O nu desperta as mais profundas e enraizadas concepções sexuais do indivíduo. O mundo hoje luta para que todos os biotipos sejam vistos como normais, desde que estejam de roupa. Porquê a figura de uma pessoa nua, que é a forma mais pura do corpo, ainda é considerada um absurdo por milhões de seres humanos?
Um corpo é só um corpo.
A forma de enxergá-lo como natural ou erotizado vem dos princípios embutidos na formação de cada um. Algumas pessoas ficam tão chocadas com a exposição total de um corpo que parecem nunca terem se olhado por completo em um espelho, nem nunca viram outros sem roupa.
Um corpo é só um corpo.
Quem vê é que o erotiza de acordo com a cultura em que está inserido. No século 19 cobriam-se as pernas do piano porque lembravam as pernas de uma mulher. Hoje os vilões são os mamilos, que precisam ser cobertos para aparecerem nas postagens.
Um corpo é só um corpo.
Quem o erotiza é o cérebro, que reconhece pequenos sinais sedutores e ativa toda a engrenagem da resposta sexual fisiológica. Automaticamente. Muitas vezes sem que a pessoa queira ou saiba que está erotizando aquilo que vê.
Um corpo é só um corpo.
Mas para tratá-lo com naturalidade não adianta só de mudar os conceitos de quem vê; é preciso haver responsabilidade também de quem se mostra. Ou não seria preciso fazer caras e bocas para seduzir milhões de seguidores.
Um corpo é só um corpo.
E se fosse uma barbárie erotizá-lo a raça humana já estaria extinta. O grande lance não é deixar de erotizar um corpo. É dominar quando, onde e por quem vai rolar a erotização. Difícil? Sim; impossível? Não mesmo!