Swing Muito Além do Sexo

swing muito além do sexo

Você com certeza já ouviu por aí que swing vai muito além do sexo, mas talvez este texto te ajude a entender melhor essa frase. Não que ele, o sexo, seja algo ruim (pelo contrário, né, é uma delícia pra quem gosta!) mas é que as pessoas ainda acham que swing é apenas uma putaria desvairada.

Essa é, inclusive, uma das coisas que sempre me chamou atenção no swing – o senso de comunidade que habita entre quem frequenta, seja casas, clubes ou qualquer outro ambiente do meio. E por isso mesmo, todas as datas festivas costumam ser muito mais do que um tema da noite: transformam swingers em família.

Essa é uma característica muito presente no que o meio chama de “swing raiz” e a Inner Club é sem dúvida a maior e melhor casa que representa esse estilo (se é que podemos chamar de estilo… rsrs) no Brasil.

PARÊNTESES: o sexo costuma ser o aspecto central no swing raiz e isso tem lado positivo e negativo, assim como tudo nessa vida. Há swingers que, mesmo mantendo o sexo como o principal, também compreendem que as amizades são importantes, o equilíbrio é importante, ter flexibilidade para mudança de planos é importante, manter princípios e valores dentro da lei é importante. Já outros pensam que se é swing tá tudo liberado de qualquer jeito em qualquer lugar. E talvez por causa destes é que a expressão “swing raiz” assuste muita gente…

Mas o que eu queria contar é que estávamos lá na Inner no dia das mães e presenciamos, mais uma vez, como esse sendo de comunidade no swing pode ser a coisa mais surpreendente do mundo! Na hora do show – todo dia tem show de strippers na Inner – aconteceu uma homenagem da casa a um dos seus clientes mais fiéis. E eu pedi pra Ro, protagonista dessa cena, me contar como foi que ela se sentiu.

Estamos no meio há 27 anos, temos 3 filhos e 3 netos, e tudo começou quando a Morgana (CSS - Chief Swingers Strippers) mandou mensagem pro Luiz perguntando se nós iríamos na Inner naquele dia. Ele falou que sim e ela só falou que ia ter uma surpresa pra nós, eu nem imaginava o que seria. Quando começou o show do stripper Michael, ele pegou na minha mão e me levou pra pista, tirou minha roupa, até aí tudo normal, quando de repente, acende as luzes lá em cima: do lado da pista, descendo pelo elevador, estava o Toninho (ex Clube das Mulheres). Todo de terno e gravata, muito chique, com um buquê de rosas, foi descendo pelo elevador e o DJ Tomas, falando que eu estava representando todas as mães do Inner. Disse muita coisa linda, que fiquei tão emocionada que nem lembro, não conseguia parar de chorar, foi uma emoção que jamais imaginaria que eu fosse escolhida pra homenagem (só de estar escrevendo sobre isso, as lágrimas estão escorrendo)😢
Foi muito lindo.

Foi mesmo! Não teve uma mulher aquele dia que não tenha se emocionado junto com a Ro, até eu fiquei com os olhos cheios de lágrimas! E foi aí que eu pensei caramba… quantas pessoas não tem a menor ideia do que acontece numa casa de swing e fica julgando quem vai? O que aconteceu nesse dia foi só um pouco do que a gente presencia que diariamente, não só em casas de swing mas nos grupos de amigos do meio, nas redes sociais, nas conversas regadas a nudes, putaria e, também, demonstrações de amor.

Ro, a homenageada da Inner Club no dia das mães

Pra quem pensa em entrar no meio é bom entender o quanto antes que swing vai muito além do sexo. A gente mal conhece as pessoas que encontramos nas casas mas esse elo da liberdade sexual nos une mais do que muitos de nossos familiares. Somos tão incompreendidos em nossa prática sexual que cuidamos uns dos outros, nos preocupamos uns com os outros e somos muito mais abertos a conhecer uns aos outros do que na vida PB.

Renan Carvalho escreve eu seu livro Sexualidade Nua e Crua (p.119): “a sensação de liberdade e poder que a mulher adquire no universo liberal é semelhante àquela de um passarinho que é solto de uma gaiola. É como se fosse possível à mulher, de repente, poder manisfestar todas as suas fantasias e desejos mais íntimos, sem a preocupação de ninguém na sociedade estar julgando-a ou rotulando-a por isso. Pelo contrário, ela passa a ser apoiada e admirada em sua iniciativa, não só pelo parceiro, mas também por todos seus novos amigos e amigas.”

E para terminar esse post com a nossa homenageada, a Ro mandou um recadinho para todas as mulheres do swing:

Vocês são expressão de liberdade, confiança e autenticidade. Em um espaço onde o respeito e o consentimento são fundamentais, vocês mostram que prazer e autonomia caminham juntos. Que cada experiência seja vivida com alegria, segurança e plenitude. Vocês inspiram coragem ao romper tabus e viver o desejo de forma consciente e verdadeira. Continuem brilhando com atitude, respeito e sensualidade.

Ro

Beijossssssssssss

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