A Afinidade no Swing

a afinidade no swing é como a química, difícil explicar.

Muito se fala no swing sobre afinidade e, para facilitar a explicação, dizemos que afinidade é a mesma coisa que aquela química que atrai as pessoas. Mas rolou um episódio esses dias que me fez pensar que se alguém me perguntasse o que é química, eu não saberia explicar. Porque a gente não consegue explicar mesmo o que é torna uma pessoa atraente para nós enquanto outras passam despercebidas pelo nosso radar.

Conhecemos um casal interessante, o papo fluiu bem, a noite ficou agradável e na hora de ir embora nos despedimos duas vezes. Demos o primeiro tchau, com um abraço gostoso e o tradicional beijinho no rosto, mas continuamos conversando. Dois minutos depois, outro tchau, outro abraço gostoso e mais um beijinho no rosto.

Lembrei que quando começamos no swing nós vivemos algo muito parecido. Um casal que nós desejávamos muito (sonho de consumo mesmo, sabe?) postou em algum lugar que estaria no Jockey Club de São Paulo tal dia. Oras, o Jockey Club é um lugar incrível e estar lá com uma galera do meio parecia uma ótima ideia.

Não conhecíamos ninguém, fomos na cara e na coragem mesmo. O lugar era mais afastado dos restaurantes principais, a gente passava por uma espécie de bosque pra chegar nele – à noite, escuro, dava a sensação de ser escondido – muitos casais apareciam por lá.

Chegamos até o bar, onde estava mais iluminado, pedimos alguma coisa pra beber e procuramos um lugar pra sentar. Ficamos sozinhos praticamente a noite toda, só observando os casais, tentando reconhecer um ou outro. Naquela época ninguém mostrava o rosto em redes de swing, nem mesmo como fazemos hoje, com pixels ou manchas. Todos cortavam as fotos no pescoço.

Era muito difícil reconhecer quem quer que seja, já que além de não mostrar nada de rosto, as fotos na época eram todas sem roupa. Postar foto de minissaia, com roupa ou mesmo de lingerie era um absurdo numa rede de swing. A galera zuava mesmo, reclamava dizendo “aqui não é facebook”.

Nós, no escuro, sem conhecer ninguém e com chances pífias de reconhecer quem quer que seja, passamos a noite sozinhos. Vez ou outra alguém se aproximava para se apresentar, rolava uma conversinha mole e já voltavam para suas rodinhas. Olhamos no relógio e decidimos ir embora. Mas antes descemos até o bar para pegar mais um energético. No caminho passamos por dois casais, sentados em um banco, que começaram a puxar papo com a gente.

PARÊNTESES: se você está nessa fase de começo, não conhece ninguém mas quer entrar no swing, vá aos eventos. E vá de “peito aberto”, pois as coisas acontecem quando menos esperamos.

— Oi, quem são vocês, de onde são, vem sempre aqui?

— Olá, somos Marina e Marcio, ficamos sabendo daqui por causa do casal X, mas… não conhecemos eles e é impossível tentar descobrir.

— Uai, são eles aqui – disse o marido que tinha puxado conversa, apontando para o casal sentado com eles.

Quem diria! Cumprimentamos nossos “sonhos de consumo” mas… a química rolou mesmo foi com o outro casal. Hahahahaha! Pra quem já ia embora, ficamos quase uma hora ali com o casal Nani e Rod, um senhor com mais de 50 e uma morena incrivelmente deliciosa, simpática, gostosa, bonita… impressionantemente atraente.

Mas tínhamos mesmo que ir embora, então nos despedimos com um abraço gostoso e um beijinho no rosto.

— Tchau, tchau… — dissemos.

— Tchau, gente, vamos marcar um fondue lá em casa.

— Fondue? Adoramos!

— Então anota nosso número…

E aí, pra anotar o número, a conversa rolou mais uns 15 minutos super agradáveis, daquele que não dá vontade de ir embora. Mais uma vez, tentamos sair e demos outro tchau: abraço gostoso, beijinho no rosto… dessa vez um pouquinho mais demorado… e voltou um outro assunto interessante que nos prendeu por mais 15 minutos. Outro tchau, outro abraço gostoso, outro beijinho no rosto… sério gente, nos despedimos umas 10 vezes! kkkkkkkkkk.

Na última a gente já estava se beijando na boca, no maior amasso trocado: eu nele, o Marcio nela. O fim dessa história é que eles se tornaram nossos primeiros BFF do swing. Éramos inseparáveis, fazíamos tudo juntos, criamos uma amizade maravilhosa. Isso é química. Isso é afinidade. Não se explica, mas todo mundo sabe quando ela acontece.

Ainda tá com dúvida? Provavelmente é porque você ainda não sentiu afinidade por ninguém. Mas fique tranquilo, porque quando ela bater, você vai saber. Ah vai!!!

Beijossssssssssssss

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2 Comentários
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EueEla
5 anos atrás

Bom dia Marina e Marcio td bem
Parabens sempre , vcs é demais
Gostaria de saber se ja se relacionaram com amigos proximos (de infancia ) se sim conte nos a experiencia