O Swing Vai Mudar?

Tenho visto diversas projeções sobre o futuro da humanidade após a pandemia do coronavírus, algumas fazem sentido, outras nem tanto… mas muita gente tem gastado tempo pensando em como ficará a vida depois do confinamento.

Eu também já arrisquei umas previsões – puxando assunto debaixo do chuveiro com o maridão – embora acredite que ainda seja muito cedo para imaginar algo. (Segundo dizem, o pior ainda está por vir). Mas li uma entrevista esses dias que me chamou a atenção para o assunto.

O jornalista Wagner Barreira tem pesquisado sobre a gripe espanhola a fim de escrever um romance sobre a chegada dessa doença no Brasil, e na entrevista, pontuou que houve uma busca ao prazer em vários países no pós gripe espanhola, inclusive no Brasil.

Em 1919, o sucesso do Carnaval carioca foi uma música chamada “E o mundo não se acabou”. A letra, que é do compositor Assis Valente, fala de um sujeito que “beijou na boca de quem não devia”, “pegou na mão de quem não conhecia”.

Ele ainda lembra que a desolação da gripe espanhola veio logo depois da Primeira Guerra, ou seja, quem sobreviveu a esses dois episódios históricos, só queria uma coisa na vida: viver.

É mais ou menos assim quando a gente passa por uma experiência bem próxima da morte, ou quando perdemos alguém próximo de nós. Saímos dessas experiências com o botão do foda-se apertado ao máximo, porque a vida acabou de nos lembrar o quanto ela é frágil.

Se nós vivêssemos lembrando disso – que não somos nada e que basta estar vivo para morrer – nosso psicológico entraria em pane! É por isso mesmo que o cérebro usa seus mecanismos de defesa para colocar lá no inconsciente, (lá no fundão, lááááááááááá bem escondido de nós mesmos) a realidade do quanto a vida é curta. E quando a realidade bate à nossa porta, como está fazendo agora com o coronavírus, é muito provável que o que venha depois seja uma busca por aproveitar a vida enquanto ainda a temos.

Em relação ao swing, não acredito que haverá muitas mudanças. Na verdade, eu imagino apenas duas situações que podem acontecer depois da pandemia:

1 – Boom de curiosos

Muita gente que nunca teve coragem de levar adiante a ideia da troca de casais vai experimentar o swing. Nem todos continuarão, mas acredito que haverá uma boa procura por práticas sexuais fora do padrão.

2 – Casas de swing fechando

Também acredito que algumas casas de swing poderão fechar as portas, mas não necessariamente por causa do coronavírus e mais pelo lado da economia: quem não tem capital de giro, quem não tem solidez no mercado, quem é pequeno ou está começando. Se a casa se enquadrar em uma dessas hipóteses pode sofrer bastante com essa parada obrigatória que estamos vivendo; se enquadrar nas três, dificilmente se manterá.

No mais não acredito que mudará alguma coisa. O swing não é um negócio, não é um site ou uma balada. Existia antes de Marina e Marcio e vai continuar existindo depois de nós. É uma filosofia, é uma ideia de vida. Não depende de nada para existir, apenas da vontade de casais se relacionarem um com o outro. O swing é. Com pandemia, sem pandemia… com fama, sem fama… com guerra, sem guerra… O swing é.

Se algo precisa mudar, somos nós. Nós é que fazemos o swing ser o que é na nossa geração. Nós é que participamos das festas, que vamos às casas, que alimentamos as redes, que tiramos nudes, que transamos onde temos vontade… O swing não vai mudar, mas nós vamos se assim quisermos.

E a pergunta que não quer calar não é o que vai mudar no swing depois do coronavírus. A pergunta que fica é: teremos coragem para viver nossos sonhos enquanto ainda estamos vivos?

Beijosssssssssss

 

https://nos.blogosfera.uol.com.br/2020/04/04/depois-da-gripe-espanhola-ficamos-mais-hedonistas-diz-escritor/

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Kasalvalmel
5 anos atrás

É bem por aí, concordamos com o seu ponto de vista

“A vida não tem bis o que importa é ser feliz”

Patrick
4 anos atrás
Responder para  Kasalvalmel

Verdade gostaria muito de conheser casais para participar

Sidnei
5 anos atrás

Olá Marina Olá Márcio
Que tal contar as experiências do carnaval aqui para aproveitarmos a quarentena com um bom relato.