Em julho se comemora o mês internacional do BDSM por causa do dia 24/07. Há uma expressão usada para designar quem vive o lifestyle BDSM vinte e quatro horas por dia (24 por 7) e daí veio a ideia de comemorar esse estilo de vida tão fora do padrão quanto o swing no dia 24 de julho. Nessa data estaríamos viajando com alguns amigos e pensamos “porque não juntar os dois mundos” nem que seja por alguns minutos, né?
Convidamos nossa amiga dominatrix Lady Brigitte para ir conosco e fazermos, juntos, uma mistura de BDSM, swing e vida liberal. O resultado desse mix de vivências tão próximas – e ao mesmo tempo tão distantes – você encontra nas próximas linhas.
Diário Lady Brigitte
Essa maravilhosa publicou um vlog no Instagram dela muito interessante sobre nosso evento. Ela conta um pouco do que ela estava sentindo num 24×7 liberal. Sabem aquela história de que swinger vive transando o dia inteiro? Que delícia ver nosso lifestyle surpreendendo aqueles que se permitem olhar além do preconceito. Vale a pena conferir.
Aqui a gente conta o nosso lado da Brigitte que, por exemplo, abriu a porta do quarto dela e deu de cara com o Marcio escovando os dentes sem cueca. A reação dela? Um gritinho meigo, a mão tapando os olhos e a frase “ai, meu deus… eu esqueço que vocês ficam pelados!” Ou quando saímos do quarto prontos para a cena e ela, toda de látex com o chicote na mão, cantarolava feliz da vida: “bom dia lá na fazendinha…”
Marina e Marcio
Não somos adeptos do BDSM mas não temos preconceito, pelo contrário, aproveitamos a presença da Lady Brigitte para experimentar um pouco desse universo: o Marcio foi preso, eu fui amarrada, rolou chicotada, submissão e até cinto de castidade!
Decifrando o BDSM: Mitos e Verdades sobre a Prática
Marina Rotty e Marcio Wolf esclarecem os equívocos e desinformações que cercam a prática de estimulação sexual.
BDSM é um acrônimo que engloba uma série de práticas sexuais e de relacionamento envolvendo Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo. O termo surgiu na década de 1960 como uma forma de agrupar diversas atividades que envolvem poder, controle e prazer sensual. Apesar de sua crescente popularidade, o BDSM ainda é cercado por muitos mitos e preconceitos. Segundo uma pesquisa de 2023, publicada pela Universidade de São Paulo, cerca de 20-30% das pessoas já praticaram alguma atividade relacionada ao BDSM. Porém, muitos ainda acreditam que essa é uma prática restrita a um grupo minoritário e desviante.
Para desmistificar o tema, conversamos com Marina Rotty e Marcio Wolf, um casal não-monogâmico especializado em sexualidade e universo liberal. Marina é sexóloga, psicóloga e mentora em não monogamia consensual, enquanto Marcio é empresário, psicanalista em formação e sex coach.
Bondage
Segundo o casal liberal, um dos principais mitos é a associação automática entre BDSM e dor. “Muitas pessoas acreditam que o BDSM é sempre sobre dor e violência, mas isso está longe da realidade”, explica Marina. Outro mito comum é a ideia de que o BDSM é apenas sobre sexo. “Raramente os adeptos misturam o ato sexual com as práticas fetichistas”, afirma Marcio. Além disso, o filme “50 Tons de Cinza” romantiza muito a prática, distorcendo a realidade.
Para entender melhor essa dinâmica, o casal explica que os pilares do BDSM incluem o SSC (Seguro, Sano e Consensual) e o RACK (Risco Assumido, Consensual e Conhecido). “Isso significa que todas as atividades devem ser realizadas de maneira segura, com sanidade mental e com o consentimento informado de todos os envolvidos”, afirma Marcio. Além disso, os participantes estabelecem palavras de segurança para interromper a atividade a qualquer momento, e o aftercare garante que todos se sintam seguros e apoiados emocionalmente após a sessão.
Um aspecto fundamental do BDSM saudável é o aftercare, que se refere aos cuidados e atenção dispensados aos participantes após uma sessão intensa. “O aftercare é essencial para garantir que todos os envolvidos se sintam seguros, confortáveis e emocionalmente apoiados”, explica Marina. Esse processo pode incluir hidratação, alimentação, aplicação de gelo ou pomadas, abraços e carinhos, de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Outro mito comum é a ideia de que o BDSM é apenas sobre sexo. “Na verdade, o BDSM pode envolver dinâmicas emocionais, psicológicas e de estilo de vida muito mais amplas”, afirma Marcio. Através da prática, os parceiros aprendem a se comunicar de forma aberta, estabelecer limites claros e superar medos em conjunto.
Beijosssssss