Camisinha na Mão, Celular no Bolso

Gente, esse é um assunto complicado, polêmico e delicado mas que faz tempo que eu vejo acontecendo recorrentemente em todas as casas de swing e que merece ser abordado aqui no blog. O celular é uma das maravilhas que a tecnologia concedeu ao ser humano. Só o fato de podermos nos comunicar com quem quer que seja em qualquer lugar que a gente esteja é algo estrondoso; quando juntamos no mesmo aparelho as vantagens de estar conectado ao mundo através da internet criamos um cenário fabuloso – e ao mesmo tempo pavoroso.

Fabuloso quando queremos compartilhar nossas alegrias, pavoroso quando outros querem compartilhar nossas tristezas. No fim das contas, o celular é uma arma de proporções catastróficas nas mãos de quem quer fazer o mal. E como o swing ainda não é algo “aprovado” pela sociedade (ainda, tenho esperanças de que isso vai mudar) as casas de swing – todas, sem exceção – não permitem o uso de celulares dentro do seu ambiente. Então porque é que a gente continua vendo um monte de pessoas (muita gente meeeeesmoooo!) usando celular livremente na pista, no banheiro, nas salinhas?

Outro dia estava dançando no balcão – daquele jeito que vocês já imaginam, totalmente nua! rsrsrsrsrs – quando percebi um homem com o celular na mão, bem na minha frente, olhando não sei o quê. Na mesma hora chamei o Marcio, apontei para o rapaz e fomos perguntar se ele estava fazendo fotos ou filmando. Ele se assustou, disse que não, que estava apenas checando a hora. Vimos que ele era um casal de verdade e que estava acompanhado de grandes amigos nossos, que nos serviram de referência para confiar na palavra dele. Mesmo porque ele nos mostrou que não tinha feito nenhum registro meu.

Já numa outra vez estávamos no camarote e o Marcio percebeu alguém que estava sentado no sofá ali ao lado tirando várias fotos com o celular virado pro nosso lado. Chegou junto no cara já dando bronca “tá tirando foto da gente?” Não, imagina – foi a resposta, mas como sempre fazemos questão de conferir pra ver se é verdade, o Marcio viu que o cidadão tinha mesmo feito um monte de fotos nossas no celular; só saímos de perto dele depois que ele apagou todas.

Já numa outra vez estávamos transando numa salinha com glory hole e do outro lado um dos seguranças da casa de swing usava o celular. Quando ele percebeu que a gente tinha descoberto ele lá, saiu correndo, fugindo, nem deu pra saber se ele estava só passando o tempo ou se estava fazendo algum registro nosso.

Ainda fui até a recepção e perguntei se eles tinham liberado o celular na casa de swing porque a quantidade de pessoas que estavam com o aparelho na mão era absurda. Não, gente, não é permitido, mas na prática os seguranças não estão dando conta de fazer a vigilância de tanta gente que não respeita essa regrinha básica do swing.

Esse é um dos motivos que tem espantado não só os swingers dos estabelecimentos como também os iniciantes, ninguém quer ter sua vida exposta e o direito à privacidade acaba sendo violado cada vez que alguém não cumpre a regra. Regra que é bem clara e bem sinalizada na entrada das casas de swing.

As consequências da falta desse cumprimento são muito ruins pra todo mundo: ruim para a casa que perde cliente, ruim para o cliente que não tem opção de diversão segura, ruim pra quem usa o celular – sim, porque se faz foto ou filmagem é porque gosta de ver, se ninguém mais fizer nada ele não vai ter nada pra ver. Viram? É um ciclo, todo mundo faz parte dele e todo mundo precisa um do outro pra continuarmos nos divertindo.

O celular é uma maravilha e sou super a favor de mantê-lo no bolso, vai que a gente precisa ser avisado de algum problema, né? Mas que ele fique no bolso! Que tal uma campanha “camisinha na mão, celular no bolso”? Com o celular na mão fica difícil fazer sexo, já com a camisinha na mão garanto que todo mundo tem mais chances de ser feliz. O swing agradece.

Beijosssssssssss