Swing não é Puteiro

É impressionante como as pessoas confundem as duas coisas, seja por desconhecimento, por preconceito ou porque aprendeu que sexo é sinônimo de prostitutas. Apesar de já ter falado sobre o leque de práticas sexuais não convencionais que se abrigam na aba do swing, talvez algumas pessoas ainda não tenham entendido direito – ou realmente não leram os outros artigos. Então, como já estou ficando cansada de responder perguntas confundindo as duas coisas, vou escrever hoje somente sobre isso: swing x puteiro.

Começando pelo fato de que o swing é feito para casais, de preferência que tenham um laço emocional forte (casados, noivos, namorados). Como esse público, apenas, não é suficiente para manter um negócio funcionando (assim o dizem… será?) as portas são abertas para solteiros, homens e mulheres.

Para chamar público, as mulheres solteiras pagam uma merreca enquanto os homens solteiros pagam o dobro ou triplo de um casal. Considerando que os hormônios sexuais masculinos falam mais alto do que os femininos, os solteiros procuram entrar numa casa de swing mais vezes do que as solteiras.

As lindas e espertas garotas de programa já sacaram que existe aí um nicho muito lucrativo a ser explorado, por isso ficam à disposição nas proximidades das casas de swing, só esperando um solteiro desesperado para entrar com eles. Elas cobram bem mais caro do que um programa comum, eles pagam e bimba! Lá vão os dois para a casa de swing como se fossem um casal qualquer.

Isso é o básico, amigos, mas ainda tem toda aquela fantasia – que todo mundo tem – de que o swing é putaria, ou seja, você vai numa casa de swing e vai poder fazer de tudo com qualquer pessoa. Tem gente que acha mesmo que numa casa de swing todo mundo anda pelado, daí passa por alguém com a bundinha redonda e já sai enfiando o dito cujo lá dentro, assim, como se todos estivessem à disposição o tempo todo, sem restrição nenhuma. É bem aquele ditado “tá na chuva é pra se molhar”. Tem gente que pensa que é assim. E ainda ouve falar que tá cheio de puta na casa de swing, pronto: tá feita a confusão.

As pessoas precisam entender que no swing, não é porque a mulher gosta de ouvir palavrão na hora da transa que ela é puta. Nem mesmo porque o marido divide a mulher com outros homens ele é corno. Não é a roupa da mulher nem a forma que ela dança que a transformam em puta. Não é a realização da fantasia sexual que transforma o homem em corno.

Apenas para esclarecimento, o dicionário michaelis define corno como marido a quem a mulher é infiel. O swinger não pode ser corno porque swing não é traição, é estilo de vida consensual do casal. E puta é aquela cuja profissão é transar, sendo assim, dificilmente a mulher swinger será mesmo uma prostituta. Concluímos então que um casal swinger não é nem corno nem puta.

Essa visão é tão retrógrada quanto o telégrafo e quem pensa dessa forma não passa de um falso moralista do tempo das cavernas. Podem ter certeza que esse papinho de que quem vai pro swing é corno e puta só vem de quem tem limitações cognitivas (é burro mesmo e não consegue entender a língua portuguesa ou tem preguiça de usar o cérebro). Repete aquilo que os outros já falaram, sem um mínimo de pesquisa ou um pingo de atitude para definir sua própria posição na vida. Credo!

Então, querido leitor, quando você for numa casa de swing lembre-se que você não vai sair transando com qualquer pessoa que estiver lá. Muito pelo contrário, pode ser que você não transe com ninguém! Ali, meu bem, só as GP´s se darão ao trabalho de foder com qualquer um e mesmo assim, mediante pagamento.

Os swingers não são assim. Eles gostam da “caça”, de olhar, de seduzir, de escolher quem os atraiu e então, só então, partir para a transa. Claro que existem as mais diversas fantasias sexuais a serem realizadas numa casa de swing, tem casal que gosta de transar em grupo, tem casal que gosta de transar com vários solteiros, tem casal que só quer olhar e se excitar e mais uma série de coisas que é de cada um.

Justamente por isso, nada numa casa de swing será obrigatório ou imposto; ninguém pode forçar nada com ninguém, tudo ali é feito de livre e espontânea vontade. Se não existe consenso de todas as partes envolvidas não há sexo. Isso quer dizer que você pode fazer tudo o que você quiser sim, desde que a outra pessoa também queira.

Não invada o espaço do outro, não tire o direito do outro nem saia pegando no outro sem que ele permita. E não vá numa casa de swing achando que todos estarão à sua disposição. A menos que você seja um Brad Pitt e uma Angelina Jolie, nada será tão fácil.

Swing tem regras, swing não é bagunça, swing tem etiqueta, swing tem vocabulário próprio, swing tem cultura. Tem que ralar, amigo, tem que ralar pra conseguir uma transa bacana. Tem que se vestir bem, tem que ser higiênico, tem que respeitar os outros, tem que saber seduzir. Não quer todo esse trabalho? Quer fazer o que quiser com quem quiser? Vá para um puteiro, pague quem você quiser e faça tudo o que quiser. Entenderam a diferença?