Felicidade Rima Com Liberdade

felicidade rima com liberdade, dia da mulher

Você já deve ter ouvido falar de uma antropóloga chamada Miriam Goldenberg, que dirige uma pesquisa sobre corpo, envelhecimento e felicidade com mais de 5000 homens e mulheres, entre 18 e 96 anos. Eu li sobre essa pesquisa e achei que se encaixa perfeitamente com o que escrevo aqui no blog, por isso, neste dia mais do que especial, quero dividir essa descoberta com vocês.

Apesar de trabalhar com homens e mulheres, num determinado momento a antropóloga manteve o foco nas mulheres acima de 90 anos. Segundo a autora, a vida segue uma curva de felicidade que se parece com a letra U, tendo nas pontas as pessoas mais felizes e na base as mais infelizes.

As que relataram sentir maior felicidade, são as mulheres mais jovens e as mais velhas, e as mais infelizes são as que estão entre 40 e 50 anos. As pesquisas revelam que as mulheres nessa faixa etária reclamam principalmente que faltam três coisas na vida delas: tempo, reconhecimento e liberdade. E é justamente essa última, a liberdade, a coisa que elas mais invejam nos homens.

Os homens sempre foram livres para brincar e rir de bobagens, livres para fazer estripulias sexuais, livres para aceitarem o próprio corpo. E é nesse ponto que essas mulheres se sentem insatisfeitas, porque acabam invejando também o corpo de outras mulheres, a beleza de outras mulheres, a sensualidade de outras mulheres… o corpo é um verdadeiro capital. Daí que quanto mais elas invejam o que vêem nas outras, mais se esquecem de cultivar essas características nelas mesmas; consequentemente não saem de casa pra nada – porque se sentem velhas, gordas e feias.

Quando essas mulheres se sentem presas a padrões, tendem a sentir tristeza. Elas querem mas não podem, elas trabalham mas não recebem (como deveriam), elas não são mais jovens nem mais velhas. E é só a partir do momento em que elas conquistam a liberdade é que o nível de felicidade começa a subir. É isso o que a pesquisa aponta, que as mulheres com mais de 60 anos podem ser elas mesmas, nunca foram tão livres, nunca foram tão felizes.

Mas como é possível conquistar essa tal liberdade? A pesquisa também responde essa pergunta. Segundo as entrevistadas, elas descobriram que compreender as seguintes coisas foi libertador:

  • O tempo é o principal capital – e não o corpo perfeito. O mais importante é investir nelas mesmas, porque o tempo é curto, passa rápido e uma hora acaba pra todo mundo.
  • Aprenderam a dizer “não” – coisa que a gente já fala aqui há bastante tempo, fazer aquilo que você está afim de fazer, não aquilo que os outros acham que você tem que fazer.
  • Fizeram uma faxina existencial – deixaram de conviver com pessoas que fazem mal a elas, as chamadas “pessoas tóxicas”, que só sabem criticar, não tem palavras de apoio e encorajamento, apenas sugam energias.
  • Ligaram o botão do foda-se – não tem mais medo do que os outros vão pensar se forem à praia de biquíni, se forem ao shopping de minissaia ou se pintam as unhas de laranja.

E na boa, amores, não é isso o que a gente já fala por aqui desde 2011? Não é que a gente sai falando foda-se pra tudo e pra todos, mas se alguém vai achar que a gente é louco por fazer swing, a gente não liga porque sabe que faz bem pra nós; vão dizer que eu sou puta porque gosto de sexo? Eu não ligo porque sei que sexo não me define, nem define ninguém. Enfim, uma das entrevistadas, de 65 anos, disse assim: “não sei porque demorei tanto tempo pra descobrir uma coisa tão simples: que liberdade é a melhor rima pra felicidade.”

No dia internacional da mulher, minha mensagem é simples: não demorem tanto tempo pra descobrir que a melhor rima pra felicidade é liberdade. Libertem-se, mulheres, libertem-se de pessoas tóxicas, libertem-se da obrigação do “sim”, de agradar a todos, de ter um corpo perfeito. O tempo não pára e vocês não precisam esperar chegar aos 60 anos pra serem felizes. Proponho mudarmos, juntas, essa curva da felicidade – que ela seja uma reta e a felicidade uma constante na vida de todas as mulheres.

Paarabénssssssss!!

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casalvaleu
5 anos atrás

Caramba Marina… leio o post do Marcio… que fala da importância do parceiro para dar segurança (liberdade), para a parceira para que ela se torne uma “Marina”… e concordei e concordo em gênero número e grau com ele!!!! Agora passeando pelo blog encontro esta matéria… fantástica… ambas as matérias se completam. Já cansei de falar e continuo falando para minha esposa… a diferença entre uma mulher bonita e uma mulher gostosa… (linguagem de meninos), nem toda a mulher bonita é uma mulher gostosa, mas…. com certeza toda a mulher gostosa fica muito bonita para todos os meninos… A definição disso… Read more »

Luiz
6 anos atrás

Parabéns pelo texto, parabéns a todas as mulheres!!!