Trapeze, Uma Casa de Swing em Miami

E claro que a gente não perderia a oportunidade de conhecer uma casa de swing nas nossas viagens. Seguindo indicação de amigos, fomos conhecer a Trapeze, em Fort Lauderdale. Perto de Miami, levamos cerca de 40 minutos no percurso entre Miami Beach e a casa de swing.

Era um sábado, perto de 23:00 e havia uma fila de 6 ou 7 casais para entrar. Um segurança ficava do lado de fora, permitindo a entrada dos casais (somente casais) conforme liberava espaço no pequeno hall da recepção. Soubemos que naquele dia a casa de swing estava excepcionalmente lotada (e estava mesmo…).

Havia a possibilidade de colocar nome numa lista caso a gente fosse membro ativo de uma comunidade swinger internacional; nesse caso a entrada na Trapeze sairia a 90 dólares o casal. Como nosso cadastro no SDC não estava ativo, fomos seguindo aquilo que o site da casa de swing dizia: 80 dólares.

Ao entrarmos, a recepcionista disse que deveríamos fazer um cadastro em um dos caixas de auto atendimento ali mesmo, dentro do hall; e só depois voltar à recepção. Perdemos uns 5 minutos preenchendo o formulário e voltamos à recepção. A moça, muito gentil, perguntou se tínhamos bebidas (vou falar sobre isso mais à frente), entregamos nossas garrafas, colocou uma pulseira na gente e entregou um cartão com o nosso número de membership.

O valor cobrado foi de 130 dólares, porque além dos 80 anunciados no site, era precisa pagar uma taxa de afiliação de 50 dólares – que serve por 2 meses, mesmo que a gente não volte lá pelos próximos dois anos.

Assim que a gente passa pela porta de entrada, damos de cara com a pista de dança – não muito grande, fica num nível mais baixo que o piso regular. Tem que descer uma escadinha de dois degraus para entrar nela. O DJ fica em cima de um cubo de cimento num lado da pista. Ao redor, mesas encostadas em uma mureta de proteção são concorridas por quem quer ter uma boa visão da pista. Encostado nas paredes ficam sofás mais confortáveis, tipo lounge, com mesas de apoio para os copos.

Do lado direito da entrada tem um bar, com uma mesa balcão coletiva no meio do corredor. Estava tudo cheio, lotado, quase impossível de andar por ali. Em frente à entrada, atrás do muro do DJ, tem um buffet de comida: arroz, carne, frango, peixe, saladas variadas… tudo à vontade e incluso no valor da entrada. A comida era boa mas nada que superasse um restaurante de verdade.

A gente não se serve, é buffet mas tem pessoas que colocam a comida no prato. Depois a gente vai pra um espaço à direita do buffet – com mesinhas individuais e um balcãozão coletivo – senta e come. Alguns casais aproveitam essa hora pra puxar conversa, principalmente no balcão coletivo. Vai que pinta uma afinidade, né?

Depois de comer um pouquinho, fomos conhecer o resto da casa de swing. Ao lado do buffet tem outro bar, à direita desse bar são os banheiros e à esquerda, o reservado. Uma segunda recepção aparece antes da porta do reservado, que fica sempre fechada. Uma pessoa te atende ali, troca o copo de vidro de bebida por um de plástico e te leva para um vestiário.

Daqueles de estádio de futebol, onde a galera tira a roupa, guarda num armário e o atendente marca o número do armário na sua pulseira antes de trancá-lo. A gente se enrola numa toalha branca e pronto: já podemos entrar no reservado.

Passando pela porta demos de cara com outro bar – alguns casais estavam sentados nas banquetas. O corredor faz um U com salas coletivas, camas gigantes, salas espelhos e salas com glory hole como de praxe em casas de swing. A diferença é que todo mundo perambula de toalha branca, como se estivessem num desenho do Gasparzinho. Ou num joguinho do Pac Man.

A música do reservado é ambiente, totalmente diferente do eletrônico da pista; o bar é mais requintado, os sofás também são mais bonitos, enfim, é como se a Trapeze fosse duas casas de swing completamente diferentes: a balada e o reservado. Uma não tem nada a ver com a outra e por incrível que pareça, o reservado é muito mais elegante.

