Na década de 90 as Spice Girls surgiram com o single Wannabe que acabou sendo um dos meus preferidos por causa das primeiras frases: I’ll tell you what I want, what I really, really want, So tell me what you want, what you really, really want. Isso pra mim resume tudo o que um relacionamento precisa para dar certo: eu digo o que eu quero, você me diz o que você quer. Tão simples, né gente? Todo mundo pede transparência, então porque raios é tão difícil encontrar pessoas que dizem o que querem?
Eu nem quero me aprofundar muito nos motivos porque eles são até meio que óbvios – medo, sentimentos de inferioridade, querer passar uma imagem de bonzinho, aproveitar alguma vantagem que essa relação oferece. Mas quero me dedicar mais às relações swingers que, ao invés de cultivarem a honestidade, escolhem manter a ilusão de que o outro nunca vai descobrir “what I really, really want”.
Vamos partir do princípio? Antes de pensar em swing é quase certeza que o casal vivia uma vida monogâmica tradicional, do jeitinho que foi ensinado. Só que daí, começa a ver que esse negócio de casamento de aparências não é pra ele, que o casal não está muito à vontade seguindo a cartilha da sociedade (se case, arrume um amante, faça de conta que tem uma relação perfeita).
PARÊNTESES: Mais estranho ainda é saber que essa mesma sociedade que te pede um amante é a que valoriza a integridade, a honestidade, as boas ações, as transparências. Eca, gente… dá até nojo! Essa gente hipócrita pensa mesmo que tem o direito de enfiar o dedo na minha cara porque eu faço swing? Sério que você quer apontar o dedo pra mim? Você que mente, engana, trai… quer apontar o dedo pra mim?? hahahahahahahahahahahaha. Ah, vai fazer cara feia pro diabo!
O casal descobre que existem opções de relacionamentos nada tradicionais que parecem ser exatamente aquilo que ele pensa que uma relação deve ser. Mas e aí? Como chegar para o parceirx e falar o que ele realmente quer? O que o parceirx vai pensar? O que ele vai fazer? Como ele vai reagir? Todas essas dúvidas aparecem imediatamente na mente das pessoas e traz uma sensação gigantesca de medo.
Eu sou direta no que eu quero, sempre. Marcio brinca que deveriam ter mais mulheres no swing como eu, que quando estão afim de alguém, chegam e falam, vão pra cima, deixam claro o que querem. E vocês devem estar pensando que foi fácil pra gente entrar para o swing, já que nós dois quisemos ao mesmo tempo e nenhum de nós teve que passar pela situação de dizer o que realmente quer, certo? Errado. Eu tive que chegar para o Marcio, anos depois de vida swinger, e dizer o que eu realmente queria. Eu sei o quanto dá medo, eu sei que é como dar um xeque-mate na pessoa que você ama, e eu sei que a gente pensa que é melhor não contar nada, que é melhor ele não saber de nada, que é melhor eu fazer tudo o que eu realmente quero escondido, pra não magoá-lo.
Mas estou aqui pra dizer hoje pra você que não há paz no mundo que pague o sossego de uma relação transparente. E que mesmo morrendo de medo de perder o Marcio, eu disse o que eu realmente queria. Mesmo tremendo, com o coração quase saindo pela boca, eu disse. Disse e pronto. Passei um perrengue, é verdade, mas valeu cada segundo de sofrimento! Foi um alívio!! Principalmente quando eu vi que o Marcio não teve nenhuma das reações que eu pensava que ele teria: não brigou comigo, não saiu de casa, não disse que não faria. Pelo contrário! Agora que ele sabia o que eu realmente queria, ele também me disse o que ele realmente queria e nós dois pudemos trabalhar nossos expectativas dentro daquilo que nós dois queremos.
É por isso que eu digo com todas as letras: a melhor forma de relacionamento é a transparência. É ser honesto consigo mesmo e com o companheiro, e isso só acontece dizendo o que você realmente quer. Não tem outro jeito! Você pode mandar uma cartinha, escrever uma mensagem, mandar um áudio, vídeo… mas a única forma de dizer o que você realmente pensa é dizendo. Simples assim!
Beijosssssssssss
Parabéns pelo blog e pelo post. Transparência realmente é libertador. Porém, contudo, todavia, cá está um desses “membros da sociedade” literalmente afetado pelo padrão. Eu tenho um psicólogo, não se preocupem, mas achei válido compartilhar o caso e, claro, eventualmente saber a opinião de vocês. A história curta é que me enquadro no perfil “ótimo marido, pai, filho, profissional, etc.”… e tudo isso me contenta, e MUITO. Mas, como sabem, somos feitos de outras coisas, outras vontades, coisas que satisfazem o individual, que são nossas. Gosto de me divertir com amigos e conhecer outras pessoas, embora não tenha tanta disponibilidade… Leia mais »
É comum que o parceiro que recebe a proposta do liberal questione tudo isso aí que ela disse: “não sou suficiente, vc não me ama, tenho algum problema…” Os primeiros contatos liberais são difíceis mas garanto que a sementinha foi plantada. Tenho certeza que ela está pensando no assunto, justamente porque acendeu uma luz amarela pra ela: será que ele já tem outra? Será que ele não gosta mais de mim? Você pode ir voltando no assunto, de vez em quando, pra ir sentindo se teve alguma evolução da parte dela. Fora isso, não sei se tem muito mais o… Leia mais »
MUITO BOA a resposta, M&M. Obrigado! Já alguns posts ou entrevistas ou depoimentos de pessoas “experts” no mundo liberal mas sempre me pareceu intangível demais, “simples” demais, quando não necessariamente esse é o caso. Ler o post e a resposta foi muito interessante especialmente pra não me colocar como condescendente ou ter situações como a que comentei como válvulas de escape. Não quero ter válvulas de escape e mais do que isso não quero precisar delas. Comentei sobre insinuação porque foi mais ou menos nessa linha mesmo mas acho que a sementinha só ficou sobre a terra no jardim. Preciso… Leia mais »
Oi eu peço mil desculpas comentei aqui criticando de forma dura mas o bom do relacionamento de vocês é a honestidade. A forma que vocês se esforçam pro relacionamento funcionar é digna de elogios. No meu caso o relacionamento aberto não funciona porque eu tenho a necessidade de me sentir especial e se eu ver a pessoa que eu amo fazendo sexo com outro me sentiria mais ”um”. Já tive ficantes e mesmo sendo uma coisa leve não gostei muito de ver o outro cara beijar a moça. Bem no meu caso eu tenho tesão pelo sentimento de posse mesmo… Leia mais »
Roberto, não lembramos de um comentário seu mais duro, mas isso também não importa. A ideia aqui é debater ideias, e você trouxe nesse comentário a sua ideia sobre relacionamento, sem agredir ninguém. Pra gente tá ótimo, é isso que queremos! Nunca na vida nos interessa enfiar relacionamento aberto goela abaixo de ninguém porque as pessoas são diferentes e precisam de opções de relacionamentos que sejam diferentes e que se encaixam melhor no estilo de cada um. E se todos puderem conviver pacificamente, seria a utopia que eu também imagino possível!! Kkkkkk. Seja sempre bem vindo ao nosso blog para… Leia mais »