Tchau, Tchau, Coelhinha

Pela primeira vez nós tivemos uma páscoa diferente. Até a pandemia nossa páscoa era comemorada com todo o simbolismo cristão, mas desde que assumimos nossa vida liberal, a igreja nos excluiu e os familiares não fazem questão da nossa presença pra mais nada. Então, a gente lidava com a páscoa com um belo bacalhau.

Este ano, justamente na páscoa, tivemos um imprevisto financeiro e nem o bacalhau ou o chocolate deram as caras em casa. Isso me fez pensar no propósito desse feriado em minha vida, afinal, se páscoa é ressignificar, finalmente chegou a hora de euzinha aqui dar um novo sentido a essa época do ano.

Coelhinha da páscoa

E já não era sem tempo, porque mesmo dentro do swing eu já não aguentava mais, há um bom tempo, “virar coelhinha” com visual sexy. A última foto com orelhinha que eu fiz foi ano passado e já senti que não tinha mais nada a ver comigo. Pensei comigo: já fui muito coelhinha nessa vida, tá na hora de crescer.

Assim fui buscar uma razão para a páscoa, que fizesse sentido em minha vida, e encontrei a história de Eostre, uma deusa cultuada antes do cristianismo. Com uma breve pequisa no google eu encontrei diversas versões diferentes para a mesma história e diversos nomes para a mesma deusa. Mas todos tinham alguns elementos em comum: a deusa, o pássaro e os ovos.

A Deusa

Alguns nomes encontrados foram Eostre, Ostara, Frigga, Eostar. Deusa da fertilidade, amor, alvorada, luz crescente da primavera, sexualidade, amanhecer radiante. Mas pouco se sabe efetivamente sobre essa deusa (e as diversas versões provam esse desconhecimento), como era sua imagem e outros detalhes.

O Pássaro

Independente da versão, sempre há um pássaro na história. Uns dizem que ele não podia mais voar por isso a deusa, por compaixão, o transformou em coelho. Outros dizem que a deusa o transformou em coelho porque ele pousou em sua mão.

Os Ovos

Em uma das versões, as crianças teriam pedido à deusa que retornasse o coelho a forma de pássaro. Como ela não conseguiu desfazer encanto por completo, o pássaro voltou a sua forma por pouco tempo e botou ovos em agradecimento. Quando voltou à forma de coelho, pintou os ovos que tinha botado e distribuiu às crianças. Em outra versão, a transformação não foi completa, por isso ainda podia botar ovos mesmo sendo coelho.

Ressignificados

Em todas as versões fica claro que a história se relaciona com sol, renascimento e liberdade. Até mesmo na versão cristã os mesmos significados são facilmente atribuídos, o que me fez ressignificar a páscoa, independente de qualquer crença religiosa.

Páscoa é liberdade, e liberdade é renascimento.

Marina Rotty

Não me cabe mais ser coelhinha na páscoa (nem mesmo na playboy), muito menos uma adoradora de crenças, onde seguir regras ultrapassadas é mais importante do que amar o ‘próximo’. Meu nome é Marina e faz só dois anos que eu renasci em uma liberdade que eu mesma escolhi.

Feliz Páscoa

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