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Swinger Não Transa o Dia Inteiro

Olá queridos, eu imagino que vocês estejam curiosos pra saber como foi a terceira edição de Marina e Marcio na Kamuk. (E eu aqui enrolando pra escrever logo… kkkk). Em primeiro lugar, não é bem uma enrolação, é mais falta de tempo mesmo – e coisas importantes pra fazer antes de atualizar o blog, como trabalhar, higienizar a casa e passar um tempo com os filhos. Eles crescem mas ainda curtem a companhia dos pais!

Chegamos em casa na segunda 22h e a primeira coisa que o filho disse foi “vamos jogar?”. No dia seguinte já acordei cedo para atender online, a cozinha estava suja, a casa cheia de poeira, roupas pra lavar, vários relatórios de pacientes para atualizar… o único jeito foi atrasar os posts do blog. Até porque nem teria cabeça pra escrever no meio dessa bagunça toda!

E tá aí uma coisa interessante: é difícil olhar para uma mulher que conheceu no swing e imaginá-la como uma mulher do dia a dia. Por mais que a gente saiba que ela não é só o que mostra no swing, parece que a ficha não cai. Sempre fica aquela impressão de que a única coisa que os swingers fazem durante o dia é sexo. E como é difícil entender que swingers não transam o dia inteiro!

Aconteceu comigo

Fomos convidados uma vez pra ir na casa de um casal; já éramos amigos, já tinha rolado troca entre nós e tínhamos boa intimidade. No meio do bate papo não lembro bem como surgiu a conversa sobre atividades da casa mas foi algo tipo “a Rita vai fazer o almoço pra gente”. Eu respondi, meio incrédula:

— A Rita? – E devo ter feito uma cara muito desconfiada porque a resposta do marido me marcou:

— Sim, ela cozinha, lava, passa… é uma pessoa normal como qualquer outra.

Lembro que na hora eu respondi com uma risadinha “ah sim, claro…!”, mas até hoje eu me questiono o quanto eu realmente entendia que a Rita – tão sexy, gostosa, sensual, sempre maquiada, bem arrumada, a mais desejada do rolê – era também dona de casa.

Essa mesma quebra que eu fazia da Rita swinger e da Rita dona de casa, eu sinto que fazem de mim. É difícil imaginar a Marina – que transa, dança, chupa, exibe a bucetinha… – cozinhando, limpando a casa, esfregando o chão. E quando isso vai para esferas mais abstratas, como cuidar de filho, atender um paciente, visitar um idoso, a coisa ganha ares de preconceito. ‘A Marina? Não pode ser uma boa mãe, né? Imagina a Marina cuidando de um idoso? A Marina tava mostrando a bunda ontem e hoje atende um paciente, como pode?’

Porque fazemos isso eu não tenho ideia. Talvez por culpa nossa mesmo, quando separamos os papéis sociais que exercemos; ou talvez, porque separar nossos papéis sociais é a forma que encontramos para equilibrar dentro de nós o aceitável pela sociedade e o que realmente queremos ser. Seja como for, acredito que quando olharmos os swingers como pessoas inteiras, veremos o swing como parte integrante da nossa vida – e não mais um passatempo de adultos.

 

Beijossssssssssssssss

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