Fui Reconhecido numa Casa de Swing

Daí que você se arruma todo pra ir numa casa de swing, faz toda a logística com a família, inventa mil e uma histórias pra voltar tarde pra casa; paga o valet, faz o cadastro na recepção e entra na casa de swing. A primeira pessoa que você encontra lá dentro é nada mais nada menos do que o seu chefe. Ou o seu amigo, ou seu pai, ou o seu irmão, ou a sua filha.

Não dá pra negar que é uma situação estranha e que ninguém quer passar por isso, tanto que o risco de ser reconhecido numa casa de swing é a principal preocupação dos casais hoje em dia. Nós já passamos diversas vezes por essa situação e hoje vou compartilhar alguns pontos importantes sobre esse assunto que acabamos descobrindo na prática.

1 – É o sujo falando do mal lavado. Significa que qualquer coisa que a pessoa que te reconheceu disser, vale pra ela também, afinal, ela estava no mesmo lugar, na mesma hora e muito provavelmente fazendo a mesma coisa que você. Lembre-se que para o fulaninho ser convincente nas acusações, ele terá que revelar onde foi que ele te viu; e se ele viu é porque estava lá, se ele também estava lá acaba perdendo toda a credibilidade.

2 – O que é certo e o que é errado. As pessoas adoram criticar quem faz swing mas trair uns aos outros, acabar com o casamento, destruir emocionalmente o seu marido/esposa, arrasar os seus filhos, preocupar a família, enganar e mentir parece muito mais aceito. Não acho errado ter o melhor relacionamento conjugal possível, não acho nada de errado gostar de sexo, não acho nada de errado me divertir com meu marido. Muito pelo contrário! Sou abençoada por ter descoberto mais uma afinidade entre nós, que é o gosto pelo sexo a três, quatro, cinco… e por dividirmos tamanha intimidade somos muito mais felizes do que éramos antes.

3 – De quem é a minha vida mesmo? O que você faz, com quem você anda, onde você vai só diz respeito a você mesmo e ninguém tem o direito de se intrometer na sua vida. Mas como os swingers estão um degrau acima nessa questão emocional (sem dúvida nenhuma!)  a gente entende que a maturidade emocional requer um certo ponderamento a respeito dos outros. Aqueles que ainda são imaturos e acreditam piamente que falar do outro – fazer fofoca mesmo! – vai fazer alguma diferença na vida deles, devem ser evitados. Isso quer dizer que tem gente que encontramos na casa de swing que podemos nos mostrar, ir lá cumprimentar e dar aquele abraço de “boas vindas”. Mas tem gente (e você sabe em quem pode confiar e em quem não pode) que você tem que se esconder dele e ir embora porque não passa de um crianção.

Já encontramos amigos e outros conhecidos na casa de swing que nos deixaram felizes sabendo que estão no meio com sinceridade – acabamos mais amigos ainda. E também já encontramos amigos e conhecidos que sabemos que não merecem nossa confiança – tratamos de ir embora o mais rápido possível.

Mesmo que você não vá numa casa de swing ainda existe o risco de encontrar conhecidos em festas fechadas, por exemplo. Já ouvimos histórias de casais que encontraram o irmão, o pai, o filho, o cunhado com outra mulher, a cunhada com outro cara, o chefe, o funcionário, o colega da empresa, a vizinha. Em cada situação a decisão tomada foi diferente – uns foram embora, outros encararam numa boa, outros fizeram de conta que não se conheciam. Mas em todas elas ninguém abriu a boca, ninguém falou nada um do outro, ninguém foi comprometido.

No fim das contas, o que percebemos é que a velha frase “estamos todos no mesmo barco” se torna uma espécie de código que rege eventuais encontros de conhecidos no swing. E se pensarmos bem é a mais pura verdade. Estamos mesmo, todos no mesmo barco, é de interesse de todos que ele não vire para nenhum lado.

Beijossssssssssssss