Amanhã é o dia do psicólogo e gostaria de trazer um recorte do que tenho vivido na minha profissão. A psicologia entrou na minha vida por acaso, mas desde as primeiras aulas eu me apaixonei por ela, principalmente pela área de relacionamentos.
E na minha prática clínica o que eu mais vejo é o sofrimento das pessoas por não se sentirem desejadas, nem mesmo pelo próprio parceiro. É aí que entra o post de hoje, porque o que é a força motriz do swing senão sentir-se desejado?
Alguns pensam que o que move o swing é sexo trocado mas basta um olhar mais atento e profundo para cada praticante pra perceber que é a sensação de ser desejado que realmente os move. E quanto mais pessoas os desejam, melhor é a sensação de satisfação.
E vamos combinar que pra quem vivia numa relação monogâmica achando que nunca mais seria desejado por ninguém, o swing é uma bênção. Por isso muitos dizem que o swing salvou o relacionamento deles: quando pensaram que já tinham “morrido” (não é assim que se faz no casamento tradicional? O casal “morre” para outras pessoas?) de repente voltaram a se sentir desejados, queridos, vivos. E por pessoas que mal conhecem além do próprio parceiro!
Desejável em todas as áreas
Acho que a grande sacada do desejo é que o prazer de se sentir desejado não depende de uma ação, ou seja: mesmo que você não transe com todo mundo que te deseja, você sabe que é desejável. E isso é suficiente para sentir prazer.
Interessante é que não é só no sexo que você pode se sentir desejado. É bom saber que desejam o trabalho que você faz, é bom saber que desejam a sua companhia, a sua inteligência… Ser desejado pelo parceiro, pelo chefe, pela concorrência, pela preferência dos amigos… E como o swing não é só sexo, as chances dos swingers se sentirem desejados o tempo todo são muito grandes.
Na terra do tudo é permitido, qualquer área de atuação é uma oportunidade de criar desejo. Pela roupa que usa, pelo sapato que ‘pode’ comprar, pela alegria em viver, pela liberdade de transar em público, pela festa que foi, pelo jeito de andar, de olhar, de falar… a lista de como despertar desejo nos outros é quase infinita. E no swing, essa lista ganha possibilidades concretas de realização, o que faz com que as pessoas se esforcem bastante – e cada vez mais – querendo ser desejáveis.
Até onde essa busca é saudável? Existe um limite para se sentir desejado? Sempre, né gente? A partir do momento que alguma coisa atrapalha sua vida, ela mais prejudica do que ajuda. Ser desejado é a única coisa em que você pensa? É a única coisa pela qual você trabalha? Você deixa de cumprir suas funções básicas de vida (ser pai, mãe, trabalhar, estudar…) para se dedicar em parecer desejável?
Buscar melhorias em nós mesmos é saudável. Prejudicarmos a nós mesmos em busca dessas melhorias, não.
Beijossssssssss