Swing: Não Gosta ou Tem Medo de Gostar?

você não gosta de swing ou tem medo de gostar?

Esses dias conversava com um fã pelo Instagram que me contava das dificuldades que tinha com a esposa em relação ao swing. Ela, aparentemente, curtia a ideia e se excitava bastante, mas na hora de partir para a prática, travava. Lembrei que eu era assim, antes de me aceitar como sexlover, e queria compartilhar o quanto eu não queria saber de swing com vocês.

Falando agora vocês podem até pensar “ah, tá, Marina… até parece que você não queria” mas a verdade é que eu nunca imaginei que viveria uma relação liberal. Fui criada com um monte de princípios religiosos na cabeça, mais um monte de conceitos arcaicos machistas; a transformação de água para o vinho não foi fácil.

Depois da primeira vez que pisei numa casa de swing (e saí de lá dizendo que não voltaria nunca mais) a questão do sexo com outras pessoas junto com o meu marido não me saiu da cabeça. E quando a gente fica pensando numa coisa parece que a gente vê essa coisa em tudo quanto é canto, né?

Lembro que um dia estava dirigindo e ouvi uma entrevista no rádio. Era um psicólogo dizendo que certas fantasias não precisam ser realizadas, devem ficar somente na imaginação. “É isso!” pensei comigo, eu não tenho que praticar swing, vou ficar só na fantasia.

E acreditei mesmo nisso. Acreditei que eu ficaria satisfeita só fantasiando as mais diversas loucuras, sem colocá-las em prática. Era cômodo, era perfeito, ninguém nunca saberia a tarada que eu sou muito menos me julgariam de pervertida.

PARÊNTESES: é aqui que muitas pessoas costumam travar. Porque é preciso coragem para mudar seu mundo. É preciso coragem para dar a cara a tapa, para ser chamada de vagabunda e continuar plena. A maioria das pessoas não está preparada para enfrentar seus monstros internos e se posicionar frente à sociedade como ela realmente gostaria de ser e acaba vivendo uma vida que não a faz feliz.

A minha coragem para mudar veio de uma tentativa de suicídio. Foi quando eu parei e disse pra mim mesma: que porra é essa? Porque eu não quero mais viver? O que está acontecendo? Eu, que sempre fui tão cheia de vida, alegre, otimista… me vi arrasada no chão do banheiro querendo acabar com tudo.

E como eu decidi viver, decidi que a partir daquele momento eu faria as coisas do jeito que eu queria, não do jeito que os outros queriam. Dei outra chance ao swing e descobri que era muito mais (mas muuuuuuuito mais) do que sexo com outros. As neuras que eu tinha sobre o swing foram desaparecendo à medida que eu entendia o quanto esse estilo de vida me fazia bem e fazia bem ao meu casamento.

Por isso eu fui me abrindo a novas experiências, aos poucos, porque aprendi por mim mesma que antes de dizer “não quero” deveria avaliar se eu não queria mesmo ou se era só medo. O Marcio me pedia pra beijar outra mulher, pra encostar nela, pra chegar mais perto… essas coisas que todo marido faz com a esposa e que com a gente não foi diferente.

Eu queria morrer por dentro, mas não porque eu não queria fazer o que ele me pedia, e sim porque eu tinha medo da pessoa me rejeitar, me olhar feio, dizer que não me queria. Ah, como era difícil pra mim suportar uma rejeição… e entendo como é difícil para muita gente dar um passo para o swing por achar que não vão gostar deles. No fundo, todo mundo quer ser aceito, e faz de tudo – e mais um pouco – para isso.

Não seria ótimo encontrar um lugar onde você é aceito do jeito que é? Não digo que a prática do swing é esse lugar, mas definitivamente o ambiente liberal é o espaço mais democrático que eu já vi. Mais do que denominações religiosas, que pregam o amor ao próximo mas na prática, o amor ao próximo só vai rolar se o próximo parar de beber, de fumar, de usar roupas escandalosas, de ser homossexual, etc, etc, etc… ou seja: se ele se encaixar no protocolo.

No mundo liberal é ele que se encaixa em você (ui, delícia!). São as fantasias que ele abrange, as experiências que ele proporciona, as comunidades que ele abraça; tudo acontece naturalmente conforme você vai se descobrindo e avançando nesse universo.

Chega de preconceito, né? Olhe para si e pense seriamente se você não dá um chance para o swing porque não quer mesmo ou porque tem medo de se enxergar como realmente é – e não como os outros quer que você seja. Este pode ser o início de uma nova vida pra você.

Beijossssssssssss

 

 

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Observador
1 ano atrás

Por ser cisgenero mas homo, ai relações que tive foram fluidas, com solteiro ou marido! Curiosamente, Não teve nenhum que cogitou trisal “eventual”, nem a esposa que teve a iniciativa de flagrar marido transando comigo!

Isa
4 anos atrás

Olá, qual a melhor balada swing aqui em SP Hotbar ou Inner?

mariana
4 anos atrás

Oi gene , Tirando o trapezio e a Velvet , existe outra casa de swing na Florida ?
As Casas de strip tease são liberais também para quem vai assistir ou só para quem trabalha lá

Marcos A.
4 anos atrás

Como já falei em outros posts de vocês ou por e-mail, não me lembro, se cada um tomasse conta da sua vida e se importasse realmente em ajudar o próximo sem interesse, o mundo seria melhor. Não estou dentro do swing mas respeito e muito quem está. Não conheço ou se conheço algum casal swinger, fora do mundo virtual, não teria o menor problema em conviver, pois, sei que sempre serei respeitado.
Que todos sejam felizes nas suas vidas e que a intimidade do casal não seja avaliada ou julgada.
Um abraço pra vocês.

Willian
4 anos atrás

Perfeita explanação!!!!