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Swingers X Swingers

Quem nos acompanha há mais tempo sabe que eu tenho toda uma base religiosa, e é provavelmente por causa dela que fiquei indignada com alguns acontecimentos pós-carnaval. Desde pequena aprendi duas coisas sobre julgamento: 1) só Deus tem esse direito 2) não julgueis para que não sejais julgados.

A ideia de que ninguém sabe o que se passa na vida do outro parece perder força quando, nas redes sociais, muita coisa fica à mostra. Claro, quem tem um pouco de noção sabe que não é bem assim: as pessoas mostram aquilo que os outros querem ver, não o que elas são de verdade.

Nesta era virtual onde ninguém tem que encarar ninguém de frente, ficou fácil ser juiz de tudo e de todos. Fácil julgar os outros em nome de “opinião pessoal”, fácil atirar pedra em quem ousa fazer algo diferente, fácil apontar o dedo na cara do outro quando o outro não está olhando pra você. (uau… quanta coragem!)

Porque no minuto seguinte, você sabe que vai precisar do outro (se é que já não precisou antes), sabe que vai encontrar o outro na festa e não vai querer ser visto como o “chato” na frente da gostosona que você quer traçar: vai lá dar tapinhas nas costas do outro – daquele mesmo que você riu, atirou pedra, julgou – e pensar, tentando aliviar sua consciência: “ele não sabe que fui eu…”

O mais difícil nessa história, meus queridos leitores, é que eu não estou falando de julgamentos de pessoas PB, que eu sei que não são capazes de entender o mundo swinger porque a maioria deles não saem do seu mundinho preto e branco (PB). Esses pseudo-juízes não fedem nem cheiram: suas opiniões sobre o mundo liberal são irrelevantes, pequenas, como crianças mimadas que batem o pé quando não tem o que querem, do jeito que querem. O duro é eu estar me referindo aos pseudo-juízes que são swingers!

E vocês me perguntam “mas… como assim?” e eu não tenho uma resposta pra dar, porque eu também fico me perguntando “como assim”. Como é que alguém que faz troca de casal quer apontar o dedo pra quem quer que seja? Como é que alguém que faz gang bang  se acha no direito de atacar quem não faz? Como é que alguém que cheira cocaína no meio da rua quer denunciar atos de exposição da comunidade? Ah… faça-me o favor!!

E agora com o coronavírus, o que tem de swinger-juiz-auto-declarado detonando o coleguinha que não está fazendo aquilo que o supremo juiz senhor de tudo acredita que é o certo, não tá no script. Aliás, só pra lembrar, nada do que está acontecendo atualmente está no script de ninguém no mundo! Então pare de apontar o dedo para o outro porque esse tipo de pensamento não faz parte do estilo de vida liberal. L-I-B-E-R-A-L. Peraí que eu vou repetir que é pra ver se cai a ficha: LI-BE-RAL!!

Ser liberal, swinger, cuckold ou adepto de qualquer outra prática, não nos exime das regras sociais. Não confundam as coisas. O assunto aqui é interno: julgamento alheio, ofensas gratuitas, acusações de um swinger contra outro, que não condizem com a base de liberdade que o estilo de vida tem.

Nem vou entrar na questão de que cada um tem um motivo para fazer o que faz, que, certamente, quem julga não sabe qual é; e pior, não faz nem questão de tentar entender: simplesmente sai disparando ofensas como se ele fosse o deus mantenedor do swing…

Onde está aquilo que tanto se prega sobre o swing? “Sem julgamentos, preconceitos, obrigatoriedades…” Quando é para atrair pessoas para o lifestyle, o swing não tem julgamentos; mas quando um próprio membro da comunidade pensa/age diferente do que você acredita, é o primeiro a instalar a inquisição? Hello-ô! Tudo é permitido, nada é obrigatório. Cada indivíduo que se julga do meio liberal deveria ter a decência de não julgar o próximo, nem PB e muito menos um outro swinger.

PARÊNTESES: todo mundo julga todo mundo, é uma reação instantânea do cérebro. Mas daí a querer impôr o seu julgamento como ordem absoluta, ou mesmo sair destilando veneno contra o outro, vomitando maldade em comentários e mensagens… isso é assumir um papel de pseudo-juiz-único-conhecedor-da-verdade. No fim, a única mensagem que se passa em comentários maldosos é “eu odeio você e tudo o que você faz”. Para alguém que tem um pouquinho mais de conhecimento da psiquê humana, diz muuuuuuuito mais…. Lembram da lei universal de que tudo o que você faz volta pra você? Pois é, gente… já vivi muito e posso dizer com segurança que essa é a mais pura verdade. #ficaadica

Não pensem que eu não julgo ninguém – seria até ridículo querer me colocar acima disso. Sou humana e meu cérebro funciona como o de qualquer outro. A diferença é que me policio para não sair atacando quem pensa diferente de mim – eu não tenho esse direito. Mesmo assim, disse coisas duras para algumas pessoas que gosto, das quais me arrependi logo em seguida. (Sagitário é fera no sincericídio!). Sei que as magoei e por isso, peço desculpas publicamente. Mais uma vez: eu não tenho o direito, nem mesmo no calor do momento.

E não me retrato para parecer boazinha; me retrato para viver em paz comigo mesmo. Porque pra mim, não há nada que pague o meu sossego e a minha consciência limpa. Julgar todo mundo julga; o que a gente vai fazer com o nosso julgamento é que determina a maldade ou a bondade que vai dentro de cada um.

 

Beijossssssssssssss

 

 

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