Sempre ouvi falar que os cruzeiros liberais são cheios de velhinhos e que era para nos prepararmos porque era isso o que tinha. Eu particularmente nunca dei muita bola pra isso porque acredito que o swing é para todos, então tinha certeza absoluta de que haveriam também casais da nossa faixa etária, como também casas mais jovens. Dito e feito.
Mas não posso deixar de escrever um post inteirinho sobre aqueles que embarcaram no cruzeiro liberal com mais de 70 anos porque eram muitos, muitos mesmo! Difícil até dizer de outra forma que não terceira idade, pois era exatamente isso.
A história começa no pré encontro que a companhia Bliss Cruise promoveu uma noite antes do embarque em um hotel próximo ao porto. O lugar era bem grande, deviam ter uns 500 casais por ali. Dois ambientes, um com pista de dança e DJ, outro ao ar livre com música ao vivo. Fomos pegar uma bebida em um dos pontos de bar que ficava do lado da pista. Passamos por ela (pela pista) e uma pessoa nos chamou a atenção: um senhor, com seus 70 anos, dançava música eletrônica com o apoio de uma bengala. Inacreditável!
Na hora do embarque, no dia seguinte, outra cena surpreendente: um senhor de cadeira de rodas, aparentava uns 80 anos, subia no navio acompanhado de um galão de oxigênio. A média de idade na fila do embarque era de 76 anos, segundo alguns casais amigos que embarcaram logo cedo. E foi a única vez que os vimos durante toda a viagem.
Isso acontece porque dentro do cruzeiro liberal a gente não fica só transando o tempo todo. Não! Tem um monte de atividades ao longo do dia – e da noite – e cada um curte aquilo que tá afim. Tinha os tradicionais shows de cruzeiros, musicais, ioga sem roupa, aula de squirt, palestras e seminários para casais, homens e mulheres… e por aí vai. Uma infinidade de coisa pra fazer além de piscina e festa.
Tivemos o prazer de jantar com um casal americano, por volta dos 70 anos de idade, numa das noites. Foi uma das nossas conversas mais agradáveis! Rimos, contamos “causos”, falamos sobre swing, fizemos piada… foi fantástico! Esse casal decidiu usar a expressão “in the light” para designar o relacionamento liberal. “É assim que vemos o modo como nos relacionamos no swing, in the light; pois preferimos estar na luz do que no escuro”.
No último dia estávamos no deck principal, eu de topless e o Marcio me abraçando por trás, procurando alguém para… bem… você sabe pra quê! kkkkkk. Foi quando percebi dois casais, na nossa faixa etária, olhando pra gente. As mulheres vieram até nós e disseram:
— Beautiful tentlines! — elogiando a marquinha do biquíni (que sem dúvida foi a melhor compra que eu fiz nesse verão! kkkkkkk).
— Oh, thank you! — agradeci, sorrindo.
— Podemos dar uma chupadinha no seu peito?
— Claro, fiquem à vontade.
E as duas chuparam meus seios, sob os olhares atentos dos maridos. Sorriram e foram saindo de fininho, voltando para perto dos homens delas e eu acompanhava os casais com os olhos. Quando virei o rosto pra frente, vi uma senhora, cerca de 90 anos, andando curvadinha a passos pequenos em minha direção. Chegou pertinho e fez um sinal com o dedo apontando para a boca dela e para o meu peito, como se dissesse: Can I?
— Yes, sure, why not… — eu respondi.
Ela então chupou um seio meu, foi pra cima do Marcio e beijou os dois mamilos dele. E foi embora, seguindo seu caminho, passos curtos, coluna curvada. Surreal!
Durante as refeições nós víamos os grupos de amigos reunidos, 3 ou 4 casais; todos na faixa dos 70 anos, se divertindo como qualquer um. O liberal também envelhece, os anos também passam pros swingers, e a gente começou a se enxergar na mesma situação. Ou acham que nos nossos 70 anos a gente vai preferir viagens PB? Ahahahahahaha! A gente quer mais é se divertir à nossa maneira, e isso, caros leitores, é a base do swing: tudo é permitido, nada é obrigatório. Viva!
Beijossssss
