Nunca sem a Minha Permissão

Bora falar de um assunto polêmico? O que dizer quando a gente anda pelo reservado das casas de swing e encontra um polvo pela frente? Ah, minha gente… o post de hoje é um desabafo que já está entalado na garganta há um bom tempo. E foi lembrado por um comentário no post da calcinha (Calcinha Sim ou Não), onde alguém disse que tem que usar calcinha na balada como proteção contra as mãos de gente sem noção que acha que tem o direito de enfiar o dedo na bucetinha das mulheres, só porque elas estão andando no corredor do reservado. Eu já escrevi um post sobre o assunto (O Labirinto dos Aproveitadores) porque realmente acredito que no swing as coisas devem rolar por opção de todos, e não contra a vontade de ninguém.

Esses dias fui obrigada a segurar tão forte a mão de um cidadão desses, que ele deve ter ficado com o pulso roxo, mas para defender o meu corpo eu aprendi que não devo me intimidar. Estava sem calcinha e o tal vem com a mãozona por baixo querendo enfiar o dedo dentro de mim. À frente dele vinha uma mulher (que na verdade era um polvo disfarçada de mulher porque balançava os braços na direção de todo mundo que passava por ela, tentando encostar no corpo de quem quer que fosse. Um polvo, só pode ser!), e já tive que desviar dos braços desesperados dela, quando veio o cara com a mão por baixo. Meeeeeeuuuuu… deu muita raiva. Mas consegui me defender e ele não encostou; infelizmente muitas mulheres não sabem se defender e acabam sendo pegas de surpresa por um cara como esse.

Em primeiro lugar, não é porque estou numa casa de swing que eu quero ser tocada por qualquer um. Eu escolho junto com meu marido com quem nós vamos ter algum tipo de relação. Eu tenho direito de andar pelo corredor do reservado e manter a minha xereca intacta. Aí vem alguém e diz: “ah, mas eu também tenho direito de passar a mão em quem eu quiser”.

Meu bem, presta atenção: o seu direito termina onde começa o direito do outro. Se o outro não quer, você não pode. Entendeu? Precisa desenhar? Então, tá, vamos falar bem claro: ninguém tem o direito de enfiar o dedo na buceta do outro sem a permissão do dono da buceta, valeu? Qualquer ato de cunho sexual sem o consentimento dos envolvidos é abuso, quer dizer que passou do limite, quer dizer que o outro disse “não” e você não parou. NÃO PODE! Nem mesmo numa casa de swing. Sacou?

Com isso estou dizendo que toda vez que você, que acha que é um polvo (pra não falar outra palavra pior), cruzar comigo ou com o Marcio pelo corredor e tentar me bolinar vai levar um apertão, um tapão, um xingão, qualquer coisa que seja mais eficaz para me defender. E sugiro veementemente que todas as mulheres que não curtem esse tipo de abordagem façam o mesmo.

Eu gosto de swingers inteligentes, de gente educada, de gente que sabe respeitar, de gente que entende o limite dos outros. Sei que tem muita gente que discorda desse meu ponto de vista, porque acha mesmo que ficar passando a mão nas bucetas por aí é a parte mais legal de uma casa de swing. Na boa, nem me importo.

Essa é a minha posição e eu fico puta da vida quando alguém pensa que pode fazer qualquer coisa comigo sem a minha permissão. O corpo é meu e eu decido o que fazer com ele, não os outros, não alguém que eu nem conheço, que eu nunca vi mais gordo e que nem sei em quantas bucetas enfiou a mão antes de querer me bolinar. Eu me amo e amo manter a saúde da minha vagina. Aqui não, mermão!