Swingles

Parece nome de batata frita mas não é! O wyylde.com nos permite contato com pessoas de várias regiões do mundo, entre elas, Dave Laciter, um single italiano. Partiu dele a ideia de juntar as palavras swinger + single para criar o termo SWINGLE, que ele assim define em seu blog:

Pessoa que vive o mundo liberal a partir da sua própria individualidade, esteja ou não acompanhado.

Mais tarde, recebeu um pedido de alguém que queria apresentar o termo swingle em um simpósio sobre sexualidade, deixando essa definição com um cara mais catedrática:

Uma pessoa liberal que joga sem a necessidade de um parceiro fixo, também pode estar em um relacionamento aberto, independentemente do gênero ou orientação sexual.

Quando eu vi o termo, achei uma ideia muito interessante, pois com tamanha simplicidade pode finalmente distinguir o single de verdade do single curioso.

Desde que nos damos por swingers, rola briguinha entre casais e solteiros, principalmente os do gênero masculino. E se você é liberal, sabe muito bem do que estou falando. Casais que não podem nem sequer ver singles pela frente que já dão piti, singles que não tem cabeça para estar no mundo liberal, casal que acha que swing é só para casais, single que se intromete onde não foi chamado… a lista de reclamações é grande.

Claro que a culpa para isso não é só dos singles – nem só dos casais que só procuram casais – mas tem um fator que cansamos de presenciar em casas de swing: a mistura de solteiros que são singles com os que estão lá só para ter sexo fácil. Um único single curioso (e sem preparo) é capaz de encher o saco de 20 casais ao mesmo tempo numa sala coletiva, por exemplo.

Dave diz que o swing não é só carne, é mente também. É o que nós vivemos dizendo por aqui: não rola fazer swing com aquilo que te ensinaram a pensar. Tem que haver uma mudança de entendimento sobre a vida, sobre o sexo e principalmente sobre amor.

Nem todo single que entra numa casa de swing pensa swinger. Tanto que há algum tempo tenho deixado de usar o termo single para usar apenas solteiros, pois não fazia justiça aos singles reais que vivem o meio liberal. Dave ainda escreve o que seria, na concepção dele, ser swingle:

” – Experimentar a sua sexualidade de forma saudável.

– Respeitar as regras do mundo grupal e não interferir nos casais fechados.

– Cuidar de si e das outras pessoas com quem você interage.

– Aceitar o * não * sem insistir.

– Ser livre de mente, corpo e desejo.

– Não ser um brinquedo de casais, nem um presente de aniversário, mas o participante de uma experiência entre todas as partes envolvidas na interação.

-Viver sem preconceito e com respeito aos outros.

Esperamos que, pouco a pouco, expulsemos todo aquele personagem que vive no mundo liberal para tirar proveito do sexo, sem respeitar as implicações que existem.” (adaptado livremente para a realidade brasileira)

Na prática, sabemos que um novo termo não faz diferença no dia a dia das casas de swing; mas como disse Dave, esperamos que seja um passo para que as próximas gerações de swingers não tenham que lidar com tantas briguinhas desnecessárias entre grupos tão necessários para as várias formas de prazer que todos poderiam experimentar… Se estivessem mais preocupados com o prazer do que com status formais.

Beijossssssssss