Não Faça O Que Não Quer

Parece óbvio, né? E talvez, o post poderia acabar com essas únicas três palavras. Parece óbvio, mas porque a gente (e eu me incluo aqui, afinal, também sou um ser humano) não consegue fazer? Não é porque é lógico, também não é porque nunca ouvimos a respeito, mas porque quando se trata de olhar para dentro o buraco é sempre mais embaixo.

Não fazer o que não está afim“, “não transar sem camisinha”. São coisas que parecem óbvias mas elas entram e saem dos nossos ouvidos igualzinho aquilo que a mãe dizia “não coloca os pés na mesa”, “leve uma blusa” e “coloque o prato na pia”.

Nos acostumamos tanto a ouvir determinado “conselho” que achamos que a coisa vai acontecer automaticamente. Assim, deixamos para depois, e o depois nunca chega porque ele caiu no limbo do esquecimento. E aí, quando estamos atravessando a rua e bate aquele vento gelado adivinha quem aparece na nossa cabeça, com aquela vozinha irritante dizendo “leve uma blusa”?

No swing é exatamente a mesma coisa. Parece óbvio ter que dizer um monte de frases prontas. Aliás, ouvi isso como uma crítica em uma entrevista: “cheio de frases prontas” e talvez essa pessoa tenha razão. Porque a gente sabe exatamente o que fazer, só não faz. A gente conhece todas as frases prontas que a “vida” nos trouxe, e mesmo assim, levamos rasteira atrás de rasteira.

Na reportagem sobre o Curso Para Casais Liberais que o portal UOL publicou esse mês, a repórter que viveu a experiência do curso escreveu “Não adianta você ir pro swing porque seu marido está afim se você não está curtindo”, explicou Marina aos estudantes. Parece óbvio, mas quantas vezes não escutei das minhas amigas que elas fizeram alguma coisa (e nem estou falando de sexo) que não queriam nem um pouco só para agradar o boy.”

Imagino a quantidade de relacionamentos que terminaram porque um dos dois praticou swing sem ter vontade. Já ouvi cada história… mulheres que ficaram com outras mulheres “sem querer”, que foram obrigadas a transar com um cara que não as atraiu e tantas outras coisas… Quando feito sem vontade, o sexo ganha mais sentido de agressão do que diversão. E não é isso o que queremos no swing, não mesmo!

O swing existe para nos deixar mais felizes e ele pode fazer isso por nós. Mas a gente tem que querer. Regra básica do swing: tudo é permitido, nada é obrigatório, então, amores, não façam sexo se não estiverem afim. Eu diria que esta é uma das cláusulas mais importantes para estar no seu Contrato de Swing: se o casal não agradou aos dois, ou libera quem tá afim pra curtir sozinho ou partem em busca de outro casal. Mas nunca – nunca mesmo – transe com quem você não quer.

É claro que nós já transamos sem vontade, por isso mesmo insistimos para que você não faça (hehehehe). Uma vez estávamos andando pelo reservado de uma casa de swing quando vimos uma salinha vazia. Oba, bora transar entre nós! Nossa vibe naquele dia era ficar um com o outro. Começamos a brincadeira e logo apareceu um casal para ficar olhando.

— Olha só, é Marina e Marcio! — E como a porta não estava trancada, eles abriram e começaram a puxar papo. — Nós somos muito fãs de vocês, por favor, transem com a gente, por favor! Por favor, por favor!

Eles imploraram tanto, tanto, mas tanto… que a gente trocou. Nós víamos a felicidade tomando conta dos olhinhos deles (impressionante!), mas para nós, foi uma sensação horrível. Depois da transa eles saíram da cabine e nós curtimos um ao outro, como queríamos desde o começo. Mesmo assim, esse episódio nos deixou marcados, com uma sensação de culpa misturada com nojo, misturada com raiva… e pra nos livrar dessas sensações horrorosas, a nossa mente chegou à conclusão de que “fizemos caridade”. Aí sim, já dá pra conviver com a ideia de que “foi para um bem maior”, e seguimos a vida.

