Envelhecer ou Morrer

Esses dias alguém perguntou “o que casais mais velhos fazem no swing?” e uma das respostas que mais gostei foi “nada, a gente joga fora”. Porque é interessante notar o quanto a sociedade em geral, não só a swinger, está despreparada para viver na velhice. Perceberam que a gente nem pode mais chamar uma pessoa velha de velha? Na verdade, as pessoas nem pensam que um dia irão fazer 40 anos, que dirá 50, 60, 80…

Meu maior sonho de criança era ter 16 anos. Sei lá porque, eu achava que era uma idade mágica, que tudo de bom aconteceria aos 16. Nunca me imaginei com 40 anos, nem quando eu estava com 25. A ficha começou a cair depois dos 35 quando muito se falava em só ter duas opções na vida: envelhecer ou morrer. Aos 40 tive uma crise complicadíssima, que claro, passou quando fiz 41. Com o Marcio não foi diferente:

“Nunca tinha me imaginado com 40 anos. Tinha a impressão que isso não ocorreria nunca kkkk. Foi difícil entender que tinha chegado a minha vez de ser chamado de tiozinho pelos adolescentes. Entender que não me enquadraria mais no grupo dos chamados jovens. Não tive uma crise propriamente tida aos 40, mas um pouquinho depois disso. Comecei a pensar mais na vida, o que era realmente importante pra mim. Sabe aquela sensação de não querer mais saber de mimimis? De conversinhas fiadas? Caiu a ficha de que a vida passa realmente muito rápido e que é fundamental valorizarmos quem nos ama. Redefinir prioridades, se amar mais, ser você mesmo.”

O fato é que sabemos bem que não somos mais novinhos e sentimos isso no corpo. Já não é tão fácil rebolar em cima do balcão, descer até o chão tem suas complicações, ficar em pé a noite toda começa a ser um desafio interessante. Ontem fomos transar, eu deitei na cama, o Marcio veio pra ficar por cima mas assim que subiu na cama deu uma esticada na perna, seguida de um “ai”.

— Cãimbra?

— Não, travou mesmo.

Impossível não cair na gargalhada! Até porque na semana passada era eu que gemia na transa mas não de tesão: por conta de uma cãimbra danada que resolveu aparecer do nada. E bem na hora do orgasmo! É aí que tá: ninguém precisa envelhecer como um doente. Hoje a ciência e a tecnologia estão aí pra ajudar as pessoas chegarem à velhice felizes com elas mesmas.

E como nós optamos por envelhecer ao invés de morrer, fomos procurar uns updates pra melhorar nossa qualidade de vida. Voltamos a fazer exercícios – nós gostamos de academia, esportes e tudo o mais; mas tínhamos deixado de lado por conta da correria de trabalho e compromissos com família e swing.

Também procuramos manter uma alimentação saudável, não só porque sabemos que nos dará mais qualidade mas porque curtimos um lance mais natureba. E por fim, procuramos um cirurgião plástico para ver o que poderíamos fazer com alguns pontos que nos incomodam bastante.

Uma das opções sugeridas foi a aplicação de botox no rosto, mas eu, sinceramente, nunca tinha pensado nisso. Porque eu me olho no espelho, vejo que não tenho mais um rosto lisinho mas não me incomodo com ele, nem penso em mudar. Com o Marcio foi a mesma coisa. Pensou em fazer lipo, mas o médico já perguntou logo “porque? Você definitivamente não precisa, vai sentir muita dor para um resultado mínimo”. No fim da consulta decidimos mudar pequenos detalhes em nosso corpo que tem muito a ver com nossa história de vida e talvez vocês nem vão notar, mas para nós, será uma felicidade imensa!

E isso nos levou a fazer uma enquete no Instagram, não sei quantos de vocês acompanharam mas achei que o resultado foi bárbaro e quero compartilhar aqui  no blog.

Caetano já disse que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, e temos a tendência natural de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde do que a nossa. Mas no fim das contas, seja do dia ou da vida, você só deve satisfação a si mesmo.

Uma das matérias que eu mais amo de paixão na psicologia são as crises de Erikson. Ele diz que passamos por 8 estágios de crise na vida e o último deles é o de produtividade x desesperança, que ocorre na velhice.

Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido. Se o crescimento ocorre sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas. Então haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.

Nós estamos nos preparando para ficarmos velhos sem arrependimentos. Não queremos olhar para a vida que vivemos e nos lamentar por oportunidades perdidas e tudo isso porque escolhemos envelhecer ao invés de morrer, com swing ou sem. E aí, o que VOCÊ vai escolher?

Beijossssssssss

 

 

Subscribe
Notify of

3 Comentários
Newest
Oldest
Inline Feedbacks
View all comments
Nefertiti
4 anos atrás

Hoje, com 49 anos, admiro a vitalidade e a energia dos meus pais de 74 e 76… E não querem parar! E meu pai é ativo e viril, não dá sossego p mamis na cama! Kkkkk Eu não gostaria de chegar tão longe, mas caso chegue, q seja como eles… Mas uma coisa eu descobri depois dos 45: q posso fazer o q eu quiser, ser como eu quiser, doa à quem doer, pois a minha essência está cada dia mais aflorada. Não vivo p satisfazer os outros, vivo para EU ser feliz. E corro meus riscos calculados, me jogo… Read more »

Novato
4 anos atrás

Quando nos deparamos com casais com 50, 60 e poucos anos eu e minha esposa sempre comentamos que queremos envelhecer assim. Pouco importa se vão querer a gente ou não, o importante é sairmos da mesmice sem se importar com a opinião alheia. Assim como o Marcio nunca imaginei que chegaria aos 40, quando garoto via o meu pai com a mesma idade e o via como um idoso, cheio de PRÉ-conceitos. Particularmente me sinto bem com esta idade, ajustaria sim uma coisa ou ali, mas optei em ficar assim, afinal, tanto eu quanto minha esposa temos a alma de… Read more »

Valentim
4 anos atrás

Na semana passada estava em um funeral de uma pessoa muito querida e falei só te isso de envelhecer é muito complicado pois vamos perdendo muitas pessoas que nos influenciaram na vida por mais que saibamos que é a ordem natural das coisas ainda assim dói muito sempre acreditei que morreria jovem talvez pela forma que vivia a 1000 hoje aos 56 anos acho que não é tão ruim assim ver o tempo possar bjos