Bela, Recatada, do Lar e Autêntica

bela, recatada, do lar, autêntica

Difícil não ter uma posição sobre o texto que originou toda a polêmica em torno da “bela, recatada e do lar”: ou a gente concorda ou a gente discorda, mas todo mundo reagiu a essa publicação. E como o feminismo/machismo é um assunto sempre presente no meio swinger – e é claro que recebi alguns comentários a respeito –  senti necessidade de falar sobre isso aqui no blog.

E quando uma mulher apresenta os três atributos – bela, recatada e do lar? Ela também pode fazer swing e ser muito feliz! kkkkkkkkkk. O primeiro atributo – bela – dispensa comentários (beleza é relativa), então vamos ao que o dicionário diz sobre o segundo atributo:

“recatada” – Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

1. Que não quer dar nas vistas;

2. Modesta, que não faz alarde;

3. Que vive muito recolhida;

4. Avisada, prudente, circunspecta

Gente, que mulher em sã consciência quer sair por aí gritando que faz swing? Ninguém, né, vamos combinar! O meio tem muuuuuuita mulher recatada!! E isso não as deixa por cima de ninguém, nem por baixo de ninguém (só se elas quiserem, claro… rsrsrsrs).

Já o atributo “do lar” é mais complicado de explicar, porque vem de anos e anos de educação onde a mulher só servia para cuidar de casa. Desde que eu sou gente ouço minha mãe falar que tenho que saber cozinhar, lavar roupa… Ao mesmo tempo ela falava que eu tinha que ter um trabalho, uma profissão, estudar, ir à luta… Ela viveu no meio da transformação e não sabia exatamente o que ela era – muito menos o que ensinar à filha.

Mas esse é um dilema que acompanha todas as mulheres, principalmente quando chega a idade de ter filhos. O problema é que a gente esquece que não importa a nossa escolha, desde que estejamos felizes. A pessoa é feliz sendo dona de casa? Ótimo! O meio ta cheio de mulheres que são “do lar” mas curtem a balada todo fim de semana, que adoram transar no reservado, que amam sentir que são desejadas e gostosas quando exibem seus corpos de donas de casa pelos salões das casas de swing.

A única coisa que eu acrescentaria nos adjetivos mais famosos da atualidade é “autêntica”. Porque não adianta ser bela se não é isso que você quer ser, nem adianta ser recatada se não é isso que você quer ser, e muito menos adianta ser “do lar” se não é isso que você quer ser.

Eu sou uma pessoa que se encaixa nos três atributos mas não é isso o que me define. Não é porque eu sou bela que eu não quero ter meus dias de dragão, sabe? Tem dias que não tô afim de fazer escova no cabelo nem de subir num salto alto (tadinho do Marcio, ele ama salto alto… kkkkkkk).

E também não é porque eu sou discreta no meu dia a dia que eu não quero mostrar meu corpo e me sentir desejada (na balada então, que se foda o recatada!) e tem dias que eu não tô afim de ser “do lar”: eu quero mesmo é ser “do mundo”, de todo mundo! kkkkkkkk! Bora ser mais autêntico? Fazer mais coisas porque a gente gosta e menos porque mandaram; ser mais aquilo que a gente quer ser e menos aquilo que querem que a gente seja.

Pra finalizar, deixo as palavras da historiadora Mary Del Priore sobre o caso, publicado no BBC Brasil*:

“As mulheres gostam mesmo de representar todos os papéis possíveis quando elas têm a oportunidade. Eu digo sempre que a complexidade da subjetividade feminina implica em você ser santa e prostituta ao mesmo tempo, da rua e da casa ao mesmo tempo, em ter a carreira e uma realização doméstica. O grande sonho parece ser dar conta de todos esses papeis. Portanto, me parece intolerante essa reação crítica a uma pessoa que escolheu seguir esse caminho.”  Complemento: qualquer caminho!!

 

Beijossssssss

*http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160418_marydelpriore_entrevista_marcella_temer_np

 

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2 Comentários
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Luiz e Paula
8 anos atrás

Oi amigos…

Não tem muito haver o assunto aqui que irei postar…
Esse fds fomos na HOT (Sábado)…. o bicho pegou lá, tomo mundo queria transar…

Agora, vcs repararam como está caro tomar drink???
Tomeu 3 Smirnoff ICE, paguei R$ 90,00 nas 3 !!! simplesmente absurdo.

É a crise?