…

Se alguém tiver que ser escravo, que seja de sua moralidade; se tiver que ser propriedade, que seja apenas de si mesmo. 

Beijosssssssssssss

 

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Sdesafo
5 anos atrás

Isso vale não só para o swing vale para a vida geral ninguém é objeto para ser possuído em nenhuma circunstância