Swing Como um Cardápio Humano

o swing é um cardápio humano

Outro dia estava assistindo um programa na televisão e ouvi um cara dizendo que achava o máximo usar o Tinder por se tratar de um “delivery de vulva”. Seguindo mais ou menos a mesma linha, outro dia li um comentário em um site de swing dizendo que ela (a pessoa que escreveu) se recusava a servir de cardápio, mesmo estando no swing. Foi aí que me surgiu a dúvida: o swing é ou não é um cardápio humano?

Pensando em quem procura por swing na internet, em redes sociais e aplicativos do gênero, cada perfil pode sim ser visto como uma parte de um cardápio humano. Escolhemos as melhores fotos, os melhores ângulos, as palavras mais corretas… tudo para que nosso perfil seja “atrativo” pra quem nos visita.

E se pensarmos nas pessoas que preferem buscar o swing em baladas e festas liberais, a ideia de produto também está presente, tanto quanto no mundo virtual. Escolhemos uma roupa legal, um sapato legal, ajeitamos o cabelo, maquiagem, perfume, acessórios… pra quê? Porque queremos ser desejados, queremos estar atraentes, queremos conquistar o consumidor.

Há alguns anos escrevi o post “Sonho de Consumo” pois na época era um termo bem utilizado no meio para dizer que determinado perfil é muito desejado. Não quer dizer que um tratará o outro como produto, mas hoje, em dias de mimimi politicamente correto, dizer que alguém é seu “sonho de consumo” não pega muito bem. Até mesmo o termo “comer” teve uma queda no seu emprego na hora de dizer que transou com alguém, já que essa palavra  se relaciona diretamente com produtos oferecidos em prateleiras e cardápios.

Toda a estrutura de busca swinger tem relação com consumo de produtos, deixando a humanização do swing para o próprio ser humano. É a pessoa que faz o swing perder o status de cardápio e ganhar aspecto de troca. No swing não existe compra, mas sim, uma troca: de parceiros, sensações, energias… no final, todos deixam um pouco de si e levam um pouco do outro, senão pelo sexo, pela amizade.

Um cardápio não é assim. A gente pega, escolhe, usa e vai embora, muitas vezes reclamando que foi mal atendido. E é muito triste ver que pessoas que tratam o swing como um cardápio: primeiro eu como essa, depois essa, depois aquela… sem querer estar ali, de verdade, com o outro. Eu entendo que seja uma forma de curtir o swing – sexo por sexo e nada mais – mas definitivamente não é a nossa onda.

Quando começamos, éramos assim. Saíamos para as casas de swing em busca de sexo, uma das nossas regras de casal era justamente essa: sem envolvimento, sem nomes, sem nada. Ficamos uns 3 anos nessa vibe, e quando decidimos que iríamos fazer parte do mundo swinger – de verdade – é que nós descobrimos o que é o swing, de verdade.

Até então, nossa vida de casal não tinha ganhado um super upgrade; melhorou, sim, mas ainda não tinha acontecido aquela transformação que sentimos depois que começamos a viver o swing como um lifestyle, ou seja: quando paramos de usar o swing como um cardápio humano nos tornamos swingers por inteiro. Entendemos que nem só de sexo se faz uma troca de casais, que não é preciso transar com qualquer um só pra não perder a viagem, nem mesmo somos obrigados a ficar com quem não nos atrai.

Como é que você anda encarando o swing ultimamente? É um cardápio humano? Sexo delivery? Basta entrar em contato e esperar que o outro o satisfaça? E mais, quando o outro não te dá a mínima você acha ruim e diz que o problema é que o swing anda “seletivo” demais, nutela demais?

Talvez, (só talvez, quem sabe… rsrsrsrs…) quando o outro não se sentir um produto no seu cardápio humano ele te dê uma chance. E aí sim, você vai viver uma experiência de swing, não apenas uma troca sexual, mas algo mais complexo, profundo e satisfatório para todos os envolvidos.

Daqueles que a gente volta pra casa querendo mais, e de novo, de tão bom que foi – porque passou a encarar pessoas como seres humanos, não como produtos de um cardápio. Ah, então esse é o segredo, Marina? Pra uns pode ser, pra outros não… que tal tratar os outros swingers como pessoas pra ver se melhora pra você?

 

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Novato
5 anos atrás

Não sei como é a opinião da maioria, mas eu e minha parceira quando vamos as casas liberais temos a seguinte premissa: Vamos nos divertir e isto independe se teremos contato com outras pessoas, nossa relação é muito apimentada, por isto, já recusamos educadamente inúmeras investidas por não termos sentido afinidade, tesão e afins. Elementos que achamos indispensáveis para o próximo passo, é óbvio que ela se produz toda, unhas, cabelo, depilação, roupa, perfume e etc… Mas das 12 vezes que fomos a esmagadora maioria resolvemos entre nós, a troca efetivamente ainda não rolou, pra ser sincero, não temos pressa,… Read more »

CasalSexyMN
5 anos atrás
Reply to  Novato

Temos entre nos essa mesma premissa.
Nao temos pressa de que as coisas (troca) aconteca e assim vamos nos divertindo.
Das experiencias que tivemos ainda a troca nao foi feita porque encaramos como o ultimo degrau da escada a ser alcancado, ja passamos pelo menage, tanto masculino quanto feminino, voyerismo, sexo no mesmo ambiente.
Acho que faz parte da evolucao como casal no meio liberal e cada casal tem o seu ritmo.
PS: Falta de acentos por conta do teclado EUA que estou usando.