Eu e Marcio gostamos de debater ideias. Na maioria das vezes pensamos exatamente do mesmo jeito, algumas vezes é bem parecido e pouquíssimas vezes pensamos de formas opostas. A cultura machista é uma dessas poucas, porque muitas pessoas a usam como motivo de tudo que é ruim, sem muita reflexão, e acaba desvalorizando quando é realmente culpa do machismo.
Estou levantando o assunto porque fizemos uma sessão de perguntas e respostas no Instagram e algumas perguntas, aparentemente inocentes, traziam esse fundo machista. E hoje, quando abri o blog para escrever, encontrei um rascunho cujo título era “machismo swing” e foi o Marcio quem o escreveu! A frase base dele é a seguinte:
“Tudo é machismo ou existe o conceito pré definido que cada um tem em função das suas experiências de vida?”
As perguntas de fundo machista foram em relação a números:
- Com quantos homens a Marina transou no gang bang?
- Qual o maior número de homens que a Marina já deu em uma noite?
- Com quantos homens a Marina já ficou na vida?
E enquanto conversávamos, nos perguntávamos:
- Porque as perguntas relacionadas a quantidade de parceiros foram dirigidas a Marina enquanto as outras eram dirigidas ao casal?
Entendam que temos certeza absoluta de que nenhuma das pessoas que fizeram essas perguntas tinham qualquer intenção maldosa. Pelo contrário, era muito claro que se tratava de uma curiosidade. É por isso que comecei a pensar no quanto a cultura machista está impregnada na vida das pessoas: elas não tem noção do que perguntam…
Eu não tenho nenhum problema em dizer o que eu faço, com quem eu faço ou com quantos eu faço – prova disso são os contos do blog. O que quero levantar neste post é que a cultura machista existe e está presente até no swing, onde as mulheres tem mais liberdade para viver sua sexualidade à vontade.
Vamos de teste? Rápido, simples e se você mentir estará enganando só a si mesmo! Marque a primeira resposta que vier à sua mente:
- Se você respondeu “Caralho!” é porque se assustou ou se empolgou. Porque você seSe assustou com a quantidade ou se empolgou com a devassidade – provavelmente pensando na possibilidade de um dia fazer parte desses números. Ou os dois ao mesmo tempo.
- Se você respondeu “que absurdo” é porque não acredita. No número de parceiros, na liberdade sexual, no próprio teste. Em resumo, uma mulher é incapaz de transar com tantas pessoas assim.
- Se você respondeu “isso é que é mulher” é porque entende que mulher tem que dar mesmo e deve ser elogiada por isso. Talvez seja a opção mais claramente machista no sentido de que mulher tem valor porque transa.
*esta é a minha visão, que pode ser diferente da sua. A ideia aqui é que você pense porquê respondeu o que respondeu e veja se não tem nenhuma base machista. O ideal é que não houvesse nenhuma reação, provaria que a quantidade de parceiros que uma mulher tem é indiferente.
E eu ainda poderia colocar mais um monte de alternativas que todas levariam ao mesmo resultado: que você perceba o quanto a cultura machista está impregnada na nossa cultura como um todo. Independente das razões, as pessoas tem curiosidade sobre a quantidade de parceiros que uma mulher tem porque dá ibope, ao contrário do homem. Um homem dizendo que transou com mais de 100 mulheres não causa o mesmo bafafá que uma mulher dizendo que transou com mais de 100.
Eu sei que esse post é polêmico e vai dar o que falar. Então, lembre-se de colocar a sua opinião sem ofender o coleguinha, senão não publicaremos. Se tiver alguma dúvida pode consultar a nossa política de comentários disponível no rodapé do blog.
No mais, sem debate de ideias não há mudança de pensamentos. É ouvindo o outro – e a nós mesmos – que podemos ser melhores humanos.
Beijossssssssssss