O Que Não Te Contam

Outro dia li um artigo falando sobre coisas que não contam quando se entra no poliamor e pensei ser possível acontecer algo semelhante com o swing. Porque muitas vezes parece que os swingers são como os testemunhas de jeová, ávidos por converter PBs à religião do sexo liberal. Além disso é natural que quando a gente se sente bem com alguma coisa queira dividir com todo mundo e se esquece de contar que tudo tem dois lados – se no momento você só enxerga o lado bom não quer dizer que ele não exista.

E existe sim um lado ruim do swing, um lado que poucas pessoas admitem e que ninguém gosta de contar. Só a doida da Marina mesmo, que escreve um blog para iniciantes no swing e já sai falando que tem coisa ruim… (kkkkkkkk).

Fiz uma listinha do que penso ser importante contar, porque acho que mesmo que swing é diversão para adultos e portanto, quanto mais cientes as pessoas estiverem ao entrar nesse mundo, menos problemas elas terão.

ISTs

Logo de cara já mando a bomba, né? Mas é impossível transar com 10 pessoas diferentes quando se tem medo de pegar alguma doença. Tem gente que é tão encanada com isso que simplesmente não consegue fazer swing, fica super preocupada, não relaxa, não goza, a experiência toda é uma enorme dor de cabeça. E claro, gente, existe muita possibilidade de voltar pra casa com uma IST (ou com coronavírus, né?) quando se é swinger de carteirinha. Pra começar, tem muita gente transando sem camisinha (mesmo), tem muito cara que não troca a camisinha quando troca de mulher, rola muita dedada nos corredores das casas mais raízes (o cara tira o dedo de uma e já põe na outra, é a mesma coisa de trepar sem camisinha).

DOR

Swing dói, meus amores. Dói o pé ficar a noite toda no salto alto, dói o corpo transar de quatro, de frente, de ponta cabeça, dói ver quem você quer pegar dando bola pra todo mundo na balada menos pra você. Dói ser honesto, principalmente quando o parceiro não te entende e te julga, dói mudar a forma de pensar, dói mudar de vida, ainda mais quando o parceiro não muda com você.

EGO

O swing é um oceano de egos, cada um tentando se mostrar do jeito que pode. Muita gente (muita mesmo!) coloca isso em primeiro lugar, antes inclusive do sexo. Aí vira uma concorrência pra ver quem pega o casal novato primeiro, cria-se uma competição por mais votos e curtidas nos sites, pra ver quem usa a roupa mais extravagante, pra mostrar que bebe o whisky mais caro… tudo, meus caros, tudo no swing é uma oportunidade para inflar egos.

APARÊNCIAS ENGANAM

Não é porque a pessoa é linda que ela vai ser legal, não é porque o pau é grande que vai transar bem, não é porque o casal faz swing que ele é corno e ela é puta. Se tem uma coisa que o swing te ensina na prática é que as aparências enganam.

SEXO QUÍMICO

É um jeito bonito de dizer que a galera do meio adora usar (muitas vezes abusar) das drogas pra aumentar as sensações sexuais. Sempre vai ter alguém com uma bala, um doce, um lança… mesmo álcool é super usado pra dar aquela coragem de transar. Não é porque ele é permitido por lei que deixa de ser uma droga.

ROLA PAIXÃO

Swingers amam dizer que conseguem separar amor de sexo e eu não só acho isso muito possível como existem estudos que provam essa possibilidade cientificamente. Mas não dá pra esquecer que o swing é composto por humanos e nada nesse caso é sempre preto no branco. Se existe a possibilidade de ficarmos com raiva ou ser amigo de alguém, existe também a possibilidade de pintar uma paixonite.

LIBERAL PERO NO MUCHO

Swinger adora pagar de liberal mas na prática não é bem assim. Aliás, não é nada assim. Swingers são cheios de regras, e nem estou falando sobre o contrato do casal, estou falando das regras veladas do swing, que ninguém conta mas você vai sacando o que é legal e o que não é legal fazer quando começa a frequentar o ambiente. É uma sensação horrorosa você ir pra uma festa de swing onde não conhece muito bem as pessoas que estão lá. E mesmo com pessoas que já estão no meio faz tempo, tem vezes que você fica com uma cara de “WTF”, pensando que estava tudo bem quando na verdade não estava nada bem. Com o tempo você vai sacando que tem muita gente que diz que faz e acontece mas na hora H dá uma desculpa esfarrapada pra cair fora: porque a mulher não deixa (ou nem tá sabendo), ou é casado, ou o marido tá com ciuminho, ou a esposa tá do lado te olhando com cara feia… liberal pero no mucho. No fim fica todo mundo pisando em ovos porque não tem certeza da reação do outro. É nesse sentido que eu digo liberal pero no mucho. É tanto “cuidado” na abordagem que já cansei de ir em festinhas que não rola nada porque ninguém sabe se pode chegar, abraçar, beijar… mesmo todos sendo liberais – pero no mucho.

Tenho pensado ultimamente que o swing seja uma espécie de estágio, uma fase de transição entre o relacionamento tradicional e o liberal, mas esse assunto vai ficar para outro dia porque esse post já está gigante! E você já está ficando cansado de ler, conseguiu chegar até o final? Parabéns… kkkkkkkkk.

Beijosssssssssss