Eu já tinha feito de tudo mas… nada. Nada melhorava uma dorzinha desagradável na região dos genitais. Médicos, exames, check up completo e a resposta era sempre a mesma: seu corpo está perfeito. O duro de dizer isso pra uma psicóloga é que eu já começo a procurar fatores estressantes, preocupantes e qualquer coisa emocional que esteja influenciando o fisiológico. E nem foi preciso procurar muito, afinal, este ano de 2022 foi um dos mais desafiadores da minha vida.
É fácil viver na zona de conforto – fazendo o que sabe de melhor e seguindo a rotina já bem estabelecida. Mas no começo deste ano eu fui desafiada a sair da minha zona de conforto e olhar um caminho diferente do que tenho traçado até aqui.
Confesso que não pensei muito pra responder “to dentro” porque sou daquelas que adora se jogar no desconhecido, imaginando o que será que eu vou encontrar no final da jornada. Como uma boa sagitariana, mentalizei tudo de positivo e tinha certeza que alcançaria o objetivo final sem grandes preocupações.
Pura Areia
Eu contava com certas bases (que considerava inquebráveis) para me manter centrada enquanto trilhava um caminho novo; porém, ao longo do ano, essas bases se mostraram ser castelos de areia. Uma atrás da outra, desmoronaram sem aviso prévio sob meus pés; justamente quando eu andava por onde nunca tinha ido antes. Vocês conseguem imaginar a insegurança?
Meu corpo encheu de manchas, dores e inflamações, uma resposta clara à tensão emocional que atravessava. Porém, da mesma forma que vieram, foram embora. Sem mais nem menos. Mas durante este período, que durou cerca de 5 meses, eu não tinha vontade nenhuma de transar. Não é por acaso que vocês não viram mais contos eróticos aqui no blog, eu simplesmente não tinha nenhuma condição de “criá-los”, muito menos de escrevê-los.
Várias Mãos
Mas o que me faz compartilhar esse momento difícil com vocês, queridos leitores, é que eu cheguei ao fim do ano (uhuuuuuu!) e isso já é uma grande vitória. Ainda não cheguei ao fim da jornada desafiadora, mas agora já me sinto segura. Ainda não vejo o final, ainda me sinto desafiada a cumprir os objetivos que tracei mas eu seguro as muitas mãos que estão me ajudando no caminho.
Mãos que olharam minha jornada no escuro e disseram “eu não posso estar onde você está mas eu vou te segurar”. Outras disseram “não desista! O mundo precisa do seu trabalho”; outras disseram “você é a Marina, levanta e anda!” e outras ainda, não apenas disseram “estamos com você” mas me deram sapatos, guarda-chuva, alimento e outras ferramentas pra que eu pudesse me refazer.
Esta é a razão de eu conseguir me olhar hoje no espelho e me achar bonita. Mais do que isso, chegar ao fim de 2022 e sentir que ainda tenho vida pra viver, é resultado dessas mãos. Minhas mãos, agora, podem voltar a escrever.
Beijosssssssssssssss
Poético, eu sei. Eu gostei. E você?