O Que Os Outros Vão Pensar

Sabem, uma das coisas que mais atraiu quando entramos no swing era não ter que dar satisfação a ninguém. A gente passava a semana trabalhando, cumprindo compromissos, engolindo sapos… mas quando chegava na casa de swing éramos só nós dois, nossos desejos, nossas fantasias. Éramos livres pra fazer o que quiséssemos, quando quiséssemos e onde quiséssemos.

A gente chegava cedo, tomava uma dose de bebida… dançava na pista, subia no balcão… transava em sala coletiva, em glory hole… e ter a sensação de fazer tudo isso sem ter que se explicar pra ninguém era quase orgástico. Ô delícia…!

Quando a gente não estava afim de transar com algum casal a gente simplesmente falava “não” e pronto. Também não ligávamos pra fazer amigos, a nossa intenção no swing era transar com quem a gente queria, quando a gente queria. O botão do foda-se era nosso companheiro constante: não gostou do que a gente falou, fez ou escreveu? Foda-se, o problema é seu.

Com o tempo a gente foi entendendo que o swing não era só sexo, entramos em comunidades, fizemos amigos. Aprendemos que o swing é um reflexo da sociedade PB e nem sempre apertar aquele botão é a melhor opção. Mas tem coisas no swing, caros leitores, que não dá pra ficar fazendo a vontade dos outros. Quando o assunto é sexo (que é o objetivo do swing embora esteja esquecido por muitos casais… hehehe) a gente tem que apertar o foda-se e curtir o que a gente quiser.

(Até porque sem o foda-se fica meio difícil fazer sexo… kkkkkkk).

Pois bem, dito isso, me preocupa a quantidade de casais que a gente encontra por aí que estão mais preocupados com o que os outros vão pensar do que com aquilo que eles querem fazer. Não transam em público porque, o que será que os outros vão dizer… Ou não transam com um casal que não é popular, ou não transam com um single, ou casal fake, etc, etc, etc. Tudo por medo do que os outros vão pensar, dizer, apontar…

Isso me preocupa tanto porque o foco do swing se desvia com esse tipo de pensamento. Quando o casal se preocupa mais com o que os outros vão pensar do que com o que ele tá afim, o que se vê por aí é um desfile de egos, uma coleção de amigos e zero de sexo trocado.

Não são poucos os casais que vejo pelos cantos na casa de swing, olhando e morrendo de vontade de tirar a roupa ou dançar no balcão, mas travados pelo medo do que os outros vão pensar. E aqueles casais que tem vontade de trocar mas não vão, e não é por falta de coragem: é por pensar o que os outros vão achar se alguém vê-los trepando numa salinha. Já levamos fora de casais que estávamos afim porque eles não queriam transar em sala coletiva (a única disponível naquele momento) com medo de que outros vissem que estavam conosco.

Outro dia me disseram que eu tinha que me preservar, que não podia sair dando pra qualquer um, que poderia queimar meu filme. “Você é a Marina, “A” famosa Marina!” é o argumento usado por alguns conselheiros swinguísticos pra me convencer de que eu tenho que transar com quem as pessoas acham que eu devo; ou no lugar onde elas pensam que eu transaria. Mas não faz muito sentido, né, só porque eu sou famosa para alguém devo fazer aquilo que os outros querem que eu faça? Isso não me parece muito liberal, muito menos parece swing.

Queridos, a única pessoa a quem você deve alguma satisfação dentro do swing é ao seu marido (ou sua esposa). Estando o casal de acordo sobre o que vocês vão fazer no swing, foda-se os outros! Foda-se o que os outros vão pensar, foda-se o que eu digo! Eu não sei como tem gente que se diz do swing e fica apontando o dedo pra quem transa na pista de dança ou faz sexo com um casal que, pra ele, não é bonito o suficiente.

O foda-se no sexo é fundamental (meio redundante, né?) e apertar o botão do foda-se no swing é libertador. Liberal de verdade, swinger de verdade, faz sexo com quem tem vontade, quando tem vontade e onde tem vontade. E foda-se o que os outros vão pensar ou falar desde que você e seu parceiro estejam curtindo o swing como deve ser. Já diz o ditado que fofoca é falta de sexo, né? Que tal praticar mais swing e pensar menos na vida dos outros?

Beijosssssssss

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Ricardo
6 anos atrás

Muito legal o seu ponto de vista, principalmente o botão do foda-se, o que necessariamente não significa que somos passíveis de qualquer tipo de abordagem, nem muito menos de fazer o que os outros acham que é certo. O que é certo para um, é errado para outro. E assim vai, o importante é o respeito mútuo. E fodam-se os fofoqueiros.

Tiani
7 anos atrás

Marina, pura verdade! Dá pra ver na cara da pessoa que ela tá afim de fazer alguma loucura mas não faz por medo do que os outros vão pensar. Pior ainda são aqueles que não fazem nada e ficam falando mal de quem faz. Detesto gente assim