Nossa Visita à Imperium

E como vocês já sabem, começo de ano é hora de revisitar as casas de swing de São Paulo para contar manter a situação o mais atualizada possível para nossos leitores. E nesta semana foi a vez de voltar à Imperium, e devo confessar que esperava mais da casa, bem mais.

Não só foi decepcionante como foi triste, porque eu fico entre a cruz e a espada quando visitamos uma casa que não nos agrada e temos a difícil missão de escrever no blog que a experiência não foi boa. Isso porque sabemos que todo mundo tem problemas, altos e baixos e esperamos do fundo do coração que a fase de baixa seja passageira e em breve a gente possa escrever aqui uma experiência muito melhor.

Era quinta-feira e o tema da noite era gang bang, e eu juro pra vocês que estava bem animada, pensando em realizar  uma das fantasias que ainda não fiz. A entrada da casa não mudou, havia bastante carros na rua e na nossa frente, um single abria sua comanda na recepção – que continua pequena, do mesmo jeito.

O single pagou 150,00 para entrar e teve que acertar na entrada, prática diferente das demais casas, onde o pagamento é feito na saída, sempre. Enquanto não chegava a nossa vez de abrir comanda, observava as paredes da recepção: papel de parede dourado bem torto, como se tivesse derretido de alguma forma. O single entrou na casa, abrimos a nossa comanda e também entramos na casa. Foi quando levamos um susto!

Estava beeeeeeem diferente da outra vez que fomos. Na parede principal agora tem colunas de estrutura de palco ao ar livre (sabe quando tem show no parque e o povo monta aquela estrutura gigantesca de metal? É isso aí), iluminadas com um feixe de luz vermelha. O DJ, que antes ficava no segundo andar da casa, agora fica em cima de um palco, grande, montado onde havia apenas um queijinho com dois poles.

Bem na frente do palco, o bar. Antes ele ficava escondido embaixo do segundo andar da casa, agora ele é visível, de fácil acesso, iluminado e com duas barras para as mulheres dançarem no balcão. Eu preferia que tivessem três, uma em cada ponta para facilitar a subida da mulherada, e uma no centro, além da barra superior. Da forma que está, é bem difícil subir, mesmo com a escada estreitíssima à esquerda do bar, para subir ali é preciso ajuda de alguém que já está lá em cima ou um suporte de quem está embaixo.

No espaço onde ficava o bar, agora existem sofás: posicionados um atrás do outro em duas fileiras – igualzinho em ônibus. Do outro lado, a mesma coisa: sofás enfileirados como num transporte público. No centro, uma passagem para a chapelaria, banheiros e área reservada. Assim que deixamos nossas coisas na chapelaria, fomos ao banheiro porque estávamos apertados. No feminino, 4 cabines. Entrei em uma, havia xixi no vaso; entrei na segunda, também; só na terceira cabine consegui fazer o meu xixi – e dar descarga depois, né? Não tinha ninguém lá, nem funcionária nem cliente, era a única mulher no banheiro naquele momento.

Saí do banheiro, encontrei o Marcio e fomos para a pista, onde o DJ anunciava que o show iria começar: “venham todos para a pista, o show vai começar!” Escolhemos um sofá e nos sentamos, mas faltou coragem para me encostar no estofado que parecia sujo. Marcio encostou, mas quando saímos da casa me pediu pra ver se não tinha sujeira na roupa, porque não tinha certeza da limpeza do sofá.

E no geral, enquanto rolava o show, era essa a impressão que tínhamos da casa: descaso. Papel de parede torto, caindo; chão da pista todo descascado, banheiros sem cuidado, estofados com aparência velhas (a gente sabe que é velho, são os mesmos da época da Nefertitti, mas é preciso fazer a manutenção para não dar essa impressão de sujo).

Estávamos tão chocados com a queda na qualidade da casa, que o stripper que fazia o show se aproximou da gente, me olhou, como se fosse me tirar para dançar, e desistiu. Acho que ele percebeu a minha cara de decepção… rsrsrs! A mulher que fazia o show parecia nos ignorar completamente, nem olhava na nossa cara, como se fôssemos invisíveis. Mas existe um motivo, que eu conto num outro post porque é outro assunto que dá pano pra manga… kkkkkk.

Quando acabou o show, o DJ pegou o microfone e anunciou que a stripper iria para o reservado e que era pra todo mundo ir com ela, porque ela iria transar com os clientes. Ah, sim… agora fez sentido a cobrança antecipada do single: a casa garante a trepada, basta ir atrás da profissional. 😉 E todo mundo fez o que o DJ disse: seguiram em comboio para o reservado (estranhíssimo…).

Ficamos sozinhos na pista, até o DJ deixou o pendrive rolando e saiu para fazer sei lá o quê. Nos olhamos e o Marcio perguntou:

— Vamos ver lá atrás?

— Estamos aqui pra isso, né?

Andamos até as salinhas; de um lado quase não tinha ninguém, um ou dois casais transando dentro das cabines. Do lado esquerdo, onde podiam entrar singles, tinha bem mais movimento, inclusive, onde a stripper estava, não conseguimos chegar de tanta gente amontoada ali pra ver. Mesmo com a aglomeração, ninguém passou a mão no meu corpo.

Saímos do reservado, pegamos nossas coisas na chapelaria e fomos embora. A conta deu 26,00: entrada VIP, água 12,00; chapelaria 12,00 + 10% de serviço. Saímos chocados com a decadência da casa, definitivamente não esperávamos encontrar tanto descaso. Torcemos para que a reforma não pare e logo a gente possa voltar e ter uma impressão bem mais agradável da Imperium.

Beijossssssssss

PS: o segundo andar da Imperium estava fechado, normalmente nós pedimos pra ver, mas dessa vez achamos melhor não arriscar, vai que está ruim também e a gente tem que escrever… 🙁