Saímos do reservado, vestimos nossa roupa de novo e voltamos pra balada; já era hora do café da manhã. O buffet de comida foi trocado por opções do café americano: panquecas, omeletes, hash browns… e a fila pra comer estava grande! Conforme o pessoal ia tomando o café da manhã, a casa de swing ia esvaziando. Olhei no relógio, 2 da manhã. Só uma ou duas pessoas dançavam na pista; outros 3 ou 4 casais estavam nas mesas ao redor e não parecia que o reservado estava superlotado. Hora de ir embora.

DICAS:

A Trapeze não vende bebidas alcóolicas, ou seja, você tem que levar a sua. Na recepção eles colam um número nas suas garrafas que é o mesmo que estará no seu cartão de membership. Assim que entrar na casa de swing, deixe sua bebida em qualquer ponto de bar e sempre que quiser uma dose, é só pedir e mostrar o cartão com a numeração.

Swing lá começa cedo e acaba cedo. Geralmente, das 9 da noite até 2 da manhã. Quase ninguém passa disso.

Não precisa tirar toda a roupa pra entrar no reservado, pode ficar de roupa de baixo e sapatos.

Pare no valet. Custa 5 dólares e é dirigido por brasileiros. Eles estacionam os carros fora das marcações justamente pra “reservar” pra eles mesmos e caber mais carros. O Marcio rodou três vezes todo o estacionamento, achou 5 ou 6 vagas “reservadas” e não pôde estacionar, sendo obrigado a pagar o valet.

OPINIÃO PESSOAL:

É questão de cultura, mas o swing é bem diferente do que estamos acostumados por aqui. Não é uma casa de swing maravilhosa, até o local dela parece uma loja comum, dentro de uma espécie de centro comercial. O cadastro dos casais poderia ser facilitado, pela internet por exemplo, pra evitar filas.

O esquema de levar a própria bebida é muito interessante, mas o esquema de ter um buffet de comida dividiu as opiniões por aqui. O Marcio achou bacana, eu achei que poderia ser mais sofisticado. Do jeito que é me sinto comendo numa bandejão universitário. Mas numa coisa a gente concordou: um café quente na hora da saída faz maravilhas pra quem passou a noite dançando e transando; poderia ser adotado por todas as casas de swing aqui no Brasil, fácil fácil.

O negócio de virar “fantasma” pra transar não rola. Um bando de gente andando de toalha branca é broxante. A gente só transou lá porque o casal era muito bonito, tinha um bom papo e estava afim da gente. Também não é nada sedutor aquela área do vestiário. Na verdade achei ridículo e fiquei com um puta mau humor sendo obrigada a tirar a roupa pra entrar no reservado. Acredito que quem vai sempre e já está acostumado não tenha tanto problema, como disse no começo, é questão de cultura.

Voltaria outras vezes? Sim, com certeza! Não é a melhor casa de swing do mundo mas é uma casa de swing. Pra quem gosta da coisa, tá ótimo!

Beijossssssss

 

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Rick
9 meses atrás

Nossa, que cansativo!!!!…levar a própria bebida, ter que tirar a roupa..affff….as do Brasil são realmente melhores

Levi
1 ano atrás

Ola tudo bem eu moro na Califórnia usa tenho muita vontade de ir em uma casa de swing com minha esposa mais ele fica dizendo que uma bobagem mais e um sonho meu de ir com ela

Carlos Aline
5 anos atrás

Moramos na Florida e já fomos varias vezes ao Trapeze , infelizmente a faixa etária é um pouco elevada e ter que tirar a roupa e andar de toalha branca é broxante , estamos morrendo de saudades dos clubes de SP

ksallove1
5 anos atrás

olá Marina e Marcio tudo bem? Vimos a matéria sobre o Trapeze e pretendemos conhecer o clube nos próximos dias. Agora ficou uma dúvida: se todos andam somente de toalha, como fica a questão das camisinhas? Acreditamos que tenham vários pontos espalhados pela casa onde possamos pegar as camisinhas….Please…nos esclareçam essa questão….grande abraço ao Casal…