O Feminismo Exagerado do Swing

Eu sou feminista assumida (será que deu pra perceber? kkkk) porque cansei de ser passada pra trás profissionalmente só porque sou mulher. É algo indescritivelmente injusto ver que outra pessoa assumiu aquele cargo que você tanto quis, tanto estudou pra alcançar e sabe que é mil vezes mais competente e talentosa pra posição – mas você nasceu sem pinto, então, amiga, conforme-se: você nunca terá esse cargo aqui nessa empresa só porque você é mulher. No meu caso específico, ser bonita é mais um motivo pra não deixarem uma mulher numa posição de liderança – para não despertar o desejo nos outros. Competente e bonita ao mesmo tempo? Fudeu! As mulheres ainda são muito injustiçadas sim!

Mas eu sei que o meu feminismo é baseado na defesa dos injustiçados, e falando em injustiças, tenho que concordar que os homens são injustiçados no swing. Explico: já que as mulheres ‘mandam’ na parada – elas tem passe livre para abordar um casal, elas são as estrelas da festa, sem mulher não tem swing – quando a mulher do casal é tímida, a vaca pode ir pro brejo.

Quando a mulher é tímida, ou não tem confiança nela mesma, o casal acaba demorando uma eternidade para realizar suas fantasias, afinal, como é que ela (a tímida) vai abordar outra pessoa assim na cara dura? Difícil… E não é só na questão da abordagem que uma mulher mais recatada enfrenta um problema: ela não se expõe, não dança no balcão, não fica pelada em público, não transa nas coletivas, não puxa papo com estranhos, não sai fazendo amizades. Difícil… E o marido, reprimido socialmente no mundo liberal, fica arrancando os cabelos, desesperado, vê as oportunidades sendo jogadas fora e não pode fazer nada. DIFÍCIL!!

Acontece que o swing, quando abriu as portas para as outras modalidades de sexo livre (como o menage, por exemplo) abriu também as portas para a entrada de homens e mulheres solteiras na parada. Por causa da fisiologia humana própria do homem, que tem mais necessidade de sexo do que a mulher, a quantidade de solteiros numa casa de swing é sempre maior do que a de solteiras, mesmo pagando mais caro na entrada. Além disso, o fato do homem ser fisicamente mais forte do que a mulher (fato) faz com que muitos casais e solteiras tenham um certo receio de interagir com eles, afinal, se no meio da transa a mulher quiser parar quem garante que ela vai conseguir? Quem garante que a necessidade do cara, somado à sua força, não vai forçar uma parada sinistra na hora da foda?

É por isso que, num processo inconsciente de defesa psicológica (acredito eu), o meio liberal, conscientemente, inibe os singles em geral, ressaltando o domínio feminino nas casas de swing. Isso pode ser um problema sério, e quando eu vejo dezenas de homens “castrados” socialmente na balada me preocupo com o rumo que estamos tomando.

Então, amores, vamos lá: eu não sei quem foi que “ordenou” que no swing é a mulher que tem que tomar a iniciativa, mas imagino que isso seja mais uma questão de melhor aceitação geral do que regra propriamente dita. Se pensarmos que 90% dos casais do meio estão à procura de uma mulher para menage, eles se armam, se fecham, colocam uma muralha da china na frente deles quando vêem um homem se aproximando. Mas se for uma mulher… bonita, gostosa, rebolando e sorrindo… é claro que ela será bem melhor recebida do que o homem.

No fim das contas, o swing só tem uma regra: RESPEITO. E isso, para um bom entendedor é suficiente pra se dar bem no meio, seja homem, mulher ou casal. Entrar no meio swinger implica conhecer o outro, saber o que ele quer e respeitar a posição dele. Implica em não forçar situações, nem com o outro nem com o seu parceiro; implica em saber a hora de avançar e de recuar, saber quando ultrapassou os limites e se desculpar por isso. Implica em estar de peito aberto (gostei desse!) para experimentar coisas novas e isso inclui conhecer gente nova, homens e mulheres solteiros, porque eles também merecem o seu respeito. Gente, isso é a base da boa convivência em qualquer lugar, né? No swing não é diferente. Ainda bem!