Lembro que quando entramos no meio havia um tom místico em torno do casal fake, como se fosse algo terrível, que fizesse a gente fugir do fake como num filme de terror. Casal fake? Sai correndo! kkkkkk. E a gente fechava a cara pra casal fake – se não fosse realmente casado não servia pra fazer swing. Entendo que essa ideia tenha vindo de algum “influencer” do passado que tenha difundido a filosofia de que swing é só para casais. Porém, não existe base histórica, científica ou sequer um simples registro que confirme que no passado só tinha casais no swing.
Pelo contrário, até onde me lembro, desde que começamos a frequentar casas de swing os singles estão lá, os casais montados estão lá, os casais de amantes estão lá, etc, etc, etc. Nós é que fazíamos questão de ignorá-los por acreditar naquilo que os mais experientes nos diziam: casal fake é um horror. E deve ser banido das comunidades swingers! (acreditem, esse era o espírito).
O que é fake?
Que bom que a gente muda, né? Conforme fomos vivendo o swing e tirando nossas próprias conclusões, entendemos que a ideia de fake que nos passaram não era bem assim. Vejam que eu escrevi “fake”, e não “casal fake”, porque o fake no swing vai muito além do casal. Vamos entender?
FAKE = falso em inglês.
Então não é só um casal que pode ser fake. Uma foto pode ser fake, uma propaganda pode ser fake, uma notícia pode ser fake, uma fofoca pode ser fake, uma bunda, um peito, pau de 25 cm, tudo pode ser mentira. Principalmente no swing – onde cada um quer chamar mais atenção do que o outro – o fake vai muito além do casal. Tudo o que um swinger passa para outro, sem ser verdade, é fake.
Quantas vezes nós marcamos com aquele casal “realmente casado” que manda fotos lindíssimas mas chega na hora é completamente diferente da foto? Isso é um casal fake. Diferente de dois amigos que se juntaram pra ir na balada, chegam na gente e diz: queremos vocês, mas não somos um casal, somos amigos. Onde está o fake aí se os dois estão sendo honestos?
Acho até que todo mundo tem uma pontinha de fake dentro de si pois nunca mostramos exatamente o que somos, assim, logo de cara. Nunca. Por isso é complicado fugir de casal fake, é como se julgássemos a mentira do outro sem saber porque ele mente. Às vezes é um baita de um inseguro com seu corpo, às vezes é um medo de ser rejeitado, às vezes é só canalhice mesmo. Mas isso não é da nossa conta, né? Nosso papel é decidir se queremos nos relacionar com fakes ou não. Esse é o nosso poder de escolha.
Beijossssssssss
Creio que a origem desta “ideia de que casal fake deve ser banido do swing” vem da ideia de que somente um casal realmente conectado entre si vai desfrutar do misto de emoções que permeiam uma troca. Tesão, desejo, emoção, cumplicidade, medos e ciúmes afloram . Se o casal não tem vínculos, “em tese” fará com que a experiencia não seja vivida em sua plenitude, pois não haverá, por exemplo, ciúmes, ou um engrandecimento da relação Tem também a ideia de que um dos integrantes de um casal fake poderá tentar “roubar” a esposa/marido do outro casal. Afinal, “em tese”,… Read more »
Você trouxe exemplos de coisas que a gente deveria banir do pensamento. A meu ver isso de julgar um casal fake com falta de ética ou querendo roubar a esposa do outro é mais que ultrapassado. A galera que tá entrando no swing agora não ta muito aí pra esse tanto de regra que o swing tem e anda curtindo do mesmo jeito. Tem explicação Marina?
Não sei se tem explicação. Mas tem meu ponto de vista. Eu vejo sim que o pessoal swinger com menos de 30 anos não se preocupa muito com casal fake. Eles vão pra curtir, vão realizar as fantasias deles, não depende do outro. E se a gente entende o swing como um reflexo da sociedade, as mudanças que a gente vê por aí vão chegar ao swing também. Tendências mais individualistas, com menos regras, mais liberdade de expressão… tudo isso e mais ainda está se refletindo no swing. E quando a gente analisa a história, percebe com mais facilidade que… Read more »