Sabemos muito bem que não é fácil dizer “não” para um estranho, mais ainda para quem amamos tanto (nosso parceiro de vida). Não adianta sair dizendo que “é só fazer”, ou “é só não fazer”, porque quando é o nosso que está na reta, cada um se livra como pode. Inclusive, se submetendo a fazer o que não quer. 

Não tenho dicas infalíveis nem fórmulas milagrosas pra te deixar forte o suficiente para se posicionar contra quem te força a fazer o que não quer. Mas uma coisa eu digo: eu te entendo. Eu sei que é ruim, eu sei que faz mal e eu sei que não vai se resolver da noite pro dia. A mudança é pequena e, até mesmo pra mudar, é preciso querer. Pode ser que, com ajuda de um amigo – ou algum profissional – a coisa fica mais fácil de lidar e finalmente, você só vai fazer o que estiver afim de fazer. Até lá, caro leitor que está vivendo uma situação assim, desejo que seu caminho seja cheio de pessoas que te atraem muito. Muito mesmo! Hehehehehe!

Beijossssssssssss

 

 

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Antonio Carlos
5 anos atrás

Queria muito levar minha esposa numa casa de swing, mas ela é muito seria então tenho coragem de falar isso com ela, como devo abordar o assunto com ela ?

Nefertiti
5 anos atrás

Marina, me sinto uma estranha no ninho qdo vou no Inner pois não curto mulheres . Até me deixo levar passivamente por elas, mas não consigo de jeito nenhum “retribuir”. Mesmo em sites sou clara qto à isso, e mesmo assim recebo convites de casais…. Sei q muitos não leem a proposta no perfil e acabo os deixando no limbo…. Qual é a deles??? Estou sendo rude? Não quero ser, mas não tenho paciência p responder à todos….. Me dá uma luz? Bjs!

casalLu
5 anos atrás

A primeira coisa que aprendemos no mundo liberal é dizer NÃO. Desde o começo combinamos que se um de nós não estiver confortável com a situação, paramos tudo na hora. Eu (a Lu) já fiz isso. Não gostei da postura de um cara e simplesmente parei, peguei o Lu pela mão e saímos.

Casal30
5 anos atrás

Eu tenho muita vontade de conhecer uma casa liberal e mais ainda de transar com duas mulheres ao mesmo tempo, mas a minha esposa acredita que isso poderia acabar com nosso casamento. Pensei em ir na Asha ou na Hot só para dançar com ela e talvez observar alguém. Acho que seria bom para nossa relação ter uma noite mais sensual, mas a gente fica meio preocupado de começarmos a dançar mais caliente na pista e algum estranho vir tentar passar a mão ou beijar sem nossa autorização. Vocês acham que dá certo a gente ir ou vamos perder a… Read more »

Coelho
5 anos atrás

O mundo não é perfeito. As pessoas näo säo perfeitas. Lendo o blog aqui às vezes parece perfeito demais, entrosado demais. Sim Marina e Marcio säo muito experientes e já devem ter visto de tudo. Mas temos xereteada, eu e minha esposa, que näo reflete a realidade geral. Aqui a gente vê bem o benefício que o Swing pode trazer com a experiėncia, com o conhecimento e com o aprendizado. Nós aqui em casa nem concordamos ainda de ir a uma Casa de Swing. E enquanto os conceitos divergirem vai ser assim pois jamais será uma experiência do casal enquanto… Read more »

Novato
5 anos atrás

São por essas razões que ainda nunca efetivamos a troca, em nossas visitas as casas do gênero fomos inúmeras vezes convidados a interagirmos com casais, mas sempre emperra num detalhe: ou ele não agrada ela, minha parceira, ou a mulher não me agrada. Talvez sejamos seletivos demais, entretanto, nosso lema é o seguinte: Se for para trocar que valha a pena para ambos, pois se for para transar por transar brincamos entre nós porque o tesão é garantido. Para não dizer que nunca demos com burro n’água, certa feita estávamos na Inner e já no finzinho da noite e com… Read more »