— Vamos numa casa de swing?
— Vamos
— Que tal uma festinha?
— Opa, também quero.
— Bora trocar com aquele casal?
— Topo!
— Vamos sair com uma solteira?
— Não.
— Ué, porque não? Se a gente tá no meio e faz um monte de coisa?
— Porque não é uma fantasia minha.
— Mas é uma fantasia minha…
E vocês podem imaginar que o diálogo entra num looping sem fim, sem resolução, sem fechamento. E parece que quanto menos resolvido um negócio está, mais ele faz questão de aparecer na nossa frente. Tipo um lembrete “oiiiii! Tô aqui, não esquece de mim”.
Ter fantasias diferentes do seu parceiro é algo tão comum – e óbvio – que não deveria ocupar tempo de discussão em um relacionamento. Nem mesmo deveria ser algo a ser levantado, principalmente dentro de um que se diz liberal. Mas o fato é que a maioria dos casais chegam nesse impasse mais cedo ou mais tarde. E aí, o que fazer?
Listei quatro passos que eu e o Marcio vivemos quando descobrimos que tínhamos fantasias diferentes. Hahahahaha, pois é… a gente tinha essa ilusão de que éramos tão iguais até que começamos e querer coisas diferentes no mundo liberal. São eles:
1 – Compreender
A primeira coisa que a gente faz é perguntar o porquê. Por que você não quer ou por que você quer é uma tentativa de entender os motivos do parceiro, os desejos dele, as vontades dele. E esses motivos podem ser variados:
- por curiosidade
- para variar as práticas
- por querer se aventurar
- sentir uma emoção diferente
- apimentar as coisas
- porque não quer se arriscar
- acha que tá bom assim
- porque não sente tesão
- porque tem medo do que pode acontecer.
Um motivo nunca aparece do nada, em geral está ligado às experiências de vida, às crenças individuais, valores, princípios e toda a gama de coisas que a gente já sabe que um ser humano é ensinado a ser (certo e errado) desde criancinha.
2 – Negociar
Depois de entender os motivos do parceiro e se colocar no lugar do outro, ambos tentam negociar uma forma de conviver com as fantasias diferentes. Começam aí algumas propostas e sugestões que levam o casal a encontrar um meio termo. Um abre mão daqui, outro abre mão de lá, e assim, o que parecia tão distante de virar realidade começa a ganhar vida de novo.
3 – Experimentar
Após chegarem a um meio termo, é hora de experimentar. Nenhum dos dois está 100% confortável, afinal, para um, a fantasia não será como ele imaginou, e para o outro, a fantasia já está passando dos limites.
4 – Liberar
Por fim, não é todo mundo que entende que ser liberal vai muito além de fazer troca de casais, menage ou qualquer outra prática sexual. Ser liberal é aceitar que não vale a pena se colocar num sexo que você não quer; assim como não vale a pena ver o seu amado tristinho por uma coisa que você não quer.
E tudo bem! Sem crises, choradeira nem DR. Os dois seguem firmes, fortes e felizes, do mesmo jeito que fazem quando compartilham as mesmas fantasias.
Prazer no prazer do outro
A maioria dos casais vive muito bem porque compartilham dos mesmos gostos, desejos e vontades. Às vezes as diferenças não chegam a 3%. E é em cima desses 3% que rolam as discussões, as brigas, as ceninhas… E quantas vezes os casais se separam porque não conseguem abrir mão de algo que está dentro desses 3%, por amor ao outro. Sim, amores, ser liberal é amar, acima de tudo. Acima de si mesmo! Passar por cima do seu medo de perder, passar por cima do seu desejo de querer mais.
Marcio já enfrentou vários medos pra me ver realizar algumas coisas e eu já abri mão de várias fantasias por ele. O que eu afirmo é que não existe sentimento de maior gratidão do que saber que seu parceiro abriu mão de algo muito importante pra ele por você! Quando Marcio me deu sinal verde para algumas fantasias, eu pulei de alegria!! E espero que ele tenha sentido a mesmo coisa quando eu deixei de ir em frente nas minhas fantasias por causa dele.
Não sei se um dia chegaremos ao ponto de não ter que negociar nossas fantasias diferentes, mas encontrar um meio termo tem dado certo pra nós até agora. Pode dar certo pra você também.
Beijossssssssssssssssss
