10 Anos Depois…

Há exatos 10 anos escrevi o post “Vida Útil do Swinger” e me perguntava como eu estaria 10 anos depois. Fazer a mesma coisa por tanto tempo traz certos privilégios como comparar quem éramos, como pensávamos e o que nos tornamos.

Em 2014 o Brasil sediava a copa do mundo de futebol, o mundo perdia Robin Willians e Roberto Bolaños (o Chaves), Dilma Roussef foi eleita presidente do Brasil e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos considerou que 2014 foi o ano mais quente desde 1880. Eu tinha 36 anos, Marcio 42, o blog 3 e já frequentávamos swing há 8 anos.

Enquanto isso, eu escrevia que “o tempo passa. E tudo passa junto com ele, inclusive a gente. Tanto eu quanto o Marcio já não temos mais o mesmo tesão de quando começamos no swing, nem temos mais o mesmo pique de ficar a noite toda dançando e transando de quando começamos. O que será que vem depois? Vamos deixar de ir nas baladas liberais? O sexo vai ficar menos frequente? Será que ainda seremos desejados por outros?”

Foco nas baladas liberais

Eu não fazia ideia do quanto o meio estaria diferente, de que seria chamado mais de liberal do que de swing, de que estaria mais aberto, apesar de ainda estarmos longe de uma aceitação respeitosa. Não tinha dado a primeira entrevista, não tinha feito nenhum ensaio sensual, nem pensava em curso para casais liberais.

Mas já me preocupava com o foco excessivo que a galera tem nas baladas, nas noitadas, nas festas, no sexo. Já pensava que faltavam opções para quem não gosta de música alta ou pegar fila nas casas lotadas. Já achava um absurdo essas crenças irreais de que swing se faz em casa de swing e quem não faz parte da bolha é fake.

“Quem diz isso se baseia na ideia de que só é swinger quem vai na balada liberal ou quem transa diversas vezes numa noite. Eu não acredito que isso é ser swinger”.

Há 10 anos eu era uma das únicas pessoas no Brasil que escrevia sobre swing e meio liberal e já afirmava que não era só sobre sexo. Hoje, 2024, centenas de pessoas erguem suas vozes junto comigo para dizer que swing não é só sexo, que swing não é bagunça, que swing tem regras.

Verdades de Marinna Roty

Hoje eu ainda frequento casas de swing, ainda transo quando tenho vontade e aprendi ao longo dos anos que integrar vida liberal e vida PB é a chave para equilibrar tudo isso com sucesso. Também entendi que ser desejado por outras pessoas tem muito mais a ver com imagem interna do que imagem externa.

Hoje eu ainda continuo afirmando minhas verdades sobre swing e meio liberal, na esperança de que outras vozes, daqui a 10 anos, se juntem a mim:

• Amor sem liberdade não é amor, é medo.
• Swing inclui trocas além do sexo.
• Quando me perco é quando me encontro.
• E que os adeptos do swing só terão vida útil se quiserem parar.

Lá em 2014 eu terminei o post dizendo que “o nosso pensamento, esse que já tivemos que mudar para fazer parte do mundo colorido, não volta a ser preto e branco.” Hoje eu termino o post com um pensamento que escrevi ano passado e tem ajudado muitos swingers até o momento; espero que te ajude nessa reflexão sobre mudanças também.

Enquanto há vida, há mudança.
Ninguém permanece o mesmo desde o momento em que veio ao mundo.
Mudamos tudo.
Aprendemos a andar, falar, comunicar.
o cabeço é outro, a pele é outra.
Crescemos.
Nem sempre porque queremos,
algumas mudanças nos são impostas,
outras escolhidas.
E não existe mudança sem dor.
Ou perda.
Pois o propósito de mudar,
é ganhar.
Ganhar experiência, história, vida.
Alguns ganham até asas
E fazem vôos rasantes, turbilhando os que no chão ficam.
Se está doendo é porque a mudança está acontecendo.
Não interrompa o processo, aceite-o.
No final, mesmo que não seja aquilo que você planejou,
Você vai ver que valeu a pena.
Porque só não muda quem já não vive.
E quem vive sem mudar, já morreu e não sabe.
Marina Rotty

Nos vemos novamente nessa reflexão em 2034!

Beijosssssssssss