Quando eu era criança lembro que era um absurdo querer ter um skate ou prancha de surf. Não faz muito tempo e provavelmente você também se lembra do quanto praticar um desses esportes era mal visto na sociedade. Ver skate e surf entrando nas olimpíadas com brasileiros se destacando e ganhando medalhas, me deu mais do que um sentimento de alegria: meu deu esperança!
Vocês sabem, né, tudo que envolve sexo é tão tabu – mal interpretado, odiado, mal visto – que tem que ter convicções muito fortes para trabalhar no mercado erótico, seja a área que for. Assumir que transa e pior, gosta de transar, é quase o mesmo que pedir pra levar pedrada. E eu sempre fui meio cética quanto a uma mudança de visão social a respeito dos sexworkers – acho que levei pedrada demais…
Porém, assistindo à final do skate masculino, comecei a acender uma luz de esperança na humanidade que até então me parecia impassível. Mas se a sociedade conseguiu superar o preconceito em torno desses “novos” esportes, não acho mais tão difícil que o preconceito também caia por terra em relação aos relacionamentos não-monogâmicos, principalmente o swing.
Sentimentos são mais complexos
É certo que quando se fala em sentimentos o buraco é mais embaixo do que algo paupável como o surf e o skate. Até porque existem muitos conceitos de estruturação social envolvidos, como a herança do patriarcado e a visão do casamento como instituição divina. São bases adotadas como absolutas e incontestáveis há séculos, mais difíceis de serem mudadas.
Mesmo assim, ver certos preconceitos caindo pelo chão e meninas como a Rayssa sendo ovacionadas publicamente é um alento. É como aquele orgasmo depois da brochada em que a gente sente que ainda está vivo! (kkkkkkk)
Quero aqui parabenizar o esforço de Pedro Barros, Ítalo Ferreira, Rayssa Leal e Kelvin Hoefler. Vocês não só fizeram história, mas encheram de esperança todas as comunidades que sofrem preconceito nesse país. Muito obrigada por acender essa pontinha de esperança aqui dentro!
Beijossssssss