Mitos Sobre Swing

Mito é aquilo que a gente imagina que acontece, ouve alguém falar que acontece mas nunca, de fato, foi comprovar pra ver se acontece mesmo. A wikipedia traz que “o mito não é uma realidade independente, mas evolui com as condições históricas e étnicas relacionadas a uma dada cultura”. Em 2015 escrevi um post sobre os grandes mitos do swing que, para minha própria surpresa, ainda hoje são mitos.

E eu fiquei pensando porque é que depois de cinco anos, mesmo com a abertura inédita que o swing teve na mídia, os mitos ainda são os mesmos? Evoluímos tanto em um lado mas ainda não fomos capazes de desconstruir os maiores mitos que cercam nosso estilo de vida?

Por isso levantei algumas hipóteses que gostaria de trazer para reflexão. Para cada grande mito levantado há cinco anos, uma hipótese do porque ainda é mito foi levantada. Veja se você concorda com elas:

1 – Todos estarão pelados e transando uns com os outros.

Mito. Hoje em dia a quantidade de swingers que ficam nus em público é mínima. Há uma certa confusão entre o swing e o naturismo, este sim, mantém a liberdade da vida sem roupas. Já o swing não. O swing vive de sedução e nada mais sedutor do que uma roupa insinuante, mesmo que seja apenas uma lingerie. Nas casas de swing é costume as mulheres tirarem a roupa em determinados momentos, mas apenas as mais exibidas o fazem. No geral todos estão vestidos.

Hipótese: ainda é mito porque os “swingers” ainda são aqueles que fazem questão de tirar a roupa em público, nas redes sociais tradicionais? Que curtem chocar a galera na rua, fazendo exibicionismo de propósito (pra chocar mesmo), transando em praias, parques, lugares públicos e chamando tudo de swing ao invés do que realmente é? (exibicionismo e dogging).

2 – Só tem gente bonita no swing.

Mito. Muitas pessoas acham que vão encontrar casais perfeitos, top models, capas de revista e acham que não estão a altura para mostrarem seu próprio corpo. Ficam com vergonha por estarem fora do padrão de estética geral e desistem de conhecer o swing. A verdade é que tem pessoas normais, ou seja, pessoas de todos os tipos físicos. Há espaço para todos então não importa se você está acima do peso ou se tem o pau pequeno, você pode ser feliz no swing sim.

Hipótese: reduzir o público swinger a um único tipo parece ser uma ótima desculpa pra não ter que conhecer nada a respeito. Se a pessoa se acha muito bonita, vai dizer que swing é pra gente feia; se a pessoa se acha pobre, vai dizer que swing é pra gente rica; e assim por diante?

3 – Em casa de swing rola swing.

Talvez este o seja o mais controverso dos mitos. Como assim não rola swing numa casa de swing? A verdade é que o swing – que é a troca de casais propriamente dita – não é favorecida neste ambiente. A maioria dos adeptos da prática preferem não interagir nesses locais, convidando o casal interessado para um motel próximo ou em uma outra oportunidade em suas casas. Nestes estabelecimentos o sexo acaba sendo rápido e objetivo, diferente do que se espera deste estilo de vida, que envolve uma troca de confiança mais profunda entre os quatro envolvidos, precisando de um ambiente mais tranquilo pra isso acontecer numa boa.

Hipótese: tudo que sai do sexo padrão monogâmico, a galera tem mania de chamar de swing (troca de casais). Até mesmo quem já é do meio chama menage de swing, cuckold de swing, trisal de swing, e por aí vai. Talvez por isso eu diria que esse mito não vai morrer tão cedo…

4 – Vou transar pra caramba

Mito. A troca de casais requer afinidade, confiança, segurança e mais uma série de fatores que nem sempre são identificáveis porque são pessoais. Mesmo um casal concorrido não se identifica tão facilmente com outro casal; é preciso busca, pesquisa e muita, muita paciência. Afinal, todos concordamos que mais vale uma experiência bem feita do que 10 experiências ruins.

Hipótese: o swing para quem não tem um relacionamento (singles) é muito mais “simples” emocionalmente falando. Bateu tesão é só procurar alguém e transar. O match é mais rápido e menos burocrático entre 2 pessoas (dois singles, por exemplo) do que entre 4 (dois casais). Mesmo para um menage, 3 pessoas, os “combinados” são mais rápidos. Também não há muita preocupação com o pós-sexo, o que facilita várias transas numa mesma noite.

5 – Quem ta na chuva é pra se molhar

Mito. Não é porque você está no swing que é obrigado a transar com quem chegar junto. Nem mesmo é obrigado a servir de corrimão nos labirintos ou enquanto está transando na sala coletiva. O respeito à vontade do outro deve prevalecer sobre os desejos, mesmo porque nós somos swingers mas ainda somos humanos. E quem não controla os instintos demonstra que é primitivo, complicando a interação na vida em sociedade – inclusive no swing. A frase oficial do meio “tudo é permitido, nada é obrigatório” é o melhor guia para todos os que pretendem permanecer neste estilo de vida.

Hipótese: porque ainda há uma enorme dificuldade em falar ‘não’? Ainda é complicado não vender uma imagem de ‘bonzinho’, que topa tudo, que não rejeita uma investida? A galera não lida muito bem com rejeição, por isso não rejeita ninguém e permite que façam o que for com eles?

 

Beijosssssssssss

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