O swing é um treco interessante em vários sentidos e muitos deles já escrevi aqui no blog. Mas o mais interessante é que por mais que a gente tenha anos de experiências liberais sempre, mas sempre mesmo, teremos alguma coisa nova para descobrir. Esses dias eu dei risada porque aconteceu um episódio intrigante, que pra variar, me fez pensar sobre o lugar da amizade no swing.
Um dia marcamos um barzinho. Os amigos chegaram primeiro e ficaram na porta nos esperando. Estacionamos o carro na quadra ao lado e fomos andando para o barzinho, eu e o Marcio. Quando chegamos vimos que nossos amigos estavam rindo bastante, foi quando nos contaram que enquanto estavam nos esperando eles iam olhando o movimento na rua.
O amigo viu uma loira andando e comentou com a namorada dele, nossa amiga: “nossa, que loira… pegava fácil!”. Ela virou pra ele e disse: “amor, é a Marina!”, tipo assim você já pegou! Outra vez estávamos na casa de swing e eu estava saindo do reservado com uma amiga quando esse mesmo cidadão olhou e disse: “nossa, que gostosa, amor, olha aquela loira”. A namorada dele começou a rir e falou, de novo: “amor, é a Marina!” kkkkkkkkkkk.
Engraçado saber que ele é um dos amigos que eu chamo carinhosamente de “marido”, de tanta afinidade! E foi justamente isso que me fez pensar sobre a amizade no swing. Tem gente que acha que quando um casal fica muito amigo o tesão vai embora e nada mais acontece com eles. Eu não acho isso.
Acho que a amizade pode ser um dos fatores decisivos pra rolar o swing. Na teoria, quando o casal começa no swing, ele começa a se abrir um com o outro e quando a gente se abre para outra pessoa a gente deixa o outro entrar, deixamos que a relação seja bilateral, transformamos pessoas em amigos. Na prática eu me sinto mais à vontade entre amigos do que entre desconhecidos, e se a amizade deixar de ser bilateral, ou seja, só um lado dá e só um lado recebe, ela deixa de ser amizade – vira caridade.
E não tem nada pior no swing do que fazer caridade, queridos leitores. Você só vai transar com fulano porque seu marido pediu, ou porque está com dó dele, ou sei lá o que. Tem disso no swing e acontece com mais frequência do que vocês imaginam! No fim das contas, a gente leva pouca coisa dessa vida e uma delas são os amigos. Valorize seus amigos, cuide bem deles, invista numa relação bilateral. Chame pra sair, cinema, comer um japa (ou uma japa, vai saber… rsrsrs), tomar um vinho na varanda, viajar pelo mundo. Esse investimento vale a pena e é uma delícia quando são todos do swing!