No Liberal Só Eu Me Divirto

Marina e Marcio, me ajudem! Meu marido gosta de me ver com outros mas eu não gosto de ver ele com outras. O que eu faço? Ass: Rainha do Deserto.

Cara Rainha do Deserto

Bora trabalhar essa possessividade aí! Que talvez nem seja sobre posse, mas sobre comportamento social aprendido como “certo” e que ainda não foi reestruturado adequadamente dentro de você. Até porque, ninguém é obrigado a fazer o que não gosta, principalmente no meio liberal.

E infelizmente essa situação é muito comum: parceiros que não conseguem sair dessa lógica monogâmica de controle. Geralmente acontece quando:

1 – Proposta de ser liberal veio do outro

A pessoa aceitou ir para o liberal com a proposta de que só ela iria se divertir. Essa tática é comum entre maridos que, desesperados para viver o meio, sugerem à parceria que é ela quem vai escolher o que fazer, com quem fazer, onde ir, sempre pensando no prazer dela e não no dele. Quem faz essa proposta acredita que, num futuro, a parceria irá gostar do meio e, automaticamente, transformar as sensações ruins (ciúme, culpa, posse, controle…) em boas (prazer, alegria, liberdade).

Mas sabemos que não é assim que acontece. A gente – ser humano – não deixa de sentir só porque a gente quer, muito menos porque o outro quer. Existem traumas (pense em um sentido beeeem amplo, ok? Trauma não é só alguma situação horrível, pode ser algo bem simples que é percebido pela pessoa como ruim), existe um passado, uma história de vida que não desaparece do nada.

É importante que esse parceiro – o que “não consegue” – compreenda que o limite está nele, não no parceiro, e trabalhe junto a um psicólogo esse sentimento que incomoda. E tudo começa nesse reconhecimento: eu controlo a mim mesmo, mais ninguém.

2 – Cada um quer uma fantasia diferente

Às vezes o casal já está há um bom tempo no meio, tudo indo muito bem, até que um quer realizar uma fantasia que o outro não quer. Aí começa a aparecer um medo louco (sim! Louco porque os dois já viveram tanta coisa que provou que o sexo com outros não abala a relação) que pinta a dúvida: somos mesmo liberais ou vivemos até aqui uma relação de controle?

É muito fácil a gente ser o que quiser quando os outros fazem tudo o que a gente quer. E tantas vezes nos acostumamos a esse padrão, de ter uma parceria entrando no nosso jogo do controle, que caímos fundo na ilusão de sermos rainhas do deserto.

Solução

A primeira dica para casos assim é terapia. E não tenha a ilusão de que a necessidade de controlar tudo e todos vai sumir de repente, nas primeiras sessões. Isso é caso de reestruturar pensamentos, sentimentos e comportamentos, leva um certo tempo. Comprometa-se consigo mesmo a mergulhar dentro de você e realizar essa mudança interna.

A outra dica é procurar alternativas com sua parceria para aqueles casos que você “não consegue” lidar. Por exemplo: não consegue ver com outra pessoa? Não tem que ver, nem saber. Vocês podem ir juntos a uma balada liberal, cada um se divertir em uma cabine e se encontrar de volta na saída. Vocês podem já sair separados de casa ou só um sai, o outro fica. Para casais que vivem juntos, trabalham juntos e passam todas as horas da semana juntos, é uma ótima maneira de colocar a individualidade na balança da relação (que, claramente, anda pendendo só para o lado do relacionamento). De qualquer forma, são apenas sugestões; o mais importante é que vocês encontrem o jeito que vai funcionar para vocês.

Beleza? Só não vale continuar no mantra “não consigo” e lascar um foda-se para a parceria. Afinal, relacionamento é o equilíbrio entre dois indivíduos (ou mais) e a vontade de ficarem juntos.

Beijosssssssssss

Quer participar da sessão SOSwing? Escreva para Marina e Marcio, mande seu dilema que a gente responde e publica.





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    Casal Sorocaba
    10 meses atrás

    Excelente post, me identifiquei muito com ele em quase tudo, menos na parte de sair sozinhos, eu acredito que meu prazer esta em ver o prazer dela pois sei separar prazer do amor e do companherismo, mas ela não sabe. Chego a pensar que se não for para ir com ela, que o Swing nem tem sentido, mesmo ele me fazendo muita falta e não ir me causando frustração.