Ícone do site Blog Marina e Marcio I Casal Liberal

Sonho de Consumo

o swing e o sonho de consumo

Alguns sonham com carros de luxo, outros com sapatos de grife. Se o swing é um reflexo da sociedade será que o consumismo também tem vez no meio liberal? Me arrisco a dizer que o consumismo no swing é maior do que no mundo PB.

É comum encontrarmos a expressão sonho de consumo nos sites de swing. Quando um casal entra para o mundo liberal ele se transforma num produto a ser consumido. Eita, falando assim até parece uma coisa terrível, mas não é não. Pensem comigo: uma das primeiras coisas que fazemos é colocarmos um nick, um nome, uma marca. Não porque queremos nos tornar um produto mas porque queremos preservar nossa privacidade. Com o tempo alguns casais ficam tão populares no swing que transformam seus nicks em marcas registradas (ex. Marina e Marcio, Ksal Curtição, Casal Pimenta), oficializando a marca do produto, no caso, o casal.

Depois de ter o nome escolhido, é hora do casal aparecer para o mundo – afinal se ninguém sabe que ele existe ninguém vai entrar em contato para curtir uma transa. E tendo o sexo como objetivo principal, o casal começa uma série de promoções para tornar-se conhecido nesse universo liberal: Faz propaganda nos murais de sites especializados no assunto, coloca anúncio nos perfis de redes sociais, investe em fotografias sensuais (ou explícitas, cada um tem seu gosto) e assim começa a ser visto como um produto interessante.

Aos poucos o retorno vai aparecendo: começam os comentários nas fotos, aparecem os primeiros interessados em experimentar o produto, as primeiras festinhas sexuais são marcadas. E assim começa outro nicho da propaganda no swing: a recomendação. Esta é, digamos, a segunda forma de promoção mais eficaz que existe no swing (e na vida também, não é mesmo? O famoso boca a boca também funciona no meio liberal).

É muito comum ouvirmos frases como “esse casal vale a pena” ou “essa gostosa trepa pra caralho“; casais que já provaram o produto e incentivam os amigos a experimentarem também. Igualmente comum é ouvirmos “sai fora desse casal” ou “esquece, é furada” referindo-se às experiências negativas que tiveram com casais que não são recomendados. Isso pode significar o fim de um produto no mercado, ou seja, o casal mal-cotado pode nunca mais conseguir um bom swing na comunidade em que ficou “queimado”.

A forma de promover o produto – o casal swinger – que mais traz retorno ainda é uma boa foto. Num lugar onde ninguém se conhece pessoalmente o fator visual ainda é o mais importante. Claro que os consumidores mais espertos não vão se fixar apenas numa bela foto para sair do virtual. Não…! Eles são espertos, lembram? Eles vão em busca de outros fatores de afinidade como ideias, formas de pensar, jeito de escrever, preferências pessoais (tem tatuagem, é fumante…) que podem ser facilmente percebidas nos fóruns das redes sociais ou em conversas simples no skype. Junta tudo – nome, foto, conversas, recomendações – e voilá! Eis um casal produto.

Daí pra virar sonho de consumo é preciso investimento. Quanto mais o casal investir em promover-se mais conhecido ele será, mais famoso ele ficará, mais desejado ele será. Nós temos nossos sonhos de consumo, assim como sabemos que somos sonho de consumo. Normal, gente, não achamos nada demais nisso, é apenas uma forma descontraída de lidar com nossos desejos. E pra você, quem é seu sonho de consumo?

Sair da versão mobile